A ordem de nascimento afeta o comportamento dos filhos?
Jusley Valle/Academia de Pais Conscientes

A ordem de nascimento afeta o comportamento dos filhos?

Você tem irmãos? E filhos? Mais de um? Você nota alguma diferença de comportamento entre eles? 

Pois é! A ordem de nascimento das crianças influencia as relações entre os irmãos e a dinâmica dentro da família. Confesso que já havia observado isso, mas não tinha entendido direito. Por isso, resolvi me aprofundar e trazer esse conteúdo para ajudar vocês.  

Segundo especialistas, é muito comum as crianças fazerem comparações entre os irmãos, aplicando uma régua interna de avaliação e adotando comportamentos diferentes, dependendo da posição que ocupam na escada de nascimento. Ao nascer, naturalmente, assumimos papeis dentro da família, como se estivéssemos encenando uma peça de teatro, na qual a ordem de nascimento faz com que a criança atue com as características próprias de cada personagem. 

Isso é natural porque todos nós queremos ter senso de pertencimento e de importância. E assim, também, acontece com os pequenos. Quando há mais de um filho, as crianças acreditam que precisam se destacar pra chamar a atenção e se sentir valorizadas. Não sabem que há espaço no coração dos pais para todos os filhos e, assim, surgem a insegurança e o ciúme que tornam as relações disfuncionais. Nesses casos, é comum a criança acreditar que a única chance de se destacar como filho é desenvolver alguma competência em uma área específica e completamente diferente dos demais. Geram a competição interna como uma tentativa de ser melhor do que os irmãos. Quando constroem essa relação disfuncional, as crianças começam a adotar comportamentos equivocados, como forma de compensação às suas frustrações. Por exemplo: quando a criança sente que “perdeu” ou não atingiu a posição de destaque que desejava, desenvolve um sentimento de revolta ou de vingança em relação aos irmãos, para reduzir o que ela acredita ser o seu fracasso. Outro comportamento equivocado é desistir e se auto menosprezar com a crença de que não consegue realizar as atividades. A criança se sente incapaz de fazer algo ou se vê em uma posição de menos valia em relação aos demais, afetando sua autoestima. Vale ressaltar que essas variações ocorrem mesmo com irmãos da mesma família, filhos dos mesmos pais e que moram na mesma casa. 

É interessante observar que crianças educadas dentro do mesmo modelo podem entender a educação de maneira distinta, porque as crianças são ótimas observadoras, mas fracas intérpretes. Por isso, enxergam o mesmo modelo de educação com lentes diferentes.

Dentro desse cenário que simula uma peça teatral, algumas crianças podem desempenhar inúmeros papeis:  o papel de filho rebelde, estudioso, agressivo, atleta, criativo, comunicativo e assim por diante, assumindo rótulos e com a crença de que estão se diferenciando.  

Filhos mais velhos, por exemplo, tendem a ser mais mandões, competitivos, críticos, líderes, responsáveis e conservadores. De modo geral, pensam que são melhores e que estão em uma categoria superior em relação aos irmãos. Assumem um status majoritário em detrimento aos demais e, em alguns casos, tendem ao autoritarismo e se sentem “donos da verdade”, ditando regras que devem ser cumpridas pelos irmãos e, muitas vezes, pelos próprios pais.  

Os filhos mais novos, por outro lado, são mais mimados. Magoam-se com facilidade, têm mais ataques de birra e, muitas vezes, sentem pena de si mesmos. São criativos e divertidos, mas podem usar de manipulação com os irmãos e com os pais, se fazendo de coitadinhos e frágeis por serem mais novos. Tendem a desenvolver a crença de que só são amados, quando são cuidados pelos outros devido ao sentimento de minoria, gerando baixa autoestima.  

Já os filhos do meio se sentem “esmagados” no intervalo entre os extremos. Não usam a primazia e os privilégios hierárquicos do mais velho e nem os benefícios de proteção e mimos do mais novo. Interpretam, equivocadamente, a crença de que precisam fazer algo para serem notados no sistema familiar e na relação entre os irmãos. Acreditam que estão perdidos e invisíveis no intervalo da polarização e sem destaque. Normalmente, são pacificadores, defensores dos oprimidos e mais liberais do que os mais velhos.  

Entender como funciona a dinâmica da ordem de nascimento vai abrir um portal de clareza que vai te ajudar a lidar com eficiência nas relações familiares. Mas quero dizer que conhecer o seu estilo de parentalidade, também, é muito importante para você identificar a forma como se relaciona com seus filhos. 

Sempre afirmo que a Análise de Perfil para Pais funciona como um mapa que guia os pais no caminho a ser percorrido na educação dos seus filhos. Se quiser fazer sua análise, fale comigo porque o processo é todo on-line.  

Oh, Ju, e os filhos únicos, também possuem seus traços? Onde se encaixam? Você vai me perguntar. Sim, filhos únicos também possuem suas características, mas falarei sobre eles, em outro artigo.  

Pais não nascem com bola de cristal, por isso, vale a pena se aprimorar. Com meu trabalho, posso ajudar você e seus filhos a lidarem emoções e comportamentos, que tornem as relações mais leves com ganho de qualidade de vida. 

Sempre digo que não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos agir com nossos filhos. E você, qual será a sua escolha?

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Um abraço e até o próximo artigo!

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