AS ORGANIZAÇÕES PRECISAM DE PROFISSIONAIS MAIS RESILIENTES

AS ORGANIZAÇÕES PRECISAM DE PROFISSIONAIS MAIS RESILIENTES

Como profissional de Executive Search, recebo cotidianamente solicitações de perfis de executivos que incluem diversas competências.

Vou falar de algumas delas que se repetem nos perfis que recebo.

Uma delas é a resiliência. Resiliência significa a capacidade de voltar ao estado natural após uma situação crítica ou fora do normal e nós utilizamos este termo “emprestado” da física.'

Se isto é tão importante hoje em dia é porque anda em falta. E não é para menos. Num mundo em que se diz “carpe diem” (curta cada dia como se fosse o último), onde o marketing nos manda jogar fora qualquer coisa que não funciona mais e comprar outro porque não vale a pena consertar e "troque de carro a cada 3 anos"), há uma enorme máquina da nossa contemporaneidade dizendo que resiliência deve ser coisa do passado. O executivo resiliente é o perseverante, é o que se cerca de pessoas positivas, é aquele que enxerga o obstáculo como uma oportunidade, é o que tem paciência.

Nós sabemos disso. Mas quem aqui já não desistiu diante da frustração que se apresentou na nossa frente? Quem não achou melhor partir para outra?

A resiliência é bonita de ser lembrada, dura de se adquirir e não pode ser pensada isoladamente.

Resiliência vem com o equilíbrio emocional. Você pode ser intenso e mesmo assim paciente. Ser resiliente é ser flexível, com a capacidade de enxergar o mundo de várias formas, de encontrar novas soluções para velhos problemas. 

A resiliência inclui uma boa capacidade de lidar com o stress. E nos dias de hoje sabemos lidar com o stress? Creio que a resposta é “não”. Estamos mais ansiosos, mais egoístas, mais autocentrados A vida passa muito rapidamente e perder tempo nos causa stress. As organizações exigem que tomemos centenas de decisões por minuto. Sermos obrigados a ser resilientes e tomar decisões por minuto ao mesmo tempo é uma incoerência, já que o primeiro exige serenidade, uma fleuma quase britânica e o segundo exige uma adrenalina grande, pela consciência que temos de que teremos que decidir questões sem a possibilidade de analisar todas as variáveis de um problema com a profundidade que gostaríamos, mas nosso tempo é o “agora”: o mundo dos negócios inclui a variável “velocidade” no cotidiano dos executivos, já que a concorrência também acelerou o passo.

Com as frustrações dos dias de hoje, na vida pessoal não temos mais paciência: brigamos com nossos pais, vizinhos e amigos. Brigamos em função dos partidos políticos, em função dos times de futebol, em função do estilo de música e trocamos de namorado(a) a cada mês, querendo viver com intensidade aquilo que a vida online “da grama mais verde do vizinho” promete.

Não se pode controlar os ventos que sopram, mas podemos ajustar as velas para atingirmos nossos objetivos!”, diz o resiliente.

Assim, não podemos nos deixar abalar por uma adversidade Ser capaz de encontrar uma alternativa quando se encontra um obstáculo, ser capaz de buscar uma solução nova para um problema velho, ser criativo sem desanimar, ser forte, isso é ser resiliente.

Resiliência também vem em face do fracasso. Aprende-se muito com a derrota. “Na vida, ou se ganha ou se aprende”. Esta capacidade de lidar com o erro e continuar, de repensar, de pedir feedback, escutar e refletir são características de quem exercitou a competência da resiliência.

“O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade e o otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade”. Ser um otimista também faz parte de ser resiliente. Saber tolerar incertezas e ambiguidades é outra característica dos resilientes. No mundo de hoje, nas organizações, há um ambiente de insegurança grande porque não é possível prever todas as variáveis (e a rapidez delas) que intervêm no nosso planejamento empresarial. Manter o equilíbrio emocional, o otimismo e a resiliência no mundo de hoje são fundamentais para alcançar os resultados que desejamos.

 Nascemos resilientes e vamos perdendo esta característica? Quantas vezes, enquanto somos bebês, caímos no chão, no exercício de aprender a andar, nos levantamos e tentamos de novo? Isto não é resiliência?

As pessoas resilientes sabem se adaptar, aprendem com as experiências da vida, têm uma boa autoestima, sabem controlar seus impulsos, se conhecem melhor (porque reconhecem quando querem desistir de um projeto e conseguem lidar com suas dificuldades internas), são mais proativas.

Os resilientes sofrem com as quedas, sim. Mas não ficam se lamentando, remoendo suas perdas. Esta é a grande diferença: Analisam as causas e, com tenacidade, mudam o placar do jogo.

“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, diz a nossa música popular brasileira.



Reflexões:

a.      Que experiências desgastantes (fracassos) te fizeram aprender e amadurecer na vida profissional? 

b.      Como você exercitou teu equilíbrio emocional?

c.      Pense numa situação onde tua resiliência foi fundamental pra conseguir um bom resultado.

d.      Como você vai demonstrar a tua resiliência numa próxima entrevista?

e.      E você, como vai investigar a resiliência do candidato que você está entrevistando?  



 

 

Ricardo Shintate

Comprador | Buyer | Strategic Sourcing | Procurement | Compras | Suprimentos | Especialista Totvs Projetos de Integração

5 a

Excelente reflexão para o sentido de resiliência, que é um pré requisito na área de suprimentos. Parabéns Eline Kullock!

Leandro Costa

Gerente Industrial | Valoren

5 a

Eline Kullock parabéns pelo artigo, excelente reflexão

FERNANDO E.

Professor de Educação Física no Colégio Pódion

5 a

Concordo !!!

Rui Bezerra Silva - M.Sc.

Apoio pessoas superendividadas a terem uma vida livre de dívidas. Programa Desboletizei.

5 a

Curioso seu artigo. A definição figurada de resiliência é capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças. Ou seja, entuba porque vc não pode largar este emprego. Ora Eline Kullock falar de resiliência como característica de um executivo em um mercado de trabalho massacrante é no mínimo desrespeitoso. Ou seja, o executivo de sucesso é aquele que entuba assédios, desrespeitos, afrontando a sua vida mas sendo resiliente. Seu texto é bem escrito mas parece anestésico. Relaxa , seja resiliente que dói menos.

Carlos Morato

Consultor de Compliance, Riscos Operacionais, PLDFT, Anti Corrupção e Processos Organizacionais

5 a

Eline, você conseguiu tornar mais simples o entendimento desta "atitude", mostrando as diversas formas em que somos ou não resilientes, e o que ganhamos ou não com isso. Precisamos desta atitude no meio profissional e pessoal, porque ninguém é perfeito, ninguém acerta da primeira vez, com atitudes de resiliência, podemos ter uma vida profissional e pessoal com mais qualidade e assertividade.

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