A pandemia nos obrigou a olhar para dentro
A pandemia mudou a forma como trabalhamos, onde vivemos e como nos socializamos. Mas as grandes mudanças não serão provocadas por um vírus externo. O lockdown nos obrigou a olhar para dentro. Um momento assustador e perturbador, sim, mas esse momento é acima de tudo transformador. Quando nos voltamos para dentro, temos a oportunidade de examinar quem somos, quem nos tornaremos e como queremos ser conhecidos nesta crise e além.
Não é que as pessoas se tornaram menos sociais ou mais conscientes de si. Os especialistas sugerem que a pandemia foi um agente do conhecido efeito Michelangelo: “A escultura já está completa dentro do bloco de mármore, antes de eu começar meu trabalho. Já está aí, só preciso retirar o material supérfluo.” Essa famosa frase do escultor revela o que está embaixo da pedra de mármore e é uma metáfora do processo de autoconhecimento que estamos vivenciando. Assim como o método do escultor, nos momentos estressantes na vida, vamos nos livrando das poses, enxergando ilusões e crenças convenientes que foram construídas em volta do nosso verdadeiro eu. A pandemia nos força a confrontar quem realmente somos.
Muitas pessoas estão em processo de repensar suas vidas, entrando em um profundo processo de autoconhecimento. Uma pesquisa recente da Microsoft, o 2021 Work Trend Index, mostrou que 41% da força de trabalho está considerando deixar o empregador este ano. A Gallup descobriu que 48% dos funcionários estão procurando ativamente por novas oportunidades. Isso indica um processo de olhar para dentro e repensar escolhas. De acordo com o Departamento do Trabalho americano, um recorde de 4 milhões de pessoas deixaram seus empregos em abril de 2021, iniciando o que é chamado de período de “Grande Demissão” ("Great Resignation"). As pessoas começaram a ver suas vidas de maneira diferente. Enquanto alguns perceberam quanto tempo estavam gastando no deslocamento e querem continuar trabalhando remotamente, outros sentiram o esgotamento da sobrecarga digital e a falta de conexões. Ou ainda, revisitando as relações e priorizando o tempo com a família.
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Ainda que a pandemia passe, estamos revendo o normal que talvez nunca volte a ser como antes. E que seja por decisão consciente nossa. Nossas decisões são em grande maioria Mas se você não se conhece, o que te motiva e seus valores, como é possível tomar melhores decisões? O autoconhecimento é uma jornada. A pandemia vai acabar, mas o autoconhecimento é um processo de vida inteira.
Assim como vamos tirando os excessos, vamos descobrindo quem realmente somos e o que tem valor para nós. Como na técnica de Michelangelo.
Behavioral Economist | CEO InBehavior Lab | Palestrante e Mentora em Economia Comportamental | Behavioral Design | Tomada de Decisão | Ciências Comportamentais | CX | Inovação
3 aMuito bom Tonia Casarin ! Parabéns pelo texto, com certeza
Gerente de Regulatório Ferrovia e Projetos de Mobilidade Urbana
3 aMuito bom, Tônia! Quem não aprendeu, repensou sobre sua própria caminhada ao longo da pandemia e quer voltar a ser como antes tá perdendo uma baita oportunidade de reflexão!
CHRO as a service | Diretora de RH como serviço | Diretora Executiva de Gestão de Pessoas | HR VP | CHRO | Gestão do Capital Humano | Desenvolvimento Organizacional | HRBP | Liderança | Clima e Cultura | Comunicação
3 aExcelente Tonia Casarin 👏🏼👏🏼👏🏼 nao tem nada como a jornada do autoconhecimento