Olha elas: por que empresas lideradas por mulheres são um bom negócio

Olha elas: por que empresas lideradas por mulheres são um bom negócio

Zica Assis não conseguia encontrar produtos especializados para o seu tipo de cabelo, crespo e volumoso. Então, começou a testar algumas fórmulas em casa. Passou 10 anos tentando de tudo até chegar naquilo que queria: um produto capaz de hidratar seu cabelo sem alisá-lo. Nascia ali o Instituto Beleza Natural - hoje considerado um império, com 35 unidades espalhadas por cinco estados brasileiros e mais de 100 mil clientes atendidas por mês. E Zica, eleita uma das 10 mulheres de negócios mais influentes do Brasil pela Forbes.

Emily Ewell e Maria Eduarda Camargo queriam uma opção mais sustentável para usar durante o período menstrual, em vez dos absorventes tradicionais (e descartáveis) que causavam alergias e traziam inúmeros impactos negativos para o meio ambiente. Assim surgiu a Pantys, uma marca de calcinhas reutilizáveis que, desde o lançamento, em 2017, vem registrando um crescimento médio de 80% por ano.

A lição que essas histórias deixam é incontestável: o empreendedorismo feminino é imprescindível para o país.

É necessário.

A Beleza Natural e a Pantys são exemplos de como negócios de sucesso podem surgir de uma necessidade comum que foi negligenciada pelo mercado tradicional. Negócios que não nasceriam de outra forma senão de alguém que passou pelo mesmo problema. Negócios que nascem de dores e desafios que só a sensibilidade de quem vive algo parecido consegue identificar. Que vai passar despercebido por um homem.

Nosso país tem inúmeros exemplos de empresas e indústrias projetadas por homens e para homens que, por isso, deixam grandes vazios em aberto. Lacunas que só podem ser ocupadas por quem tem um olhar diverso daquele que é considerado padrão. Um olhar de mulher.

O empreendedorismo feminino - que é celebrado nesta terça-feira em todo o mundo - ajuda a transformar empresas e toda a realidade do mundo ao seu redor.

Negócios liderados por mulheres não apenas atendem necessidades específicas, mas também abrem espaço para todas crescerem. Porque uma mulher que cresce profissionalmente não esquece de onde veio. Ela puxa outras. Entende seus anseios. Vai oportunizar o crescimento mesmo dentro dos limites que existem a quem também é mulher. Limites de maternidade, de exaustão, de sobrecarga.

A participação delas no cenário empreendedor global tem crescido de maneira acelerada nos últimos anos. O Brasil é o sétimo país do mundo com o maior número de mulheres empreendedoras, diz um levantamento recente da Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Esse montante corresponde a quase metade do mercado empreendedor do país: impressionantes 48,7%.

Números assim crescem a cada ano e são, de fato, animadores. Porque, afinal, indicam o avanço da mulher na construção do seu protagonismo - da sua vida, da sua história, dos seus negócios.

Também é por meio do empreendedorismo que muitas mulheres conquistam autonomia financeira. E com mais independência, elas conseguem direcionar seus caminhos, estar à frente der suas escolhas, interromper ciclos de violência doméstica e tomar as rédeas da sua vida. O empreendedorismo feminino faz parte de uma engrenagem perfeita, onde tudo se encaixa. Onde o efeito é multiplicador. Onde os caminhos se abrem para quem vem atrás.

E tudo no mundo melhora.

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