Olhando para as nossas crenças com mais assertividade
Quem já não sentiu uma forte sensação de angústia em determinados eventos, certamente não pertence a esse planeta! A vida com todos os seus mistérios e complexidade apresenta experiências demasiadamente intensas e assim, as pessoas vão experimentando tanto sensações de conforto e de segurança, quanto àquelas que geram emoções desconcertantes e põem em xeque suas capacidades de pensar e agir com autonomia.
As crenças positivas, geralmente se associam aos valores pessoais de respeito, honestidade, confiança, integridade e daí por diante... Elas impulsionam o comportamento de forma coerente e consistente, já que não há conflitos entre o desejar e o fazer acontecer.
Quando as pessoas se consideram merecedoras de afeto e de realização, naturalmente tendem a sentir uma dose extra de autoconfiança, a fim de prepararem-se para lidar com os desafios da vida. Desse modo, é possível vislumbrar mais fluidez em suas atitudes, tal como a água que vai serpenteando até chegar em determinado ponto... Quando há clareza de propósito e força há que se chegar lá, custe o tempo que for necessário...
Entretanto, quando as emoções negativas entram em cena com intensidade, elas proporcionam certo estado de confusão mental e criam obstáculos para a ação. Isso tende a acontecer quando as crenças irracionais perturbam o “equilíbrio emocional”, gerando sentimentos de insegurança, necessidade de proteção, autoexigência, rigidez mental e falta de potência para as necessidades de mudanças.
Elas aprisionam as pessoas, subtraem os seus recursos emocionais e controlam os seus sentimentos e comportamentos. Entendo que esse tipo de crença se assemelha a sentença de um juiz perverso, cujo propósito é dominar a outra parte sem o menor constrangimento.
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Nos encontros de Mentoria tenho observado com frequência, uma grande quantidade de profissionais talentosos, experientes e aos mesmo tempo bastante sensíveis aos gatilhos emocionais que os impedem de reconhecer em si próprios mais autoconfiança e valor para bancarem suas decisões de mudanças na carreira profissional e no papel da liderança.
Ao invés de tornarem-se reféns dessas interpretações equivocadas da realidade, como seria se fizessem um enfrentamento e escutassem seus sentimentos e desejos com maior atenção? E ao dialogar com eles, olhassem para essas crenças como quem percebe a insustentabilidade e assim, tivessem mais autocompaixão e menos autojulgamento.
Por esse caminho, abririam a possibilidade de sair do jardim da infância para adentrarem no caminho da maturidade emocional. Somente por essa via, certas crenças perderiam o seu poder, uma vez que enfraquecidas não ousariam subordinar o outro pela irracionalidade. Então, que tal experimentarmos esse exercício cotidianamente? Como olhar para as nossas crenças com mais coragem e assertividade? Eis uma questão vital para a mudança de mindset em tempos tão complexos? ”
Cristina Consalter