Os desafios e estratégias na gestão de empresas familiares

Com a crise econômica e o aumento do desemprego, as empresas familiares ganharam ainda mais espaço. Segundo dados do Sebrae, 85% dos negócios brasileiros se encaixam nessa categoria, o que demonstra a enorme representatividade nos resultados da economia do país.

Embora sejam fundamentais para o mercado nacional, o número de organizações familiares que encerram as atividades em pouco tempo é alto. Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que apenas 30% dessas empresas sobrevivem até a segunda geração, enquanto 5% chegam até a terceira.

Os desafios da gestão familiar são os principais responsáveis por este cenário. O conflito entre sócios está na liderança do ranking de empecilhos, o que deixa clara a necessidade de uma política de governança bem estruturada. É importante definir uma hierarquia de cargos, além da clareza na definição do job description de cada um dos gestores.

É importante salientar a diferença entre sócios e proprietários daqueles que desempenham um papel no dia a dia do negócio. Os gestores, que nem sempre são pessoas da família, devem prestar contas aos acionistas e, claro, precisam ser respeitados em relação às tomadas de decisão, pertinentes à sua posição.

Outro ponto que deve ser observado para o crescimento das empresas familiares é a sucessão do negócio. Quando o fundador passa o bastão, a falta de um plano claro de transferência de função pode refletir nos números do negócio. Para evitar esse tipo de situação, o ideal é preparar a transição junto ao fundador. Quando um herdeiro é colocado na função sem o background adequado, uma história de sucesso pode ser comprometida.

Abrir espaço para as novas gerações, introduzi-las no dia a dia do negócio e confirmar o interesse dos envolvidos é uma medida que pode ajudar a minimizar os riscos. O herdeiro ainda deve demonstrar capacidade técnica e competência para assumir uma posição de liderança na companhia.

Ainda vale lembrar que a inovação deve estar na pauta das empresas familiares, não apenas nos negócios, mas principalmente na sua gestão. Acompanhar os avanços e estar na linha de frente da evolução já é metade do caminho em busca do sucesso.