Os 4 princípios do risco
A gestão de riscos é uma disciplina central no contexto de projetos e decisões estratégicas, refletindo sobre a incerteza inerente ao futuro. Os quatro princípios do risco elucidam as nuances que envolvem a identificação, compreensão e gestão dessas incertezas. Vamos explorar esses princípios com profundidade, compreendendo seu impacto e relevância.
1. O risco está na incerteza
O risco nasce da incerteza que permeia o futuro. Como eventos potenciais, os riscos ainda não existem; são possibilidades que habitam o reino do “poderia acontecer”. Isso significa que, embora possam ser imaginados ou estimados, os riscos não podem ser vivenciados até que, de fato, ocorram. Este é o coração do risco: a incerteza. Em um ambiente de projetos, onde o sucesso depende de inúmeras variáveis, o risco se manifesta como uma sombra que herda o caráter imprevisível do futuro. A incerteza torna o risco um fenômeno difícil de prever e gerenciar, o que exige das organizações uma vigilância constante e uma disposição para se adaptar.
2. O risco importa
Se o risco se concretiza, suas consequências são reais. E é aqui que reside a importância crítica de sua gestão. Onde quer que exista esforço humano para alcançar um objetivo, há também a presença de incertezas que podem afetar o resultado. O impacto dos riscos varia em intensidade e extensão, podendo ser desde um pequeno desvio nos cronogramas até um fracasso total do projeto. A gestão de riscos, portanto, assume a responsabilidade de identificar esses possíveis eventos futuros que poderiam influenciar negativamente os objetivos traçados. Essa prática não apenas preserva os recursos, mas também potencializa o sucesso. Um risco ignorado pode se transformar em um desastre, mas um risco bem administrado pode ser mitigado ou até mesmo eliminado.
3. O risco é um processo
A gestão de riscos é um processo estruturado e contínuo, desenhado para maximizar a eficiência e eficácia. Para que seja útil, o risco deve ser identificado, descrito e compreendido antes que qualquer ação seja tomada. Sem isso, não há como implementar estratégias eficazes de mitigação ou resposta. O processo de gestão de riscos envolve etapas como identificação, análise, avaliação, e ações de resposta e monitoramento. Sem uma resposta ativa e a implementação de ações, a gestão de riscos se torna apenas uma teoria vazia, incapaz de influenciar positivamente os resultados. A estrutura metodológica aplicada à gestão de riscos não apenas organiza o processo, mas também garante que ele seja cíclico, permitindo revisões constantes à medida que novas informações surgem.
4. O risco é configurado por pessoas
Nenhum processo de risco pode ser completamente automatizado. No centro da gestão de riscos estão as pessoas, que configuram seus limites por meio de julgamentos, estimativas e decisões. As pessoas são aquelas que decidem quais riscos priorizar, como abordá-los e quais ações tomar diante da incerteza. Além disso, os riscos são frequentemente influenciados por fontes veladas, como preconceitos, emoções e pressões externas, que afetam as decisões. Os gestores de riscos enfrentam a difícil tarefa de tomar decisões em um cenário de informações muitas vezes imperfeitas ou incompletas. Isso torna a gestão de riscos uma arte tanto quanto uma ciência, na qual a intuição e a experiência dos indivíduos desempenham um papel tão importante quanto as ferramentas e metodologias empregadas.
Os quatro princípios do risco — incerteza, importância, processo e configuração humana — destacam a complexidade desse fenômeno. A incerteza inerente ao futuro, combinada com a necessidade de ações concretas, faz da gestão de riscos uma atividade vital em qualquer empreendimento humano. O fato de que pessoas estão no centro desse processo reforça a necessidade de capacitação, julgamento criterioso e um entendimento profundo das dinâmicas que influenciam o risco.
A400M DASS Systems Engineer at Airbus Defense and Space GmbH
1 mAchei a sua análise bem racional e sistematizada, Wantuir Parabéns por mais um ótimo trabalho! 👏🏻
Engenheiro Eletricista | Especialista em Desenvolvimento e Integração de Sistemas | Engenharia Clínica e Aeroespacial
1 mUma visão muito bem descrita e genial como sempre. Compartilhar o conhecimento penso ser uma das mais nobres atitudes de um ser humano. Parabéns meu Caro !!!
Engineering Lead | Aerospace & Defense | Unmanned Aerial Systems | Aeronautics | Loads | Dynamics | Flutter
1 mMuito bom Wantuir Felippe S Jr .