Por que ainda produzimos lixo?
Todos os dias nós brasileiros produzimos 214.868 mil toneladas de lixo, um pouco mais de 1,0 quilo por pessoa. Em um mês são quase 6,5 milhões de toneladas e ao final do ano 78,4 milhões de resíduos são colocados nas portas das casas. Esses são dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, feito em 2017, que também ressalta que 91% da produção é coletada, mas somente 56% desse total tem a destinação correta.
Levando em consideração ainda os 9% que sequer são coletados, podemos concluir então que para cada tonelada gerada, 460 quilos são descartados de maneira irregular ou que pode agredir o meio ambiente. Como mudar esse panorama?
A primeira coisa a fazer parece um pouco óbvia, que é reduzir a produção de lixo. Será que tudo o que você coloca para destinação final realmente precisa estar ali? Na Allonda temos como princípio em nossos projetos a Economia Circular, que consiste no reaproveitamento sistemático de tudo. Isso significa que buscamos uma meta: lixo zero.
Para isso, temos por trás uma equipe de especialistas focados em inovação e sustentabilidade para conseguir entregar resultados cada vez melhores aos nossos clientes. Porém, tenho visto com preocupação o cenário deste mercado de resíduos sólidos no Brasil.
Em nossa pesquisa de Prioridades Ambientais, publicada recentemente e disponível neste link, perguntamos aos 80 profissionais respondentes quais são as prioridades em gestão de resíduos nas suas empresas. Um em cada três deles, aproximadamente (31%), colocou como última prioridade a valoração dos resíduos, que seria o reaproveitamento ou transformação em matéria-prima.
Somente 14% apontou esta como a primeira opção. Essas escolhas não são ruins apenas no aspecto ambiental. Cada vez que sai um caminhão de uma indústria carregado de resíduos, ele leva consigo muito dinheiro. Os gastos com o transporte e destinação e a necessidade de compra de novos insumos para o processo produtivo são os mais diretos.
Empresas que ainda não fecham o ciclo da água e dos seus resíduos estão sistematicamente jogando dinheiro fora.
Vou dar como exemplo os efluentes industriais de uma indústria alimentícia. Este material, normalmente rico em matéria orgânica, pode passar por tratamento para se tornar água de reuso (impactando os custos com água) e também uma biomassa, que pode ser aproveitada como fertilizante ou ser queimada para gerar energia a partir de um biogás (impactando nos custos com energia, ou gerando um novo produto para venda).
Há inúmeros outros exemplos. Para citar um que vivemos recentemente, em uma petroquímica atendida pela Allonda pudemos, ao trabalhar no desassoreamento de um dos tanques de efluentes do local, ajudar o cliente a devolver aquele material decantado ao seu processo produtivo.
O que estava depositado no fundo dos tanques tinha alto valor para o processo produtivo e servia como matéria-prima secundária. O volume de ganhos financeiros e ambientais é enorme, já que se tratava de resíduo contaminante que necessitava de destinação especial, mais cara.
Fica aqui o convite para você aplicar essa ideia na sua vida. Que tal olhar de maneira diferente para o que você descarta diariamente? Os orgânicos podem ir para uma composteira e se tornar adubo. Plásticos, vidros, papéis e outros materiais recicláveis podem ser destinados a locais que dão o devido tratamento a eles. Assim a gente pode levar cada vez mais aquela tonelada diária que geramos para perto do zero.
Analista SIG (Sistemas de Informação Geográfica) | Dados espaciais | QGIS | Python | R | SQL | PostGIS
5 aInfelizmente muitos profissionais que trabalham com resíduos estão mais envolvidos com a burocracia das nossas legislações e acabam dedicando pouco tempo à inovação (se nesta altura do campeonato podemos chamar isso de inovação) para o reaproveitamento dos resíduos.
Trabalhando como perito judicial, estimator autônomo e como orientador na implantação de sistemas solares
5 aSempre bom lembrar que a reciclagem deve ser a última ação a ser tomada de acordo com a política dos 5R’s. Antes dela não se esqueçam de repensar, reduzir, recusar e reaproveitar.
Gerente de Projetos e Utilidades / Especialista em Produção e Manutenção
5 aNa realidade o classificamos como lixo porque nunca foi preciso olhar para ele com olhos diferente, porém com a economia circular, o que chamávamos antes de lixo, hoje pode ser chamado de material reciclado, matéria prima ou mesmo combustível. Falta pouco para termos este nome chamado lixo. Fantástica matéria. Parabéns.