A pandemia da (des)informação

A pandemia da (des)informação

COVID-19 e o desafio da Comunicação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou no dia 11 de março que vivemos uma pandemia do novo coronavírus. Em consulta realizada no momento da redação do texto (30/03/2020), o site do El País, apontou um total de 697.013 casos do vírus confirmados no mundo e 4.256 no Brasil.

O COVID-19 está em todas as redes sociais, telejornais, impressos, no ambiente do trabalho e no grupo de whatsapp da família. As mensagens trocadas no mundo inteiro, em absoluta maioria, são sobre a pandemia do coronavírus.

Tem vídeo, áudio e mensagens de texto de especialistas em economia, de infectologistas, de médicos, de enfermeiros, dos membros da política - esfera federal, estadual e municipal -, de empresários, de amigos, de familiares e de colegas de trabalho. As informações (ou desinformações) chegam por todos os lados.

"Fake news" se espalha 70% mais rápido

O auge das notícias falsas durante a quarentena foi ter recebido um áudio que dizia ser do economista Ricardo Amorim. Ao dar o play, o primeiro estranhamento foi a voz e nos 30 segundos seguintes, a dúvida findava. Um discurso totalmente antagônico ao que ele coloca em suas redes e no Manhattan Connection. 

Cada postagem verídica atinge, aproximadamente, mil pessoas, enquanto as postagens falsas mais populares, atingem de mil a 100 mil pessoas. Estudo realizado por cientistas do Massachussetts Institute of Technology (MIT), concluiu que as notícias falsas se espalham 70% mais rápido que as verdadeiras e alcançam muito mais pessoas. Ainda segundo a pesquisa, as fake news ganham espaço no universo online de forma mais rápida, mais profunda e com mais abrangência do que as informações verdadeiras.

O desafio é imenso. Segundo a Agência Lupa, de 21 de janeiro a 12 de março, o Ministério da Saúde recebeu 9.900 mensagens para checar informações sobre o coronavírus. Dessas, apenas 495 eram verdadeiras, ou seja, somente 5% se tratava de fatos.

O Jornal O Tempo, publicou hoje a lista das fake news mais compartilhadas no whatsapp. Dentre os 20 áudios com notícias falsas de maior circulação, 5 são responsáveis por 35% dos compartilhamentos totais da amostra analisada. A pesquisa foi realizada pela UFMG e pela USP.

O papel da comunicação é nosso

Acredito que diante desse cenário, de incertezas diárias, é importante ter em mente que a comunicação é uma responsabilidade de todos nós. Em uma crise em que temos mais perguntas do que respostas, vale um double check antes de selecionar compartilhar.

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Os conteúdos falsos não agregam em nada nesse momento, pelo contrário. É fundamental nos empenharmos para mantermos uma comunicação de qualidade, referendada em dados e que gere alguma contribuição para o destinatário da mensagem.

Queremos chegar ao outro lado do rio diferentes: melhores comunicadores, mais fortes, com habilidades de relacionamento interpessoal mais afinadas, com ressignificação de conceitos e muitos aprendizados. De tantas dúvidas, uma certeza: a humanidade continuará, e a nossa contribuição também.

Cuide-se :)

#asoluçãosomosnós

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