Os três níveis de inovação e como ela pode ou não funcionar nas empresas

Inovação está em alta e muitas são as pessoas e empresas apostando suas fichas nessa palavrinha mágica. Shapiro (2011) em seu livro "Não elogie o funcionário por fazer bem o seu trabalho", comenta sobre três níveis de inovação.

O nível 1: Inovação como um evento

A maioria das empresas está neste nível e costumam colocar a missão de inovar em ações como sessões de brainstorming ou promoção de concursos para geração de novas ideias em certos período, buscando alguma que gere valor para a organização. Em alguns casos a ideia pode gerar um valor enorme, como foi o caso dos post-its da 3M, mas na maioria dos casos  existe uma grande quantidade de trabalho para gerar uma boa ideia e colocá-la em prática.

O nível 2: Inovação como uma competência

Aqui a organização cria estruturas e processos para definir problemas, gerar e avaliar soluções, e para desenvolver planos de ação a fim de por em prática essas soluções. O resultado é uma entrega realista baseada em um desafio ou em uma oportunidade organizacional.

O nível 3: Inovação como um sistema

Este é o nível máximo e está relacionado com a criação de um ambiente no qual a inovação está incorporada em tudo o que se faz, algo separado do negócio em si. Com a inovação incorporada, as pessoas inovam não apenas para lidar com problemas ou desafios, mas para lidar com tudo o que fazem, melhorando produtos, processos e a própria empresa.

Para começar a inovar é preciso criar um ambiente no qual a criatividade seja encorajada.

Porém, com muita frequência as organizações pedem que seus funcionários sejam criativos, mas quando eles o são e ficam animados para gerar novas ideias, encontram ambientes e posturas que abafam a criatividade e a inovação, funcionando como um balde de água fria. Assim, tornam-se frustados e insatisfeitos. 

A verdade é que ideias criativas sem um ambiente que encoraja a inovação, levam à insatisfação. Para inovar, de fato, é preciso antes trabalhar para a promoção de uma cultura de inovação, que deve ser colocada em prática dentro da empresa antes de incentivar que os funcionários sejam criativos e inovadores.

Para inovar, ao invés de pensar fora da caixa, encontre uma caixa melhor a partir do qual os funcionários possam inovar. Em minha equipe gosto de cultivar um ambiente em que todos nós devemos pensar juntos para encontrar uma solução e tenho visto ideias incríveis nascerem. Busco me reunir com eles para conversar sobre a área e nossas atividades ao menos uma vez por semana e por meio de um papo descontraído comentamos sobre possíveis novas formas de obter resultados melhores. Desde que fiz isso e parei de eu mesma definir que tarefas cada um deveria realizar, notei um entrosamento maior da equipe e ideias realmente interessantes nascendo. Neste sentido, cito a criação da pasta de dentes Signal White Now pela Unilever. Ela contém um corante azul que cria uma ilusão de ótica imediata nos dentes, fazendo com que pareçam mais brancos. Para chegar a este produto foi necessário reunir pessoas com diferentes especializações e juntas elas descobriram que o corante seria uma alternativa para não usar métodos tradicionais para clareamento com cloro ou abrasivos.

Em relação a inovação, não necessariamente as empresas com mais dinheiro vão sobreviver, mas as mais inteligentes, que se adaptam e evoluem em resposta às constantes mudanças do mercado.

Simplificar, às vezes é a melhor forma de inovar. E inovar você mesmo, seu modo de agir, de trabalhar e de conduzir uma equipe é o primeiro passo para que exista um ambiente propício e estimulador para que a inovação realmente comece a acontecer.

Referência:

Shapiro, Stephen M. Não elogie o funcionário por fazer bem seu trabalho e outras 40 práticas obsoletas que repetimos nas empresas. São Paulo : Leya, 2012.