Opinião - Não se engane: o preço da crise já está na conta de 2016
As empresas maiores sabem a importância de fazer sua lição de casa e todo gestor de marketing dessas empresas já está com a pasta "planejamento 2016" na mesa.
E o rebaixamento do nível de investimento do Brasil, índices de inflação e taxas de crescimento da indústria entram nessa conta. Cada empresa tem cenários novos como, por exemplo, empresas de tecnologias. As que fabricam celulares mesmo estão com uma sensação de traição pela eliminação dos incentivos fiscais para este setor.
E coloquemos aí também o cenário político atual. A falta de popularidade do governo, os atritos com o Congresso e a sensação de não governabilidade geram um cenário de consumo desanimador.
Se colocarmos todos os itens acima num liquidificador e bater um pouco o que vai sair é um mapa que indica mar turbulento, névoa e possibilidade de icebergs no caminho.
Mas de forma prática o que isso quer dizer? Que mesmo que todos os indicadores econômicos e políticos melhorem no ano que vem a retomada mesmo do crescimento só deve vir em 2017.
It's all about perception
Não se trata só da realidade dos números em si, mas a percepção que eles trazem ao mercado - algo muito difícil de tangibilizar - mas que está aí aos nossos olhos.
Então o que fazer? Meu conselho para qualquer cliente de consultoria neste momento seria: tente desenhar cenários realistas o quanto antes e invista um tempo fazendo simulações com cenários cada vez mais pessimistas.
E tenha um plano de contingência para mais um ano turbulento. Ter uma lanterna com pilhas em casa ajuda, mesmo que não acabe a energia.