Ouro Preto tem maior taxa de sobrevivência entre MPEs

Ouro Preto tem maior taxa de sobrevivência entre MPEs

Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, com tradicional vocação para o turismo, é o município com a maior taxa de sobrevivência de micro e pequenas empresas (MPEs) do País. De acordo com o estudo “Sobrevivência das empresas no Brasil”, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com empresas criadas em 2012 e que se mantiveram no mercado até 2014, a taxa da cidade histórica ficou em 86%, enquanto a média do Estado foi de 77,4% e a nacional de 76,6%.

Na prática, isso quer dizer que, a cada 100 empresas da cidade mineira, 86 permaneceram em operação após os dois primeiros anos de existência, intervalo em que ocorrem os maiores índices de fechamento de negócios.

De acordo com a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Venússia Santos, muitos fatores colaboram para a sobrevivência ou não dos empreendimentos. Estes podem estar relacionados tanto ao ambiente que a empresa está inserida, legislação vigente, concorrência e consumo local quanto a fatores internos da própria empresa, como boa gestão e conhecimento do negócio.

“Embora não seja possível especificar os fatores determinantes para o resultado observado no município de Ouro Preto, é bem provável que a cidade conte com um conjunto de questões que favoreceram o desempenho”, observa a especialista.

No caso de Minas Gerais, a analista destaca que o resultado não foi tão diferente do restante do País, mas apareceu entre as unidades da Federação com taxas superiores à média nacional (76,6%). Segundo ela, a cada 100 empresas mineiras que abriram em 2012, pelo menos 23 fecharam as portas até o fim de 2014.

Ainda em relação aos fatores que levam ao fechamento das empresas, o estudo destaca que antes da abertura do negócio, uma proporção maior de empreendedores que encerraram as atividades estava desempregada, possuía pouca experiência no ramo, abriu a empresa por necessidade, não planejou ou teve menos tempo para planejar a empresa.

Por estas razões, após a abertura do negócio, os empreendedores tiveram dificuldades gerenciais, não conseguiram empréstimos em bancos, não aperfeiçoaram seus produtos/serviços, nem investiram na capacitação da mão de obra, inovando menos e deixando de lado o acompanhamento rigoroso de receitas e despesas.

A pesquisa mostra ainda que, além de Ouro Preto, que conquistou o primeiro lugar no ranking dos 454 municípios brasileiros que tiveram 500 ou mais empresas constituídas em 2012, outras 35 cidades mineiras ficaram acima da média nacional. São elas: Vespasiano, Santa Luzia, Sete Lagoas, Conselheiro Lafaiete, Betim, Ponte Nova, Divinópolis, Viçosa, Sabará, Ibirité, Contagem, Nova Serrana, Pouso Alegre, Itajubá, Timóteo, Lagoa Santa, Unaí, Barbacena, Araxá, Paracatu, Ipatinga, São João del-Rei, Cataguases, Formiga, Juiz de Fora, Governador Valadares, Ubá, João Monlevade, Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Ituiutaba, Alfenas, Lavras, Varginha e Ribeirão das Neves.

Belo Horizonte - Entre as capitais, Belo Horizonte foi a terceira com o maior número de estabelecimentos de pequeno porte criados em 2012 (33.606 empresas). Porém, no ranking das capitais com as melhores taxas de sobrevivência, ficou em 13º lugar, com o índice de 76%.

“No caso da Capital, a diversificação da economia contribui para a criação de empresas, uma vez que conta com grande mercado consumidor e as empresas têm acesso a uma série de instituições de apoio e treinamento. Justamente por estas questões é que a taxa de sobrevivência pode melhorar”, conclui Venússia Santos.

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