A onda do ClubHouse.

Nessas últimas semanas um novo aplicativo vem ganhando destaque e novos fãs - ou pelo menos curiosos - por onde passa.

O nome dele é ClubHouse.

Trata-se de um aplicativo de voz feito exclusivamente para convidados e em Janeiro ele teve um crescimento estratosférico aqui no Brasil.

De cara já identificamos um viés elitista; primeiro, por ser liberado apenas para usuários iOS, ou seja, por enquanto só quem tem Iphone poderá conhecer a novidade. Além disso, você apenas se tornará membro mediante convite de alguém que já esteja no aplicativo (há limitação de 2 convites por usuário).

Mas, quando a gente pensa que ele foi criado no contexto de Vale do Silício pra promover o debate daquela galera interessada em inovação e, pelo berço estadunidense ter uma expressiva parcela de usuários da Apple - 83% dos jovens americanos têm iPhones - conseguimos entender esses pontos.

Também temos que destacar que o aplicativo não possui acessibilidade (sim, você já parou pra pensar nisso?). É um aplicativo de uso exclusivo por voz e não conta com legendas. Aqui no Brasil já temos leis para que os apps tragam esse tipo de acessibilidade. Mas, ok de novo porque ele não tem origem tupiniquim. 

Tudo é muito justificável do ponto de vista da tecnologia. 

Por outro lado, o app traz uma sensação de proximidade e participação não somente em debates relevantes, mas também, com pessoas as quais dificilmente você teria acesso ou conseguiria ouvir de maneira tão "íntima".

Eu mesma essa semana estive em salas com feras que acompanho e admiro há tempos, inclusive pude ouvir várias fundadoras de empresas ao redor do mundo, contando seus desafios, trocando figurinhas e confesso que isso trouxe uma sensação energizante.

Nos EUA, personalidades como Elon Musk fizeram uso da plataforma e doaram seu tempo para falar sobre os mais diferentes e notáveis assuntos. É uma experiência incrível poder participar disso.

Ainda é muito cedo para traçar maiores impressões sobre o aplicativo. Mas vale refletir sobre o "FOMO", ou "fear of missing out" - medo de ficar fora do mundo tecnológico ou de não se desenvolver ao mesmo ritmo que a tecnologia, que é real e move muita gente. Assim como, cabe a reflexão: Será que estamos vivendo uma era de postagens mais verdadeiras do que é filtrado em outras redes sociais?

Queira você atacar ou abraçar o ClubHouse, vale a pena entrar lá e dar uma espiada com um olhar curioso e despretensioso.

E você, quais suas previsões para a rede social queridinha do momento?