Os bastidores dos jogos populares:
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Os bastidores dos jogos populares:

Criatividade e inovação e custos, numa jornada além da tela 


Os games capturam a imaginação e conectam pessoas de todos os cantos do planeta em aventuras épicas e competições acirradas. Mas você já se perguntou o que acontece antes do jogo chegar às suas mãos? Há um universo de criatividade e inovação, que transcende cada pixel que você vê na tela.

No mundo dos games, os títulos AAA representam o ápice da qualidade e da grandiosidade. Assim como nos blockbusters de Hollywood, esses jogos são conhecidos por seus orçamentos astronômicos e produções épicas. 

Aqui, tentaremos mergulhar nos bastidores dos jogos populares, desvendando os processos criativos e as tecnologias revolucionárias que moldam a indústria dos games. Prepare-se para uma exploração que revela mais do que apenas jogos; É a arte e a ciência que transformam ideias em realidades interativas.

Definindo o curso: E agora?

Com a demanda por um novo projeto identificada e uma visão clara da trajetória criativa a ser seguida, já tendo calculado os potenciais lucros e o impacto no mercado como um produto acabado, surge a questão: o que fazer quando o orçamento está aprovado e disponível para o estúdio? Este é o momento em que a visão se transforma em estratégia e as ideias começam a tomar forma concreta.

A partir dessa fase, algumas das etapas que se seguem são:

  • CONCEPÇÃO: É a fase inicial, onde surge a ideia do jogo, o seu conceito, o seu gênero, público-alvo, o seu objetivo, enredo, personagens, cenários, etc. Nesta fase, é comum que os desenvolvedores façam pesquisas, brainstormings, protótipos, testes e validações, para definir o escopo e a viabilidade do projeto.

  • DESIGN: É a fase onde se define a mecânica, a jogabilidade, a interface, a interação, a estética, o som, a música, a narrativa, o feedback, para citar algumas. Nesta fase, é comum que os desenvolvedores usem ferramentas como motores gráficos, editores de áudio, softwares de modelagem, para criar os elementos visuais, sonoros e lógicos do jogo.

  • PROGRAMAÇÃO: É a fase onde se implementa o código, a inteligência artificial, a rede, a segurança, a otimização, a depuração, etc. Nesta fase, é comum que os desenvolvedores usem linguagens de programação, frameworks, bibliotecas, APIs, etc., para dar vida e funcionalidade ao jogo.

  • PRODUÇÃO: É a fase onde se gerencia o cronograma, o orçamento, a equipe, a qualidade, a documentação, a comunicação, etc. Nesta fase, é comum que os desenvolvedores usem metodologias ágeis, ferramentas de gestão, plataformas de colaboração, entre outras, para coordenar e acompanhar o andamento do projeto.

  • DISTRIBUIÇÃO: É a fase onde se lança o jogo, o seu marketing, o seu suporte, o seu feedback, a sua atualização, etc. Nesta fase, é comum que os desenvolvedores usem canais de divulgação, lojas virtuais, redes sociais, serviços de nuvem, e mais., para publicar e promover o jogo.

Essas são algumas das fases que compõem o ciclo de desenvolvimento de um jogo, mas é importante ressaltar que elas não são lineares, nem fixas ou exclusivas. Elas podem se sobrepor, se repetir, se adaptar, se integrar, dependendo do tipo, do tamanho, do estilo, do contexto e da proposta de cada game.

Um processo flexível 

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As etapas que delineiam o ciclo de desenvolvimento de um jogo são apenas o começo de uma narrativa mais complexa. É de suma importância aqui ter em mente que essas fases não seguem um caminho claro e objetivamente delimitado. Elas são dinâmicas, capazes de se entrelaçar, se reconfigurar e se complementar, moldando-se ao perfil único de cada projeto. Seja qual for o gênero, o escopo, a estética, o ambiente ou a visão do jogo, o processo criativo é um organismo vivo, sempre pronto para evoluir e surpreender.

É super importante trazer aqui o reconhecimento do fato que os games são, mesmo enquanto um produto comercial e de arte, o resultado do esforço coletivo, uma verdadeira sinfonia de talentos onde cada profissional contribui com sua expertise única.

Essa diversidade de conhecimentos e habilidades é fruto de um cenário educacional ainda em crescimento, mesmo nos Estados Unidos, onde a oferta de cursos universitários dedicados a este setor é ainda limitada, quando comparada com a demanda da mesma indústria. 

Assim, a indústria de games se beneficia de uma rica tapeçaria de perfis, papéis e responsabilidades, tais como:"

  • GAME DESIGNER: É o profissional que projeta a experiência do jogo, definindo as suas regras, os seus sistemas, os seus desafios, os seus objetivos, etc.

  • PROGRAMADOR: Responsável por codificar o jogo, implementando as suas funcionalidades, as suas interações, as suas inteligências, etc, trazendo a visão da parte artística do processo para a linguagem que os computadores e console serão capazes de renderizar.

  • ARTISTA: É quem cria os elementos visuais do jogo, como os personagens, os cenários, os objetos, as animações, entre outros. Aqui estão englobados aspectos artísticos gerais, contudo, tipos distintos de artes requerem profissionais específicos para a execução de cada nuance do projeto.

  • DESIGNER DE SOM: É o profissional que cria os elementos sonoros do jogo, como os efeitos, as músicas, as vozes, entre outros aspectos relacionados ao som.

  • ROTEIRISTA: É o profissional que cria a história do jogo, definindo os seus personagens, os seus diálogos, os seus eventos, bem como outras demandas.

  • TESTADOR: É o profissional que verifica a qualidade do jogo, identificando e reportando os seus erros, as suas falhas, as suas melhorias, e pontos de atenção relacionados com o processo de experiência do usuário.

  • PRODUTOR: É o profissional que gerencia o projeto do jogo, coordenando a sua equipe, o seu cronograma, o seu orçamento, assim como etapas gerais da cadeia de desenvolvimento.

  • MARKETING: É o profissional que divulga o jogo, criando e executando as suas estratégias de marketing, de publicidade, de relações públicas, enfim, todo e qualquer canal de comunicação, tanto do projeto individual do game em si, como a própria comunicação do estúdio enquanto marca.

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A lista apresentada busca simplificar títulos e cargos, fins didáticos. No entanto, é importante notar que funções e atribuições de cargos podem variar significativamente ao redor do mundo, refletindo a diversidade cultural e as particularidades regionais da indústria de games.

Além dos profissionais já mencionados, a indústria conta com uma vasta gama de artistas e especialistas que enriquecem o universo dos jogos. Ilustradores que dão vida às visões dos criadores, modeladores que esculpem cada detalhe em 3D, animadores que transmitem movimento e expressão, dubladores que emprestam suas vozes para criar personagens memoráveis, músicos e compositores que criam trilhas sonoras épicas.

Não podemos também esquecer dos jornalistas e críticos que disseminam conhecimento, assim como youtubers e streamers que compartilham suas experiências e constroem comunidades. Cada um desses profissionais desempenha um papel vital na tapeçaria complexa e vibrante que é a indústria de games.

Mas, quanto custa essa brincadeira?

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Legal, a essa altura você já entendeu que a indústria de games movimenta bilhões de dólares, ok, mas em termos práticos, para desenvolver um jogo que irá esperar na sua árvore de natal no fim do ano para ser aberto, quanto custa para fazer um desses?

Bom, a verdade é que os custos podem ser tão variados quanto os próprios jogos. Desde produções independentes que podem exigir um investimento modesto, até grandes títulos que demandam orçamentos multimilionários, cada jogo é um universo financeiro à parte. A resposta não é simples, mas reflete a paixão e o esforço investidos em cada pixel."

Mas, não posso deixar você terminar este artigo sem sanar essa dúvida, não é mesmo? Então, vamos falar de números!

Tirando o escorpião do bolso

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Jogos AAA representam o ápice da indústria em termos de qualidade e escala. Estes são jogos com gráficos de alta definição, mecânicas de jogo complexas, narrativas envolventes e, frequentemente, mundos abertos vastos que oferecem centenas de horas de gameplay.

Para alcançar esse nível de excelência, os estúdios investem pesadamente em talentos especializados, tecnologias avançadas e campanhas de marketing globais. Como resultado, os orçamentos para esses jogos podem facilmente ultrapassar a marca dos $100.000, chegando até a $300.000.000 ou mais.

Tomemos, por exemplo, o caso de ‘Cyberpunk 2077’, uma das maiores produções da história dos videogames. Este título, desenvolvido pela CD Projekt Red, representou um investimento colossal, estimado em até 315 milhões de dólares. Esse valor reflete não apenas o custo de desenvolvimento em si, mas também os gastos com marketing, distribuição e suporte pós-lançamento. Com uma equipe de centenas de profissionais, gráficos de última geração, uma narrativa complexa em um mundo aberto e imersivo, ‘Cyberpunk 2077’ é um exemplo de como os jogos AAA podem exigir orçamentos comparáveis aos de grandes produções cinematográficas.

Cases de sucesso: 

The Last of Us (Part II)

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A Naughty Dog, o aclamado estúdio por trás de “The Last of Us Part 2”, buscou inspiração em jogos de renome como “Bloodborne” para criar uma experiência de jogo única. Nos primeiros meses de desenvolvimento, o jogo foi concebido como um mundo aberto inspirado pelo terror gótico de “Bloodborne”, focando em combates físicos intensos e uma exploração mais livre.

“The Last of Us Part 2” apresenta os maiores ambientes já criados pela Naughty Dog, seguindo o design mais amplo visto em “Uncharted: O Legado Perdido”. A cidade de Seattle serve como um hub central, ao redor do qual se desenrolam momentos cinematográficos. O jogo oferece uma sensação de mundo real, com várias ruas e edifícios para explorar, proporcionando uma experiência mais aberta e menos linear do que o jogo original.

A Naughty Dog aprimorou a renderização do mundo e dos personagens, além de realizar mudanças significativas nas mecânicas de jogo para criar uma experiência mais divertida e fluida. A equipe aplicou lições aprendidas em projetos anteriores e explorou completamente novos conceitos para elevar a qualidade do jogo.

“The Last of Us Part 2” não só se destacou pela sua qualidade técnica e narrativa, mas também pelo seu impacto cultural. Com um orçamento substancial, o jogo refletiu o compromisso do estúdio em entregar uma experiência que fosse tanto tecnicamente impressionante quanto emocionalmente envolvente.

US$ 220 milhões. Essa foi a quantia colossal investida no desenvolvimento de "The Last of Us Part 2", tornando-o um dos jogos mais caros da história.

Fatores que contribuíram para o alto custo:

  • Equipe de desenvolvimento extensa: Mais de 200 funcionários trabalharam no jogo por cerca de 6 anos.
  • Tecnologia de ponta: O jogo utiliza técnicas avançadas de captura de movimento, animação e renderização.
  • Ambientação extensa e detalhada: O mundo do jogo é rico em detalhes e oferece grande liberdade de exploração.
  • Histórico complexo e emocional: A narrativa envolve temas pesados e exigiu um grande trabalho de roteiro e atuação.

Embora o custo de desenvolvimento tenha sido alto, "The Last of Us Part 2" foi um grande sucesso comercial e de crítica. O jogo vendeu mais de 10 milhões de cópias e recebeu diversos prêmios, incluindo Jogo do Ano.

O alto custo de "The Last of Us Part 2" demonstra o compromisso da Naughty Dog em criar experiências de jogo excepcionais. O sucesso do jogo comprova que essa estratégia é válida, e que o público está disposto a pagar por jogos de alta qualidade.

Marvel’s Spider-Man 2

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O estúdio da Sony, Insomniac Games, que já é conhecido por sua inovação qualidade, não poupou esforços para criar uma Nova York ainda mais expansiva e detalhada para experiência de jogar na pele de um dos heróis mais conhecidos do cinema e quadrinhos. O jogo do Homem Aranha apresenta uma versão da cidade quase o dobro do tamanho do jogo anterior, com bairros adicionais como Queens e Brooklyn, proporcionando um playground urbano vasto e imersivo.

O jogo destaca-se por permitir que os jogadores controlem tanto Peter Parker quanto Miles Morales. Cada personagem possui seu próprio estilo de movimentação e habilidades, refletindo a diversidade e profundidade do universo do Homem-Aranha. A equipe de desenvolvimento focou em animações distintas e dinâmicas para cada herói, enriquecendo a experiência de jogo.

Desenvolver um jogo dessa magnitude envolve superar desafios técnicos significativos. A equipe da Insomniac trabalhou arduamente para otimizar o desempenho no PS5, garantindo que a jogabilidade fosse suave e visualmente impressionante. Isso incluiu a implementação de novos dispositivos e trajes, cada um com suas próprias animações e funcionalidades.

“Marvel’s Spider-Man 2” teve um orçamento de produção de aproximadamente US$ 315 milhões. Esse valor incluiu não apenas os custos de desenvolvimento, mas também despesas com direitos autorais, marketing e distribuição. A Insomniac Games projetou a venda de 10,5 milhões de unidades, visando um retorno sobre o investimento de 35% e lucros totais de US$ 75 milhões.

O lado mais “arte na praia” da indústria

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Jogos mais simples, como os projetados para plataformas móveis ou desenvolvidos por estúdios independentes, possuem orçamentos mais modestos. Isso se deve à menor complexidade gráfica, ao uso de ferramentas de desenvolvimento mais acessíveis e, muitas vezes, à natureza mais compacta do jogo.

Esses projetos podem ser realizados com orçamentos que variam de US$10.000 a US$50.000, permitindo que desenvolvedores independentes e pequenos estúdios criem jogos inovadores e envolventes sem a necessidade de grandes investimentos.

Eles podem não ter os gráficos espetaculares ou as campanhas de marketing massivas, mas compensam com criatividade e paixão. Jogos como ‘Stardew Valley’, ‘Undertale’ e ‘Hollow Knight’ são exemplos de sucessos indie que foram desenvolvidos com recursos limitados e conquistaram grandes comunidades de fãs.

É importante notar que esses valores não são fixos e podem variar significativamente com base em fatores como a localização do estúdio, a duração do desenvolvimento, as expectativas de vendas e a estratégia de lançamento.

Além disso, o marketing e a publicidade podem representar uma parcela substancial do orçamento total, especialmente para jogos que buscam alcançar um público global.

Em resumo, o custo de desenvolvimento de um jogo é uma combinação de vários elementos, incluindo design, programação, arte, som, testes e marketing. Cada um desses elementos requer recursos e investimentos que, juntos, definem o orçamento final do projeto."

Basicamente…

Após desvendarmos os bastidores da indústria de games, fica evidente que a criação de um jogo vai além de pixels na tela. É uma jornada épica que transborda paixão, inovação e engenhosidade. Desde a concepção inicial até o lançamento e além, cada etapa exige dedicação e expertise de uma equipe multidisciplinar.

Os custos de desenvolvimento variam consideravelmente, desde investimentos modestos em jogos indie até orçamentos multimilionários em títulos AAA.

Cada projeto enfrenta seus próprios desafios técnicos e criativos, mas a recompensa é a oportunidade de criar algo único e memorável que conecta pessoas e transcende barreiras geográficas e de idiomas.

Com o constante avanço da tecnologia e a ascensão de plataformas inovadoras, o futuro dos games se mostra promissor e cheio de possibilidades. Novas ferramentas democratizam o acesso à criação de jogos, enquanto a comunidade global de jogadores se torna cada vez mais engajada e exigente.

Então…

A indústria de games é um universo vibrante e em constante evolução, onde sonhos se transformam em realidade. Cada jogo é uma obra de arte única, fruto da paixão e do talento de uma equipe dedicada. 

Em um mundo cada vez mais conectado, os games se consolidam como uma forma de arte poderosa, capaz de conectar, emocionar e inspirar.

Que a paixão por criar e jogar continue impulsionando a indústria a novos patamares, tecendo histórias e experiências que transcendem gerações."

Obrigado por chegar até aqui! 


Este artigo faz parte de uma série que eu chamo NEGÓCIOS EM JOGO, uma newsletter de frequência mensal.

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NOTA DE TRANSPARÊNCIA: Escrever este artigo foi como uma aventura em dupla: eu e a inteligência artificial (IA). Ela me auxiliou na pesquisa e na otimização do texto, enquanto eu supervisionei tudo, da ideia inicial à publicação final. Afinal, a palavra final sempre será minha!

A IA, como um cão farejador experiente, encontrou as melhores fontes de informação. E, como um editor dedicado, revisou o texto, sugerindo melhorias e aprimorando a qualidade do material.

Embora a IA seja uma parceira valiosa, ainda há espaço para evoluir. No futuro, pretendo aprimorar minhas habilidades de escrita e usar a IA como um turbo para ampliar o alcance do meu trabalho.

Obrigado pelo seu tempo! Até a próxima!



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