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Na primeira deflação do ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho apresentou uma leitura de (-0,08%) em relação ao mês anterior. No acumulado de 12 meses, a inflação atingiu 3,16%, ficando abaixo dos 3,94% registrados nos 12 meses anteriores.

Contribuíram para esse resultado as quedas nos setores de Alimentação e Bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). No primeiro grupo, foi observada uma deflação de 1,07% nos alimentos consumidos em domicílio, marcando a segunda desaceleração consecutiva da taxa de inflação nesse segmento. 

No setor de transportes, destaca-se a redução nos preços dos combustíveis em relação ao mês anterior, com uma queda de 1,85%. Além disso, foram observadas deflações nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%), como resultado das medidas governamentais de redução de impostos nos carros populares.

Entre as altas, o maior impacto veio do grupo de habitação, com uma inflação de 0,69%, seguido por despesas pessoais (0,36%) e educação (0,06%). Nesse cenário, mesmo com a bandeira tarifária "verde" em vigor, o preço da energia elétrica residencial aumentou 1,43% devido a reajustes aplicados em quatro áreas abrangidas pelo índice.


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A inflação acumulada nos últimos 12 meses até junho continua com o processo de desinflação iniciado em maio do ano passado, quando atingiu 12%. Sob uma perspectiva qualitativa, é possível observar uma queda no índice de difusão, que passou de 56% para 50%, representando a menor dispersão da inflação entre os itens que compõem a cesta do IPCA ao longo do último ano. Isso indica que a inflação está menos disseminada.

Por outro lado, chama a atenção a aceleração dos preços no setor de serviços, que passou de uma queda de 0,06% em maio para um aumento de 0,62%. Em termos de atividade econômica, esse resultado é positivo, pois indica que a demanda pelo setor está aquecida. No entanto, essa aceleração pode influenciar uma cautela maior em relação à magnitude do corte de juros pela autoridade monetária no segundo semestre do ano.


Fernanda Mansano, MSc - Economista-chefe na TRAAD.

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