Parábola - A fugacidade da funcionalidade
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Parábola - A fugacidade da funcionalidade

João é um apaixonado por livros. Ele acredita que, através da leitura, é possível explorar o mundo, expandir horizontes, compreender as nuances humanas, construir pontes entre as pessoas e promover o desenvolvimento daqueles ao seu redor, tudo em prol de um mundo mais sustentável.

Regularmente, João empresta livros a amigos e dedica parte de seu salário e tempo diário à aquisição e leitura de novos exemplares, seja sobre temas atuais ou assuntos de seu interesse.

Com o passar do tempo, João percebeu que estava enfrentando dificuldades para armazenar, catalogar e recuperar seus livros. Diante desse problema, decidiu adquirir uma estante para organizá-los de maneira funcional.

Por um tempo, tudo funcionou perfeitamente. No entanto, à medida que sua coleção crescia, a estante ficava sobrecarregada e não atendia mais aos rigorosos padrões de organização de João.

Buscando uma solução, ele optou por uma melhoria incremental: comprou prateleiras adicionais para distribuir pelas paredes. No entanto, para instalar as prateleiras, João precisou adquirir parafusos e buchas de fixação, além de uma furadeira para realizar os furos necessários nas paredes.

Após instalar as prateleiras, acomodar os livros e guardar a furadeira, João se viu temporariamente satisfeito. No entanto, sabia que seu acervo continuaria a crescer, e, por mais espaço que criasse, o problema da organização acabaria voltando. A perspectiva de ter que escolher entre manter ou descartar livros o incomodava profundamente.

Inquieto e inconformado com as soluções tradicionais, João começou a perceber que a resposta para seu problema residia em uma disrupção completa: substituir seus livros físicos por versões eletrônicas.

A princípio, a ideia lhe pareceu estranha, e ele resistiu. A proposta de armazenar todo o seu conhecimento em um dispositivo eletrônico compacto, de apenas 30 centímetros quadrados e 10 milímetros de espessura, parecia desproporcional à grandeza de sua coleção e ao vasto conhecimento que ela representava. Por um momento, João temeu que, ao reduzir fisicamente seu acervo, ele também diminuísse sua própria erudição.

Mas então, João tomou uma decisão crucial: desapegar-se da funcionalidade e focar no propósito. Ele compreendeu que seu verdadeiro objetivo era utilizar o conhecimento para alcançar seus objetivos, e que os livros físicos eram apenas meios para transportar esse saber.

A partir desse momento, a estante, os livros, as prateleiras, os parafusos, as buchas, a furadeira e os furos perderam para sempre a sua relevância, pois se desconectaram do propósito maior de promover o conhecimento.

João ficou feliz com seu novo repositório eletrônico de conhecimento. Contudo, mesmo após essa disrupção, ele se viu preocupado com a possibilidade de falhas no disco rígido ou danos ao aparelho, e por isso começou a explorar alternativas como a mobilidade e o armazenamento em nuvem.

Moral da história:

Na prática, prospectar o futuro exige um exercício profundo de desapego em relação às funcionalidades tradicionais. Isso, no entanto, não é uma tarefa fácil, como demonstram os casos emblemáticos de empresas como Xerox e Kodak.

Para manter-se relevante, é imprescindível adotar uma visão holística e sistêmica focada nos propósitos. Somente assim é possível resolver os verdadeiros problemas, definir novos caminhos e criar valores inovadores.

E essa abordagem não se aplica apenas a produtos e serviços...

João Elias da Silva Junior

Inside Sales Manager | Account Executive | Closer | BDR | SDR

1 a

Alexandre, obrigado por compartilhar

Isso mesmo Ale, Inovação e Transformação SEMPRE!!! Parabéns pela criação do artigo! Abraço! Gustavo Caralejebascow.

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