Panorama nacional do uso de tecnologia no varejo
O varejo brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer quando o assunto é o uso de tecnologia para melhorar sua gestão. É isso que mostra o Índice de Produtividade Tecnológica (IPT), um estudo encomendado pela TOTVS à H2R Pesquisas Avançadas com o objetivo de avaliar o nível de produtividade tecnológica no setor com base em uso de ERP e de outros sistemas de gestão.
A nível nacional, o IPT do varejo ficou em 0,43, em uma escala de 0 a 1. Apenas 5% dos varejistas tiveram nota acima de 0,75.
Fatores relevantes para a produtividade do varejo
Algumas razões podem ser elencadas para explicar o resultado do IPT. Uma delas é o fato de mais da metade das empresas ouvidas (53%) serem familiares. Em empresas com esse perfil, o IPT foi de 0,4, enquanto naquelas com gestão executiva, o resultado foi de 0,5. Isso porque empresas com gestão profissional tendem a ser mais direcionadas a ganhos de eficiência e produtividade para maximizar os resultados, enquanto as empresas familiares tendem a ser mais lentas nesses processos. Com isso, vemos outro movimento: um cenário híbrido de gestão, em que 34% dos varejistas são de modelo familiar que adotam uma gestão executiva, o que pode vir a alterar positivamente sua produtividade tecnológica.
Outro aspecto que influencia no uso de tecnologia é o fato de ser parte de uma rede ou não. O chamado varejo de loja própria tem uma média de IPT de 0,40, enquanto as redes estão em 0,48. Destacam-se aqui os setores de beleza/cosméticos e supermercado de proximidade, que são os que mais operam com redes.
Tamanho e segmento de atuação também influenciam muito no IPT. Quanto maior o varejista, maior o fluxo de produtos e a complexidade da operação (além dos recursos para investir), o que eleva a nota. Nos segmentos, food service e beleza/cosméticos ficam mais atrás, enquanto supermercados/hipermercados e supermercados locais se destacam.
Gestão x Retenção de clientes
Os sistemas mais usados pelas empresas de varejo são de gestão de estoque, financeiro, faturamento, compras e gestão de armazenagem e a percepção dos resultados positivos do uso de sistemas de gestão é bastante elevada, com a aceleração de processos internos e melhora da operação, principalmente no que diz respeito à precificação dos produtos vendidos.
Recomendados pelo LinkedIn
A manutenção e a experiência do cliente, no entanto, têm recebido menos atenção. Para ter uma ideia, pouco mais de um terço das companhias têm um CRM, por exemplo. Mas a diferença no nível de produtividade entre quem tem e quem não tem esse tipo de tecnologia é significativa. No caso do CRM, os varejistas que usam esse tipo de sistema ficaram com pontuação 0,51, frente a 0,38 daqueles que não usam .
O que esperar para o futuro
Em termos de visão para o futuro, a maioria das empresas disse que soluções mobile são as principais prioridades, seguida por assinatura digital e a digitalização de processos. A leitura aqui é bastante positiva. Os varejistas estão ficando mais móveis e digitais, buscando se livrar de processos em papel. Afinal, 94% deles têm pelo menos um canal de vendas digital, indicando que muitos lojistas investiram no ambiente virtual para garantir mais vendas e fidelização de clientes.
O entendimento desses aspectos é fundamental para a tomada de decisões por parte de quem está à frente de uma operação de varejo e, também, de quem atua no mercado. Educar, treinar e mostrar aspectos positivos são missões importantíssimas. O momento é ideal para se tomar ações e eu tenho certeza de que os resultados dos próximos estudos vão trazer evoluções importantes no IPT do varejo.
Metodologia
A coleta de dados para o levantamento foi feita entre outubro de 2021 e março de 2022. Foram realizadas 673 entrevistas, sendo a maior parte com profissionais de TI (54%) e administradores de empresas que usam pelo menos um sistema de gestão e têm faturamento igual ou superior a R$ 2 milhões, em todo o território brasileiro.
Gostou e quer saber mais? Confira o estudo completo clicando aqui!