Os impactos da pirataria no comércio internacional
A pirataria marítima não é um fenômeno recente. Ao longo da história, os mares foram palco de inúmeros atos de pirataria, motivados por diversos fatores, como a busca por riquezas, a vingança e a necessidade de sobrevivência. No entanto, nos últimos anos, a pirataria tem apresentado novas características e desafios, impulsionada por fatores como a globalização, o aumento do comércio marítimo e a instabilidade política em algumas regiões.
Um dos principais impactos da pirataria marítima é o aumento dos custos para o comércio internacional. Os ataques piratas elevam os custos de seguro para navios que transitam por áreas de risco, encarecendo os produtos transportados por mar e, consequentemente, o preço final para o consumidor. Além disso, a pirataria disrupta as cadeias de suprimentos, causando atrasos na entrega de produtos e gerando escassez em determinados mercados.
Nos últimos seis meses, a região do Chifre da África tem enfrentado um aumento alarmante na pirataria, superando qualquer outro período dos últimos seis anos, conforme relatado pelo Royal United Services Institute (RUSI). A pirataria na costa da Somália havia diminuído desde seu pico em 2011, quando piratas somalis realizaram 212 ataques. No entanto, a recente escalada de incidentes, especialmente desde novembro passado, tem alarmado analistas e autoridades. Dan Mueller, analista chefe da empresa de segurança marítima Ambrey para o Oriente Médio, destacou que cerca de 20% dos incidentes de pirataria somali desde novembro têm visado navios mercantes. O impacto econômico da pirataria é significativo, com um estudo do Banco Mundial de 2013 estimando que o custo anual global da pirataria atinge cerca de US$ 18 bilhões.
No Estreito de Cingapura, embora os incidentes sejam frequentemente classificados como crimes oportunistas de baixo nível, a taxa de sucesso é preocupante, com 95% dos ataques relatados resultando em sucesso. A crescente insegurança nas rotas marítimas tem levado a um aumento na demanda por serviços de segurança marítima. De acordo com Research And Markets, o mercado de segurança marítima, que cresceu para US$19,85 bilhões em 2023, deve atingir US$21,18 bilhões em 2024 e alcançar US$25,93 bilhões em 2028.
Além disso, as linhas de transporte marítimo no Mar Vermelho, através do qual transita cerca de 15% do tráfego mercante mundial, tornaram-se extremamente perigosas para o tráfego de navios mercantes. Isso se deve aos contínuos ataques perpetrados pelos rebeldes Houthis, que intensificaram suas ações após o agravamento do conflito na Faixa de Gaza. Por conta dos ataques, o tráfego de navios mercantes tem sido redirecionado ao redor do Cabo da Boa Esperança, com grandes empresas de transporte marítimo, como CMA CGM, MSC, Maersk e Hapag Lloyd, interrompendo suas rotas através do Mar Vermelho. No entanto, essa reorientação das rotas acrescenta às viagens cerca de 10 dias, elevando os custos para as transportadoras e, consequentemente, aos clientes.
Essa situação tem gerado preocupações crescentes não apenas para os países diretamente envolvidos nos conflitos, mas também para as nações dependentes das rotas marítimas para o comércio internacional, como é o caso do Brasil. Dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento mostram que cerca de 80% do comércio global é realizado por via marítima. No Brasil, esse percentual é ainda mais significativo, atingindo aproximadamente 95%, conforme dados da Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas. Assim, esses eventos afetam os prazos de entrega e aumentam os custos do transporte marítimo. O aumento dos seguros dos navios, as medidas de proteção adicionais e a necessidade de desviar rotas para contornar áreas de risco resultam em custos elevados e empecilhos à livre navegação comercial.
Nesse sentido, a logística operacional oferece uma série de ferramentas e estratégias para reduzir os riscos da pirataria. A análise de risco, por exemplo, permite identificar as rotas marítimas mais vulneráveis e implementar medidas de segurança adicionais nessas áreas. O monitoramento em tempo real da posição dos navios, por meio de sistemas de rastreamento por satélite, possibilita a detecção precoce de ameaças e a tomada de medidas evasivas. Por isso, ter uma plataforma digital que permite o controle e acompanhamento individualizado dos processos de Exportação e Importação de sua empresa, agregando informações logísticas que proporcionam uma gestão rápida, eficiente e responsável, demonstra-se essencial no cenário de instabilidade no comércio internacional. Te convidamos, portanto, a conhecer todas as funcionalidades do COLABORA INTERNACIONAL!
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REFERÊNCIAS: