Startup, que bicho é esse? Onde vivem, o que comem, como se reproduzem?

Startup, que bicho é esse? Onde vivem, o que comem, como se reproduzem?

Muito se fala sobre startups, mas na verdade, ainda é uma pequena parcela da população que tem clareza, do real significado deste termo.

Costumo dizer que o nosso propósito, aqui na WeGo, é parecido ao de Moisés: Subir o monte Sinai, aprender os 10 mandamentos e depois evangelizar os fiéis. Sim, evangelização parece ser o termo mais adequado para disseminar conceitos como estes.

Startup, não é exatamente um tipo de empresa, mas sim um modelo mental, uma cultura, um conjunto de comportamentos que definem uma nova maneira de fazer negócios.

É claro que a maior parte das startups, são empresas de tecnologia, mas a questão tecnológica, não é exatamente uma premissa. O fato, é que a tecnologia, é o elemento que permite às startups ganharem escala mundial, de forma muito rápida.

O advento da internet de alta velocidade, criou uma possibilidade que não existia antes, que é o de conectar pessoas, em segundos, ao redor do mundo. Assim se uma ideia, resolve um problema real de uma comunidade, é fácil imaginar que muita gente vai ficar sabendo desta solução através dos diversos canais que internet proporciona. O “boca-a-boca” chega ao outro lado do planeta e ganha as ruas, facilmente.

Startup, a empresa grande que ainda não cresceu.

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Na concepção original da palavra, startups, são empresas que estão iniciando a sua operação no mercado, mas cabe aqui uma ressalva: Nem todas as empresas nascentes são startups, e existe uma diferença crucial entre uma startup e uma empresa tradicional: A primeira nasceu para ser “gigante”.

Costumo dizer, em minhas palestras, que um broto de feijão e um broto de sequoia, são muito parecidos, mas o DNA da sequoia fará ela atingir 100 metros de altura, enquanto que o pé de feijão raramente irá ultrapassar os 50 centímetros. Isso mesmo, se uma ideia não resolve uma dor de escala global, não pode ser considerada startup.

Steve Blank, em seu livro, Startup – Manual do proprietário, criou a seguinte definição:

•       Uma startup é uma organização temporária em busca de um modelo de negócios repetível, escalável e lucrativo, trabalhando em condições de extrema incerteza;

Isto é muito profundo, pois uma organização, pode ser qualquer coisa, inclusive 2 ou 3 “caras” que se juntam em torno de uma ideia, mas que ainda não têm um modelo de negócios definido.

Este modelo mental é parte essencial de uma empresa que quer ser grande desde o início. Nada de planos de negócios mirabolantes, aqui o que vale é errar rápido, e aprender com o erro mais rápido ainda. Estar “em busca de um modelo de negócios” significa aceitar o ambiente de incertezas, e que ele ainda não existe. Por isso, a palavra pivotagem (mudar de direção) faz parte do quotidiano destes fundadores.

Observe você leitor, que não se trata de um estágio da empresa, mas sim de um mindset ultra resiliente, que pode perdurar por anos, mesmo que esta ideia encontre o seu encaixe com o mercado (Product Market Fit). Isso pode ser observado quando ainda chamamos de startup, empresas monstruosas como o Uber, por exemplo. Apesar de seu tamanho, o seu modelo de negócios, ainda poderá mudar muito.

Unicórnios – Startups que valem mais de 1 bilhão de dólares

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Um outro termo que tem ganho os noticiários, e que muita gente me pergunta, são os chamados unicórnios. A alusão àquele bichinho de um chifre só, mais do que raro, não é por acaso. Dá para imaginar que empresas nascentes que vão ganhar o mundo, não são fáceis de serem encontradas por aí, não é mesmo?

Pois é, cada vez mais, Investidores Anjos, fundos de Venture Capital e Private Equity, estão a caça desta espécie ao redor do mundo, e o Brasil, vem mostrando, que o empreendedorismo de inovação, tem crescido muito por aqui. Já produzimos 15 unicórnios até agora, entre eles, Nubank, iFood, Gympass, PagSeguro, etc. Quase nada comparado à China com 206 e aos 203 nos Estados Unidos, mas a boa notícia, é que muitos fundos internacionais estão desembarcando por aqui, além de leis de incentivos, que estão sendo criadas para ajudar o maior número de startups a se transformarem em unicórnios.

Se você quer ficar por dentro deste “ecossistema”, e entender um pouco mais sobre essa maneira de fazer negócios, os hubs de inovação e os programas de aceleração são uma boa pedida.


   

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