Os profissionais de RH estão preparados para contratar pessoas com deficiência?
Jaques Haber
As empresas do futuro são inclusivas I Acessibilidade Digital I Diversidade e Inclusão
Os profissionais de recursos humanos têm um papel de suma importância para a inclusão das pessoas com deficiência nos mais diversos cargos e empresas. Por entender a relevância desse processo, a i.Social busca, desde 2011 por meio da pesquisa “Profissionais de recursos humanos – expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, orientar as empresas em seus caminhos inclusivos e qualificar o processo de contratação de trabalhadores com deficiência.
Profissionais de RH e inclusão de pessoas com deficiência: preparo dos pesquisados
A terceira edição da pesquisa “Profissionais de recursos humanos – expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, contou com a participação de 1.459 profissionais de RH (gerentes, analistas, coordenadores, entre outros) e foi realizada em parceria com a Catho e apoio da ABRH Brasil. Nesta edição de 2016, estabelecemos comparações com os dados de 2015 e 2014 e apontamos as diferenças e manutenções das opiniões e percepções dos respondentes acerca dos principais temas inerentes a inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
A pesquisa aponta que o número de profissionais de recursos humanos que já tenham entrevistado ou contratado candidatos com deficiência está aumentando, da mesma forma em que o conhecimento sobre a Lei de Cotas e a Lei Brasileira de Inclusão também vem progredindo. Por outro lado, a falta de preparo ou treinamento para entrevistar PCDs ainda leva à resistência para a contratação desses candidatos, algo que contribui para a formação de discriminações quanto à real capacidade dos mesmos.
Leia o post anterior: Profissionais de RH e inclusão de pessoas com deficiência: novas expectativas.
A inclusão é um processo bidirecional, ou seja, é importante escutarmos tanto as pessoas com deficiência, quanto as empresas, representadas pelos seus profissionais de recursos humanos. Assim, alcançamos uma visão ampla do processo de inclusão e um retrato fiel do cenário e dos principais desafios a enfrentar.
Preparo dos profissionais de recursos humanos
Cerca de 76% dos 1.459 pesquisados já entrevistaram pessoas com deficiência e, destes, 65% informam que poderiam estar melhor preparados para tal função, o que representa uma fragilidade do processo de inclusão, ao mesmo tempo em que identifica uma oportunidade para que as empresas invistam mais em treinamentos específicos para os profissionais de RH.
Ainda, quando perguntados sobre sua capacidade de oferecer suporte aos gestores de pessoas com deficiência, 65% afirmaram que poderiam estar melhor preparados. Esse dado é preocupante, visto que os gestores são fundamentais ao processo de inclusão, afinal são eles que decidem sobre a contratação dos profissionais com deficiência e que os gerenciam. Sem suporte adequado, o risco de má gestão é amplificado, ocasionando situações de exclusão dentro do próprio ambiente de trabalho, falta de assistência adequada ou diferenças de tratamento e oportunidades.
Aumento significativo de profissionais que já entrevistaram pessoas com deficiência: 76% em 2016 ante 65% em 2015.
Gestor
Outro dado preocupante identificado na pesquisa diz respeito à receptividade dos gestores para com os candidatos com deficiência. 59% dos entrevistados afirmaram que os gestores têm resistência em entrevistar e/ou contratar profissionais com deficiência; por outro lado, é perceptível o aumento entre os que não apresentam resistência: 41% em 2016 ante 33% em 2015.
Há uma diminuição da resistência do gestor em entrevistar pessoas com deficiência, segundo a percepção de 59% dos entrevistados, e um aumento na condição de não haver resistência para 41% em 2016.
Além disso, 94% dos respondentes consideram que os gestores necessitam de mais informações sobre contratação e gerenciamento de pessoas com deficiência, revelando que ainda existem muitas barreiras a serem derrubadas e muito trabalho a ser feito com os gestores. Esses índices praticamente se mantiveram com relação a 2015 e 2014, o que revela que pouco foi feito no sentido de capacitar gestores e profissionais de RH para a inclusão e gestão de pessoas com deficiência.
Permanece inalterada a opinião dos entrevistados de que os gestores tem necessidade em ter mais informação para entrevistar e gerenciar pessoas com deficiência.
A pesquisa “Profissionais de recursos humanos – expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho” tem o objetivo de orientar os profissionais de RH na condução de ações e programas de inclusão de pessoas com deficiência no ambiente corporativo. Faça o download das edições anteriores: isocial.com.br/isocial-download.
Especialista em Administração Pública | Especialista em Gestão de Pessoas | Bacharel em Administração |
8 aTrabalho atualmente em uma empresa onde a contratação de PCD's é muito grande (inclusive sou um desses contratados!) e o processo de inclusão tem melhorado muito! Antes notava-se que eram apenas contratados para o setor de Atendimento e agora tem se dispersado essa contratação entre os demais setores. Muitos desses profissionais contratados tinham a ideia de que estavam amparados pela lei de cotas e pela dificuldade se encontrar PCD"s para contratação e por isso não levavam as suas funções/obrigações a sério. A empresa está passando por reestruturação há alguns anos com a gestão de pessoas e lendo os comentários de vocês noto o quão triste ainda é a forma como nós somos vistos no mercado de trabalho. Eu lutei e luto muito pra mostrar na empresa ou em qualquer âmbito da minha vida que sou muito além daquilo que aparento ser e tentar quebrar esse preconceito! Boa sorte a todos. Abraços! (:
Analista de segurança da informação | Cybersecurity | Blue Team | PCD
8 aAcho que as empresas devem parar de dividir quem é PCD ou não..isso já se torna um preconceito. Temos que ser tratados como qualquer pessoa. A Deficiência está nos Olhos de Quem Vê! Stephen Hawking está aí para provar que há muito mais numa mente de um corpo inerte do que podemos imaginar. Abs
Instrutor de formação profissional | SENAI São Paulo
8 aLeandro compartilho de sua indignação, eu tbm sou engenheiro, porém eletricista com 14 anos de formado, tbm estou desempregado e passando pela mesma dificuldade. Infelizmente é a nossa realidade e a mudança de mentalidade das pessoas em relação aos profissionais PCDs infelizmente está longe de ser alcançada em nosso país.
Workflow Specialist na A.P. Moller - Maersk
8 aSou engenheiro mecânico, pós graduação em gestão de energia, e no meio deste ano decidi iniciar o mestrado em engenharia mecânica, no momento estou sem trabalho. Mês passado recebi um telefonema de uma grande empresa me oferecendo uma vaga (pcd) os cargos eram ajudante geral, repositor, assistente de almoxarifado (salário R$1200,00 e uma folga por semana). Eu perguntei onde ela havia pego meu currículo e ela me disse "então a vaga é para pcd e eu vi aqui no seu currículo que você se encaixa", não que eu tenha alguma coisa contra esses cargos, até porque na minha adolescência já vendi picolé na rua, já lavei prato em restaurante, já fui servente de pedreiro, mas, eu decidi estudar e evoluir profissionalmente, como deve ser. Eu agradeci a oportunidade e disse que não tinha interesse, mas, fiquei indignado pois a única coisa que ela leu é que eu sou pcd. Eu gastando um dinheiro que nem tenho para investir na minha formação e concluir esse mestrado pra receber proposta de ajudante geral é triste. Superar a deficiência é fácil, difícil mesmo é superar o preconceito das pessoas.
Planejamento Financeiro, Cost Control Budget- PCD - Negro - HR Analyst - Power BI
8 aIndependente de sermos formados, acham que só servimos para vagas operacionais