Onde está o seu foco: em avaliar as pessoas ou em ajudá-las a chegar ao sucesso?

Onde está o seu foco: em avaliar as pessoas ou em ajudá-las a chegar ao sucesso?

2016 chegou, e com ele novos objetivos e a expectativa de que algo diferente possa acontecer. Todo começo de ano é a mesma história, e isso me fez pensar: o que faz pessoas e empresas concluírem o ano com os seus objetivos realizados? Esse questionamento já foi tema de vários livros e estudos, mas eu gostaria de ir mais a fundo e fugir da mera constatação de que precisamos de metas “SMART”.

Considerando o conceito-chave, de que alta performance é você alcançar o que se propõe, independente dos desafios existentes, o que faz algumas pessoas alcançarem todo o seu potencial? O que faz pessoas e organizações obterem sucesso?

Para começar a refletir sobre esse assunto, analisei as minhas mais de 800 horas de atendimento em coaching, apenas em 2015, com processos trabalhados para os mais diferentes objetivos, sempre de acordo com a metodologia de autoliderança para aumento da performance. Alguns dos objetivos com os quais trabalhei: 

  • Carreiras estagnadas e sem rumo profissional que encontraram um novo caminho para crescer e evoluir com motivação e sentido;
  • Pessoas insatisfeitas com a sua profissão que encontraram um novo objetivo profissional, uma nova carreira;
  • Pessoas com excelentes currículos, mas que estavam fora do mercado por alguns meses, sem entender muito bem por que e que conseguiram recolocação;
  • Pessoas que conseguiram alçar voos maiores em suas carreiras, assumindo cargos de gestão, e outras que decidiram pelo empreendedorismo.
  • Pessoas cansadas da rotina, dos problemas, das suas escolhas e dos rumos da sua vida pessoal e profissional sem enxergar solução e sentido sem saber como e o que fazer para mudar essa realidade.

 Apesar das diferenças a serem alcançadas, o meu papel como coach foi o de desenvolver a performance de cada um, para que ao final do prazo estabelecido tivessem conquistado o que se propuseram. Cada qual com as suas metas, claro, mas todos com histórias de superação, realização, sucesso e acima de tudo felicidade na conquista do seu 10.

 Com base nisso, procurei entender e responder aos questionamentos iniciais desse texto. Afinal, o que estava impedindo essas pessoas de alcançarem a alta performance na sua vida pessoal e profissional? O que as fazia acreditar que o sucesso era algo distante, e que talvez não mereciam ter a sua vida em nota máxima?

 Acredito que algumas hipóteses possam ser levantadas em relação a esse estudo. Não são totalmente conclusivas, afinal, trata-se de um tema sempre em mutação e há muito a ser explorado, vejo importantes caminhos:

 - Não somos ensinados a acessar a nossa alta performance. Ao frequentarmos o ensino regular, o ensino fundamental e a universidade, encontramos um caminho que visa classificar e graduar as pessoas em um processo linear, repetitivo e previsível.

- Ao ingressar no mercado de trabalho, percebe-se que nas organizações a regra não é muito diferente. Utilizando o modelo “se você é bom mostre-me a que veio”, inicia-se o processo de separar “o joio do trigo”.

 O que me intriga é o porquê dessa necessidade de classificar. Ou melhor, por que existe a construção de processos para tal feito? Esse caminho alimenta a crença de que existem “os escolhidos”, e cada vez mais essa crença vai sendo amplificada, juntamente com a confirmação de que existem aqueles que nasceram para fracassar, no melhor estilo “Jogos Vorazes”.

 As organizações deveriam concentrar os processos e o tempo de classificação para fazer com que todos alcancem o seu potencial e, consequentemente, o alto desempenho. Assim, teríamos pessoas dando o seu máximo, não por atividades lineares, dignas do inicio da revolução industrial, ou devido a chefes avaliadores, que minuciosamente medem o desempenho de cada detalhe da atividade, mas por si mesmas. As empresas deveriam buscar a alta performance em metas e objetivos que tenham significado, que motivem as pessoas a acessar o seu melhor. Afinal, o valor não está em mostrar onde as pessoas falham, mas sim na realização pessoal de cada um e, por consequência, na realização dos objetivos organizacionais.

*Este artigo foi publicado no dia 19.01 em minha coluna mensal no portal Negócio Feminino.

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