Onde investir em Renda Fixa?
Por Daniel Pillar
Criada pela Caixa Econômica durante o império de Dom Pedro II há mais de 150 anos, a caderneta de poupança é talvez a aplicação financeira mais antiga do Brasil. Concebida com a finalidade de estimular o brasileiro mais necessitado a poupar recursos, a caderneta oferecia como recompensa para os poupadores o pagamento de juros sobre a aplicação.
Popularmente chamada apenas de “poupança”, a caderneta de poupança desde o século XIX é o investimento preferido do brasileiro. Tal preferência pode ser explicada por três características que são imputadas a esta aplicação: acessibilidade, segurança e liquidez.
Ao longo da história algumas mudanças foram feitas nas regras de remuneração da caderneta de poupança, todas elas motivadas por uma adequação a uma nova realidade econômica. Talvez esta instabilidade econômica recente, sobretudo na década de 80, traga insegurança ao investidor fazendo com que ele ainda eleja a poupança como melhor opção de investimento.
De acordo com o Relatório de volume financeiro por aplicações no Brasil no ano de 2018 divulgado pela Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais , a concentração dos investimentos das pessoas físicas de varejo continua na poupança, com 39,9% de participação, segmento para o qual foram destinados R$ 730,7 bilhões em 2018 e de R$ 664,2 bilhões em 2017.
Grande parte desses aplicadores desconhece as regras de rendimento da caderneta de poupança. A aplicação em questão possui uma data de referência chamada “aniversário” que é uma data mensal em que a aplicação rende. Todo depósito na poupança possui um prazo de aniversário exatamente igual ao dia em que ele foi realizado. Se o resgate for realizado antes ou depois do aniversário significa um prejuízo para o investidor.
Dada sua peculiaridade na regra de rendimento e diante de um cenário de queda da taxa básica de juros e com a Selic a 6,50% a.a., a caderneta de poupança atual apresenta rentabilidade equivalente a 4,55% a.a. Dadas as taxas atuais tem-se a percepção que , no momento, a caderneta de poupança não é o investimento mais rentável ao brasileiro.
Muitos desses investidores, que preferem a poupança por questões de segurança, desconhecem que existem investimentos em Renda Fixa tão seguros quanto e que possibilitam retornos mais atrativos. O FGC - Fundo Garantidor de Crédito protege até R$ 250.000,00 do investidor em caso de liquidação ou de falência da instituição financeira.
Dentre esses investimentos em Renda Fixa que asseguram aos investidores os valores aplicados até R$ 250.000,00, temos o RDC- Recibo de Depósito Cooperativo, que é o título de renda fixa emitido por cooperativas financeiras e contam com a garantia do FGCoop – Fundo Garantidor do Cooperativismo.
Com rendimento líquido médio de 80,56% do CDI a.a., as cooperativas singulares filiadas à Unicred Central RJ/MT oferecem aos seus cooperados um rendimento médio líquido anual 12,23% maior que o ofertado pela caderneta de poupança. Sem contar com as sobras distribuídas anualmente sobre as aplicações financeiras que podem elevar ainda mais essa diferença.
Dessa maneira conclui-se que a caderneta de poupança atualmente não é a aplicação mais atrativa ao investidor brasileiro. Percebe-se então que o Brasil carece da disseminação da cultura da educação financeira e de um maior acesso às informações sobre os produtos de investimento em Renda Fixa disponíveis no país.