Organizações Exponenciais

Organizações Exponenciais

De Salim Ismail, Michael S. Malone e Yuri Van Geest


Se você olhar no seu smartphone nesse momento, com certeza encontrará diversos serviços ou aplicativos de empresas que são mundialmente conhecidas, que possuem uma enorme quantidade de clientes, produtos desejáveis e que muitas vezes consideramos quase que indispensáveis em nosso dia a dia. Podemos citar sem medo de errar o Google, Waze, Amazon e o Facebook e dependendo do setor em que você se relaciona, muitas outras virão na sua mente. O que todas essas empresas têm em comum é o modelo de crescimento rápido e voraz que as classifica como Organizações Exponenciais (ExO, do termo em inglês).

Pela definição dos autores, uma ExO é aquela em que os resultados crescem de forma desproporcional com o investimento de novos recursos quando comparada com seus pares (concorrentes). 

Em uma empresa tradicional ou linear, o aumento de recursos, sejam eles ativos, pessoal ou mesmo capital, geram um aumento incremental nos resultados (ou no lucro) enquanto em uma ExO, devido ao emprego de ferramentas organizacionais modernas e tecnologia alavancada, um pequeno incremento de recursos é capaz de gerar grandes resultados.

Um exemplo simples nos ajuda a compreender esse efeito é imaginarmos uma empresa de frota de táxis. Mesmo que todos os veículos tenham passageiros em todos os horários, o resultado final está limitado à quantidade de táxis e motoristas que a empresa possui. Para aumentar o faturamento, a empresa precisará investir na aquisição de novos veículos (ativo) e de mais motoristas (pessoal) para poder incrementar o seu resultado. Agora, se considerarmos a Uber, o custo de se colocar novos motoristas e veículos na plataforma é quase zero, fazendo assim com que mais corridas possam ser realizadas, gerando mais resultado para a companhia sem a necessidade de um grande aporte de recursos.

Mas o que torna uma organização exponencial? Basicamente são os resultados que comprovam se a empresa está no rol das ExOs ou não. Entretanto, os autores buscaram analisar os fatores que levaram essas empresas a alcançar resultados até dez vezes maiores que seus pares diretos. Um dos pontos em comum nas ExO estudadas é que elas pensam sempre grande, aspiram realizações impressionantes e transformações radicais. Essa é a ideia por trás do Propósito Transformador Massivo (PTM).

Um PTM forte é a chave para abranger uma iniciativa singular, motivar as equipes internas e a comunidade que dá suporte às ações da organização, forma a cultura por trás do negócio, permite a agilidade e a aprendizagem focada nos indivíduos. Enquanto um PTM é um grande objetivo aspiracional da Exo, pode-se identificar atributos mais mensuráveis que permitem avaliar e entender melhor a operação e os modelos dessas organizações.

Esses atributos podem ser divididos entre atributos internos e externos. Os internos versam mais sobre a ordem, controle e estabilidade da organização, sendo eles: o uso de interfaces para o gerenciamento e operação, dashboards para análise do grande volume de dados, a experimentação quase contínua buscando atender as necessidades dos clientes, autonomia na tomada de decisões e no controle dos times e uso de tecnologias sociais.

Por outro lado, os atributos externos focam na criatividade, no crescimento e na incerteza. O uso de Staff (colaboradores) sob demanda permite a rápida e eficiente gestão da mão-de-obra na organização, o emprego de algoritmos cada vez mais sofisticados trazem as bases para a inovação e uso de tecnologias para solução de problemas reais, ativos alavancados colaboram para o crescimento exponencial com custo mais acessível enquanto o efeito de comunidade e o engajamento alimentam a cultura e o desenvolvimento das pessoas que trabalham e de todos que consomem os produtos da ExO.

Muitos talvez se perguntem como construir uma empresa que consiga atingir tais níveis de crescimento e resultados. Inicialmente é preciso ter claro que organizações de sucesso criam produtos que resolvem problemas das pessoas. Com olhar sobre isso, é preciso entender as dores do cliente e como resolvê-las. É possível começar pequeno porém pensando grande, visando o seu PTM. A partir daí é preciso buscar e desenvolver os atributos que fazem sentido para o seu modelo de negócio, tendo em vista que não é necessário ter todos.

Com isso, é possível desenvolver o seu MVP, o mínimo produto viável, como a semente do produto que a ExO deseja realizar e como primeiro passo no caminho da experimentação. É importante ter em vista que errar é algo que certamente irá acontecer, mas o foco deve ser na melhoria, errando rápido e tirando sempre os melhores resultados das falhas.

E por fim, vale sempre a máxima de que qualquer empresa deve sempre ser capaz de evoluir, pois o sucesso e os resultados de hoje não garantem o amanhã. Muitas empresas tradicionais e gigantes foram vencidas por organizações menores e mais rápidas que puderam antever e aprender as necessidades e as mudanças de seus clientes.


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