Paquerando Startups

Escrevo este post com muita empolgação pelo que está por vir. Pela primeira vez na América Latina, o SAS vai iniciar projetos com startups, começando pelo Brasil e México e estamos a mil com as diversas possibilidades desse projeto.

Em próximos artigos, vou comentar mais sobre essa nossa jornada e dar mais detalhes do que estamos planejando, mas darei o pontapé inicial ao tema aqui, com algumas reflexões.

A inovação em modelos comerciais de startups é um ponto pelo qual tenho me interessado muito. Para contextualizar o assunto, vou usar uma startup fictícia, ativa na área de monitoração, que consegue avaliar a atividade do seu cérebro durante uma meditação – e possivelmente treiná-lo para meditar melhor – através de um sensor de ondas cerebrais em um dispositivo do dia a dia( as astes de uns óculos escuros, por exemplo).

No modelo B2B que até entanto vimos no mercado, esta startup compraria uma tecnologia de uma empresa tradicional para montar seu use case. Mas no modelo de startup, não existe este tipo de coisa: quanto mais aberta, eficiente em termos de custo e com oferta associada a assinaturas ela for, maior será seu valor de mercado.

Vemos empresas jovens bombando, como a Uber e a Airbnb, nas quais a base tecnológica dos grandes players em seu início foi mínima. Nesse cenário, como uma grande empresa de tecnologia continua relevante nessa nova economia? Como esta empresa pode agregar valor a estas empresas e serviços É preciso testar este novo modelo de negócio. 

Para isso, vamos montar nosso programa de aceleração de startups. Mas qual será nosso diferencial para atrair startups e criar projetos de real valor? A resposta simples seria “vários”, mas um deles será adotar uma postura de parceria – o que é muito importante no caso de uma empresa com o tempo de estrada do SAS.

O que caracteriza relacionamentos de sucesso? Penso que liberdade seria um dos ingredientes. Startups são livres em sua totalidade para tomar suas decisões e não gostam do sufocamento que tipicamente ocorre em grandes empresas quando tentam trazer estes empreendedores para dentro de casa. Elas gostam de "ficar" - não tem esse negócio de namorar.

Esse conceito é diretamente relacionado a construir cadeias de tecnologia que permitam a essas empresas estruturarem seu custo de forma linear e demonstrar isso para seus potenciais investidores. Se o venture capitalist subir o capô da startup e não puder constatar essa independência relacionada ao modelo de subscrição, o valuation despenca.

Tendo dito isso, pergunto novamente: como nós do SAS nos tornamos relevantes para o mundo de startups? Outra resposta seria dizer que temos que oferecer valor. Mas não faremos isso dizendo que temos o melhor software de analytics, mas dando acesso a maior comunidade analítica do mundo e uma capacidade consultiva incomparável, além de toda a nossa experiencia em otimizar business com advanced analytics.

Ao passo em que dar a liberdade necessária a estas empresas é primordial, facilitar a integração às redes de contatos em que elas querem e precisam estar inseridas também o é. E, desta maneira, criaremos parcerias realmente significativas, que gerem projetos de real impacto. Assim como em qualquer relacionamento, é necessário dar asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar: e é nessa vibe que iniciamos nossas paqueras com startups.