Os jovens e seu papel na transformação das empresas

Esta semana tive a alegria de visitar o NAVE Rio, escola estadual que faz parte do programa de educação desenvolvido pela Oi há mais de dez anos, no Rio de Janeiro e em Pernambuco, em parceria com os respectivos governos estaduais. A participação da Oi no NAVE é feita pelo Oi Futuro, nosso instituto de inovação e criatividade. À primeira vista, o que impressiona é o ambiente moderno e a infraestrutura tecnológica da escola. Mas, num segundo momento, percebi que a inovação do NAVE não está nos equipamentos: está nas relações humanas, na forma inovadora que os estudantes são estimulados a aprender e a pensar.

A visita me fez lembrar de uma vez na minha escola no Piauí, quando eu era garoto. A professora estava ensinando números ordinais e mostrou a figura de um cachorro correndo na terceira posição. Ela perguntou à turma: “Em que posição está o cachorro?”. Nisso, um menino magricela rapidamente levantou e respondeu: “Ele está em pé, professora!”. Todo mundo riu, mas naquele momento eu entendi o que é ser inovador: é sair do óbvio, é olhar o mundo por um ângulo diferente. Hoje, esse menino é um dos maiores empreendedores que conheço.

Naquele tempo, a escola não estimulava esse tipo de aprendizado, não havia essa liberdade nem essa visão. Porém, hoje a inovação e a criatividade são fundamentais na formação das crianças e dos jovens. Mas como será que se ensina a ser criativo e inovador? O NAVE mostra que isso é possível, com uma metodologia que dá liberdade ao jovem para aprender e criar do seu jeito, colocando a mão na massa de verdade.

Durante a visita – que aliás foi toda guiada pelos próprios alunos e alunas – foi apresentada uma produção riquíssima dos estudantes em diversas mídias: filmes, aplicativos, games, jogos de tabuleiro, todos criados em oficinas dentro da escola, combinando os conteúdos de disciplinas diversas. Chamou atenção que todos os projetos partiam de problemas reais da sociedade, da vida cotidiana desses jovens, dando um sentido para esses conhecimentos. Mostraram, por exemplo, uma tabela periódica que eles construíram relacionando a química a informações sobre nutrição saudável e o corpo humano, o tipo de atividade que dá um novo significado para tudo aquilo que se aprende na escola.

Também tive a chance de conversar com um grupo de ex-alunos do NAVE que hoje trabalha dentro da Oi. São residentes digitais contratados por meio do programa Geração NAVE. Essas moças e rapazes hoje estão atuando diretamente na transformação digital da companhia, e a contribuição deles – com suas ideias, sua visão de mundo e a experiência que têm como egressos de uma escola inovadora como o NAVE – é fundamental para pulsar aqui dentro da Oi.

Ao mesmo tempo, o programa abre as portas do mercado de trabalho para esses jovens profissionais, que contaram um pouco sobre os desafios e o dia a dia na Oi. Para eles, a experiência deste primeiro ano na área Digital tem sido muito positiva, porque encontraram um ambiente de trabalho que estimula a criatividade, onde existe liberdade para falar com os superiores e para olhar os desafios por outros ângulos. “Às vezes a gente entra numa “viagem”, mas acho que isso é bom”, me contou a designer Stephany Lisboa, que faz parte do time de residentes oriundos do NAVE.

A fala da Stephany me faz refletir sobre a importância dessas “viagens”, dessa vontade de experimentar e de fazer diferente, que é absolutamente necessária para inovar, para “decolar”. Quando a gente viaja, a gente enxerga o mundo diferente e traz o diferente para o dia a dia. Pensar diferente é importante para chegar ao melhor resultado. Seja na escola ou na empresa, esse olhar inquieto e viajante sobre os desafios precisa ser sempre estimulado, tanto no âmbito micro quanto no macro. É nesse ambiente de estímulo e de liberdade para experimentar que nascem as boas ideias. E é assim que renovamos a Oi.