OS MÉDICOS VÃO PERDER ESPAÇO PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

OS MÉDICOS VÃO PERDER ESPAÇO PARA A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

A resposta para a pergunta acima é bastante simples: não! Os médicos são e continuarão sendo essenciais em qualquer sociedade.

De forma alguma, porém, isso significa dizer que o médico pode desconhecer novas ferramentas que estão à sua disposição.

A tecnologia, bem utilizada, complementa o domínio técnico, a sensibilidade, a ética e a experiência do profissional, habilidades sem as quais nem podemos falar em medicina. Na prática do dia a dia, máquinas aumentam a eficiência do indivíduo e sua assertividade em muitas áreas.

A inteligência artificial é a novidade da hora, mas o raciocínio acima é válido desde sempre. O estetoscópio já foi inovação – assim como o Raio X, a Ressonância e os equipamentos miniaturizados. Ou seja: computadores com capacidade de aprendizagem e geração de novos conhecimentos podem ser surpreendentes e um pouco assustadores, mas não a ponto de merecerem desprezo.

Então podemos avançar em outra resposta para a pergunta que abre o texto.

Os médicos não vão perder espaço para a IA. Mas médicos que não usarem a nova tecnologia podem perder oportunidades que ficarão nas mãos de profissionais que saibam usar as ferramentas.

Alguns médicos já saíram na frente. Pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) feita com 2.057 gestores de estabelecimentos de saúde e 2.021 profissionais de saúde de todo o País mostra que 23% dos médicos realizaram algum tipo de capacitação e formação na área de informática em saúde nos 12 meses anteriores às entrevistas. Eles estudaram principalmente segurança do paciente (95%); ética, segurança e privacidade (85%); análise de dados e informação (84%); qualidade dos dados (82%) e cuidados centrados na pessoa (80%).

A tecnologia chegou com força aos estabelecimentos de saúde. A pesquisa mostra que 92% deles usam sistemas eletrônicos para o registro de informações dos pacientes.

A Inteligência Artificial Generativa ainda é novidade, mas avança. A ferramenta é utilizada por 17% dos médicos que participaram do levantamento (o índice é de 14% nos estabelecimentos públicos e 20% nos privados). O uso se dá principalmente para pesquisas e como auxiliar em relatórios.

O quadro e o avanço tecnológico que já vivenciamos não nos permitem fazer projeções exatas sobre o avanço dessas tecnologias na medicina. A IA pode e vai ser usada. Mas é fundamental estabelecer algumas condições que precisam ser observadas pelo profissional desde já e em todos os momentos.

A IA não substitui o conhecimento técnico e a atenção humana ao paciente. As mãos, os olhos, os ouvidos e o cérebro continuam sendo os instrumentos mais importantes do trabalho médico.

A ética é essencial.

A tecnologia é ferramenta – não um fim em si mesma.

A IA, como tantas outras tecnologias, exige que o profissional estude, tenha outros conhecimentos e exercite a sensibilidade para entender quais perguntas devem ser feitas e como cada resposta precisa ser compreendida.

A discussão sobre a inteligência artificial na medicina está no início.

O maior aprendizado, até aqui, é bastante simples: não vale a pena simplesmente descartar a inovação. Estude e entenda como – e se – a ferramenta pode ajudá-lo. Aprender algo novo, mesmo se a opção final for por não usar o conhecimento, nunca é demais.

Alexandra Zunino Slonski

Clean beauty 💙 Founder / CEO Lazú Entusiasta da Beleza Limpa Apaixonada pela beleza e por histórias

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Exatamente! Estudar a ferramenta para concluir se ela será útil para o profissional é essencial!

Cibele Schuelter

Especialista em Marketing e Inteligência Artificial. Consultora da Hoper Educação. Mentora e Palestrante.

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Excelente reflexão!

Marcelo Kierszenbaum

⬛ Ex-médico. ⬛ Falo o que você gostaria de falar, mas não tem coragem. ⬛ Te ajudo a fazer dinheiro, não a alimentar teu ego. ⬛ Vai lá no Instagram @marcelo.kierszenbaum e no meu site.

1 m

Quem aprende a vender não se preocupa com IA.

Robertson Bernardo, TCBR, MD

Médico Radiologista-Neurorradiologista CRMMG 35692 - RQEs 29839/29200 | Conselheiro CRM-MG (2023/2028) | Membro da CODAME do CFM

1 m

Excelente meu amigo. A parte da “ética é essencial” é um belo mercado aberto. Adequar princípios e conceitos éticos a todo esse momento disruptivo talvez seja um dos grandes potenciais de diferenciação de todo o processo.

Conhecimento não ocupa espaço na mente, no entanto sempre colabora para melhores e mais precisas decisões. Portanto, que seja bem-vinda a Inteligência Artificial.

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