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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,12% em julho, o que representa uma elevação de 0,20 ponto percentual em relação à taxa de junho, que foi de -0,08%. No acumulado do ano, o IPCA apresentou uma alta de 2,99%, e nos últimos 12 meses, o aumento foi de 3,99%. 

Entre os fatores que contribuíram para esse resultado, destaca-se o impacto mais expressivo no grupo de transportes, impulsionado pelo aumento nos preços da gasolina, que registrou uma elevação de 4,75%. A gasolina foi o item de maior contribuição individual para o índice do mês. Além disso, as passagens aéreas tiveram um aumento de 4,97%, e o preço dos automóveis novos também subiu, com uma alta de 1,65%, influenciado pelo programa de incentivo à compra de carros do governo. 

Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas apresentou uma queda de 0,46%, com destaque para a deflação de 0,72% nos preços dos alimentos no domicílio. O grupo de habitação também contribuiu para a desaceleração da inflação, registrando uma deflação de -3,89% na energia elétrica residencial, devido à incorporação do Bônus de Itaipu. 


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Analisando o cenário de forma qualitativa, observa-se que as tendências inflacionárias estão mostrando melhorias. Isso pode ser notado, por exemplo, no índice de difusão, que caiu de 50% em junho para 46% em julho, indicando que a inflação está mais concentrada em alguns itens da cesta de inflação. Outro aspecto relevante é a desaceleração da inflação de serviços, que passou de 0,62% no mês anterior para 0,25% em julho. Com isso, a inflação acumulada de serviços diminuiu de 6,22% para 5,64%. 

A análise sugere que o processo de desinflação continua em andamento na economia brasileira, sendo influenciado pela política contracionista de juros adotada pelo Banco Central. Isso gera expectativas positivas para um cenário mais favorável no que diz respeito à inflação para o final de 2023. No entanto, é importante ressaltar que os serviços ainda demandam atenção por parte do Banco Central. 

Diante desse panorama, os cortes de 0,50 ponto percentual na taxa Selic para as próximas reuniões do Copom, que foram indicados pela ata do comitê na última terça-feira, ganham força como possíveis decisões ao longo de 2023. Assim, a expectativa é que a taxa Selic encerre o ano em 11,75% ao ano. 


Fernanda Mansano, MSc - Economista-chefe TRAAD

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