Panorama dos resíduos sólidos no Brasil: quais as oportunidades para a reciclagem?
A recente crise climática no Brasil deixa claro que o meio ambiente cobra um alto preço. Em pelo menos onze estados, as temperaturas extremamente altas causaram desconforto frequente na população. Enquanto isso, na região sul, as enchentes e o frio mostravam um alto contraste. Mais atual ainda, estamos acompanhando a seca histórica no Amazonas deixando várias cidades em situação de emergência.
Fica nítido a urgência em avançarmos como país no tema meio ambiente, em todas as suas variáveis: energias renováveis, emissões atmosféricas, saneamento básico, uso da água e do solo, preservação de recursos e resíduos sólidos. Para este último, o plano de fundo do cenário alarmante vale, e muito.
O panorama da gestão de resíduos:
A combinação entre a dimensão do nosso país, falta de estrutura e produtos com ciclos de vida cada vez menores, resulta em uma enorme quantidade de resíduos gerados. Para se ter uma ideia, somos o 4° maior gerador de resíduos plásticos no mundo (WWF,2019).
Apesar do lento, mas gradual, avanço na implementação da coleta seletiva (índice de 75,1% do total de municípios segundo o Panorama da ABRELPE), ainda enfrentamos um desafio significativo relacionado à destinação final de resíduos.
Ainda segundo dados da ABRELPE (2022), áreas de disposição inadequadas como lixões e aterros controlados ainda estão em operação em todas as regiões do país, recebendo 39% do total de resíduos coletados, que corresponde a 29,7 milhões de toneladas por ano.
A persistência dos lixões a céu aberto no país representa uma enorme crise social, ambiental e de saúde pública. É muito pouco provável que a audaciosa meta de encerramento de todos os lixões até 2024 consiga ser atingida.
Acabar com esse cenário não é nada fácil. Além da coleta seletiva, a destinação ambientalmente adequada, que inclui os aterros sanitários, deve ser intensificada para estancar esses danos. A disposição em aterros sanitários já representa hoje a destinação da maioria dos resíduos que são coletados (61%).
E quanto à reciclagem?
De acordo com os dados do Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, o Brasil recicla somente 2% do montante de resíduos gerados no país.
É nesse contexto que a economia circular entra na equação como uma maneira eficaz de minimizar a produção de resíduos e reintroduzir materiais recicláveis no ciclo produtivo.
Além de desenvolver a estrutura de coleta seletiva, é preciso fomentar e desenvolver as indústrias que possam incorporar os resíduos como matéria-prima na fabricação de novos produtos. Atualmente, o parque industrial de reciclagem do país está concentrado nas regiões sul e sudeste, o que dificulta e encarece o desenvolvimento da atividade logística reversa em regiões distantes.
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Além de aumentar a disponibilidade dessas indústrias, é preciso investimento e fomento para trazer mais qualidade e viabilidade financeira para o processo.
As possibilidades para o setor privado fomentar a reciclagem:
Na Yattó , oferecemos soluções de logística reversa e economia circular, pois entendemos que a real mudança, na escala que é necessária, passa por ações estruturais e complexas. A compensação é uma rota mais simples e acessível, mas não resolve o problema do acúmulo de resíduos em aterros sanitários e lixões, assim como a geração excessiva.
A maioria dos nossos clientes acaba adotando o modelo de consultoria quando precisam de uma sequência de análises para identificar as oportunidades relacionadas a seus resíduos e embalagens, de forma a estruturar ações personalizadas.
Por outro lado, também trabalhamos com projetos verticalizados no qual o cliente não possui estrutura de gestão e toda a operação fica com a Yattó. Neste programa, o Yattó Transforma, fazemos a reciclagem e transformação de resíduos pós-consumo para que eles retornem à cadeia produtiva na transformação em novos produtos. Com a alta demanda dos consumidores por resina reciclada, essa é uma ótima forma de reutilizar matéria-prima renovável e alavancar resultados ESG.
De qualquer forma, aqui aplicamos dois dos três modelos mais visados no mercado e temos tido ótimos retornos. A logística reversa é uma realidade sem volta, à qual as empresas terão que se adequar se quiserem se manter regularizadas e competitivas.
Agora, gostaria de ouvir a sua opinião. Quais os caminhos para o avanço do Brasil na gestão de resíduos?
Fontes:
Corporate Communications & Internal Communications BP
1 aSensacional, Leo! Tema relevante e que precisa de mais engajamento das empresas e conhecimento por parte das pessoas!
Founding Partner, Tarpon 10b
1 aBeatriz Tai Lopes
Diretor Institucional e de Novos Negócios na Yattó | Soluções em Economia Circular e Logística Reversa
1 aSensacional!! Obrigado por compartilhar esse grande conteúdo 🙏
Analista de Projetos em Inovação na Inventta
1 aRenan Callegari