PARADIGMA EDUCACIONAL 2039
Quando se tem como referência o funcionamento do cérebro, a formação e educação de crianças, jovens e adultos é de extrema importância que se verifique qual paradigma estamos utilizando e sendo norteados por ele, porque os resultados educacionais são concretizados a longo prazo. Por esta razão é preciso detectar o que estamos fazendo com o cérebro e com a aprendizagem de nossas crianças e adolescentes antecipadamente, pois depois que os resultados de determinadas ações pedagógicas se mostram, já não ha muita coisa para se fazer.
O paradigma educacional 2039 foi criado para mostrar um fundamento psíquico pedagógico que irá mudar completamente a realidade dos profissionais da educação e principalmente dos educandos. É mudando o foco da educação que se cria mentes empreendedoras e engajadas com um projeto mais amplo de existência humana.
Para se ter uma ideia inicial, podemos estabelecer três focos antes de surgir o PE2039 (Paradígma Educacional 2039). O primeiro foco é no professor. Aqui a figura do professor e a qualidade do seu conhecimento e da sua capacidade de transmitir este conhecimento é fundamental. Assim como todo paradigma, este foco no professor traz vantagens e desvantagens, tanto para o sistema educacional quanto para os educandos.
O segundo foco é o conteúdo. Aqui o importante é a qualidade e a importância daquilo que se ensina para o preparo do educando. Esta seleção (currículo) é realizada com o fim de dotar o aluno de determinadas capacidades que facilitem sua inserção na vida, na sociedade e no mercado de trabalho.
O terceiro foco é o aluno, Onde o mais importante é aquele que aprende, suas debilidades, suas capacidades e eu nível de aprendizagem. Todo o trabalho pedagógico é voltado para o aluno. A grande debilidade da aplicação deste foco é que o sistema tem um trabalho muito mais voltado para o coletivo que para o indivíduo. Além disso, o despreparo para lidar com o comportamento e os hábitos educacionais de uma geração desregrada e sem limites têm trazido um excesso de conflitos que impede o FLUIR do processo ensino-aprendizagem.
Procurando trazer respostas as fragilidades destes três focos, professor, conteúdo, aluno Jones Silva, Pedagogo, educador, professor de filosofia, sociologia, Inglês, antropologia, psicanálise e teólogo percebeu que era necessário a criação de um novo paradigma: O paradigma educacional 2039.
Este paradigma precisa ser implantado para que surja uma nova maneira de se encarar o processo educacional e as práticas pedagógicas. Não somente os alunos deverão passar por uma transformação de mentalidade, mas, principalmente, os profissionais da educação precisam coordenar e orientar este processo de transição entre os antigos paradigmas e o novo PE2039.
O Foco deste paradigma é a aprendizagem em si.
Para uma compreensão inicial deste novo foco é preciso entender a grande transformação que ocorrerá em todo profissional e em todo aluno. A mentalidade empreendedora só pode surgir de maneira estruturada e firme dentro deste novo foco. Para exemplificar isto, vou lhes contar minha história.
Quando eu tinha dezoito anos estava trabalhando como auxiliar de química e trabalhava numa máquina de medir quantidade de h2O em eletrodos dentro de um laboratório químico de uma grande empresa. A máquina funcionava por tempo. Cada ação era cronometrada. Haviam duas máquinas e por mais de 15 anos a máquina funcionava com um operador cada uma delas.
Eu estudei, cronometrei o tempo e descobri uma forma de trabalhar com duas máquinas ao mesmo tempo. Descobri uma forma de trabalhar 100% mais eficaz. Na época nem passava pela minha cabeça como que se constrói uma vida profissional. Eu era um estudante mediano, não era dos piores e nem fazia parte do grupo dos melhores.
Eu esperava ser recompensado com uma promoção por aquele trabalho. Porém um outro jovem foi promovido em meu lugar. Fiquei muito chocado. Queria ser reconhecido imediatamente. Só hoje eu sei que fui um excelente profissional naquele momento e que não deveria ter levado em consideração a questão da promoção. Se eu tivesse pensado como penso hoje, que era apenas o começo de um excelente profissional, não teria desistido da carreira que estava só começando. Afinal de contas, para um jovem dos anos sessenta se dedicar voluntariamente em medir o tempo, estudar cada detalhe da tarefa que executava, perceber o tempo ocioso e assim aprimorar o tempo de execução de trabalho, era algo inédito.
Acontece que eu não pensava em mim como profissional. Estava focado naquilo que os jovens de minha posição social pensavam: Diversão e prazer. Trabalho era um apêndice. Trabalhava de segunda a sexta pensando no fim de semana. O quanto eu beberia de cerveja, o que faria para divertir com os amigos nas festas e com quem eu "ficaria" para ter algum prazer sexual. Tudo o que eu fazia durante a semana estava direcionado para eu ter um fim de semana de diversão. Como se isso fosse o objetivo da vida. Eu não tive um mínimo de perspicácia para perceber e entender que havia um outro caminho, um outro foco de existencia.
Naquela época eu queria estar satisfeito com minha inclusão na vida social. Por isso eu me importava tanto com minhas amizades e relacionamentos. Observava como os jovens da minha idade viviam, seus valores e seus programas. Queria viver como eles e ser melhor que eles no que faziam. Assim passei grande parte de minha adolescência e juventude na farra e buscando prazeres da melhor forma possível. Eu ainda não tinha a mínima ideia que, se não ficasse tão focado nessas questões e olhasse somente um pouco para minha capacidade profissional, teria um futuro lindo, maravilhoso e brilhante em termos profissionais. Bastaria entender a importância do que eu fiz ali naquela empresa para o meu próprio desenvolvimento e, com certeza, seguiria a minha capacidade de realizar e criar oportunidades. Concluindo. Em minha história percebi que o meu problema estava no foco. Por isso tenho convicção que ao se mudar um foco, muda-se completamente a direção de qualquer trabalho ou realização.
A cientista Americana, Carol Dweck da universidade de Stanford, depois de quarenta anos de pesquisa e comprovação empírica rigorosa, concluiu que uma pessoa alcança aquilo que ela acredita. Aquilo em que ela acredita molda o que ela consegue fazer e alcançar. Nossas crenças sobre nós mesmos e na natureza de nossas habilidades, determina como nós interpretamos nossas experiências e podem estabelecer limites ou nos dar uma visão mais ampla do que podemos alcançar.Uma nova teoria educacional, que é uma mudança do paradigma pedagógico precisa alcançar esse nível de formação intelectual.
No paradigma atual da educação o aluno tem que saber determinada coisa para provar que é esperto e inteligente (foco no conteúdo). Já o PE 2039 afirma que quem estiver aprendendo é a pessoa mais esperta e inteligente.
Quando se tem um objetivo fixo, estabelecido para provar que se é inteligente e esperto, o aluno quando alcança este objetivo, na maioria das vezes, fica satisfeito consigo mesmo e pára por ali. Afinal já provou para si e para os professores e para todo o sistema educacional o quanto ele é capaz. Ele não se sente na obrigação e nem mesmo motivada para alcançar além daquilo que foi programado.
Já aqueles alunos que forem educados dentro do PE 2039, onde o foco é na aprendizagem em si, estarão sempre correndo atrás de novos conhecimentos, porque assim que aprendem algo, querem aprender mais e aprender mais. Este paradigma é bem mais desafiador e isto leva ao aperfeiçoamento e a maestria.
Para que esse processo ocorra, aqueles que estão imbuídos no aprendizado como alvo de sua vida precisam compreender que estarão sempre insatisfeitos com aquilo que alcançaram e que está tudo certo. Estar insatisfeito com sua performance e com o seu aprendizado não é problema nenhum, porque você está no processo de fluir da vida, em constante aprendizado. É algo que mudaria completamente as metodologias educacionais de nosso país, inclusive mesmo a concepção de vida do indivíduo.
Para exemplificar estes dois tipos de paradigmas educacionais: foi realizado uma experiencia com os dois tipos de alunos americanos: Forneceram uma prova para os alunos dos dois grupos. A prova consistia em quatro questões que estavam dentro da capacidade de cada um deles mais outras quatro questões finais bem acima de suas capacidades. As primeiras questões eles resolveriam com certa facilidade. Mas o que aconteceria com as questões que estavam bem acima da capacidade de cada um deles?
O grupo que foi treinado para atingir certo conhecimento para provar sua inteligência fez as primeiras quatro questões e se sentiu o máximo. Provou que era inteligente e esperto. Porém quando chegaram nas quatro questões que estava muito além de suas capacidades estes mesmos alunos se sentiram culpados e envergonhados. Culparam a sua própria falta de inteligência (foco no aluno) por não conseguirem resolver as questões e rapidamente entregaram a prova. Desistiram de tentar fazê-las.
O outro grupo de alunos que foi treinado a focar na aprendizagem, resolveu também as primeiras quatro questões com facilidade e, quando chegaram nas quatro últimas questões que não estavam dentro de seu nível de seu conhecimento, não se culparam e nem se envergonharam. Continuaram tentando solucionar os problemas. Desenvolveram estratégias e procuraram encontrar respostas para as questões como se fosse um desafio para a sua aprendizagem. Ainda que não conseguissem resolvê-las integralmente, não se sentiram culpados nem mesmo menos inteligentes, sabiam que estavam sendo desafiados a expandirem seu próprio conhecimento. Essa é a grande diferença!
Essas posturas são bem diferentes uma da outra. Uma impulsiona ao crescimento, à outra inibe a busca de autodesenvolvimento.
Neste novo paradigma educacional o aluno aprende que se esforçar muito é o que dá significado à sua vida. Esforço significa que você se importa com alguma coisa, que aquilo pelo qual você está se esforçando é importante para você. Então o se esforçar está atrelado à ideia de importante. Ainda que ele avance, em seu conhecimento, apenas pequenos detalhes, já é considerado como algo que valeu a pena. A Inteligência aqui é vista não como algo estático, de herança genética e estabelecida, mas, como verdadeiramente o é, algo plástico, maleável e em constante progresso.
O PE 2039 revela que no aprendizado não existe alvo definido, o objetivo aqui é inalcançável. É uma fantasia! pois o alvo é a Maestria. Isto, pode parecer frustrante à primeira vista, e realmente o é, porém, também é desafiador e estimulante. Quem quer ser mestre em alguma coisa precisa viver sob essa lei.
Já que a maestria nunca pode ser alcançada ela é uma fonte de frustração. Então porque correr atrás de algo que você nunca a alcançará plenamente? Por isso ela é uma fonte de magia, de fantasia. Porque não correr atrás dela? O prazer de perseguir é muito maior do que o prazer da realização. No final, a maestria atrai o ser humano exatamente porque a natureza humana é muitas vezes impulsionada pelo sonho impossível, pela fantasia de algo muito elevado. Isto dá sentido a vida do ser humano. A fantasia encanta e estimula o ser humano à ação.
TRABALHO, BRINCADEIRA E PROFISSÃO NO PARADIGMA 2039
Uma criança que ainda não entrou na escola, dentro do sistema educacional,cresce e aprende as coisas muito rapidamente porque entra constantemente em seu estado mental de fluência. Neste estado mental a criança procura um desafio que está mais próximo do que ela já conhece mas que, ao mesmo tempo, é algo que ela ainda não sabe. ( é o que Lev Vygotsky chama de linha de desenvolvimento proximal.) Ela gosta de tarefas que quase consegue fazer mas ainda não consegue executá-las. Isto é o que chamamos de momento cerebral de fluência.
Quando aparece uma tarefa que ela não consegue fazer e que está muito longe de suas condições de aprendizagem atual, logo logo ela perde o interesse e procura por algo mais próximo de sua capacidade. É o estado mental de fluência que leva qualquer ser humano a alcançar a maestria.
Toda criança, instintivamente anda ou procura sempre vivenciar experiências nessa condição.
Porém o sistema educacional, sem nenhuma intencionalidade faz esta criança perder a sensibilidade para manter sua fluência, rumo a maestria.
Assim como uma criança, todo ser humano que anda nessa linha de desenvolvimento proximal se sente feliz e motivada. A fluência tem este poder. Andar nessa linha é a coisa mais gostosa da vida. O prazer e a alegria de levar tudo como se fosse uma brincadeira consigo mesmo, com suas capacidades e que, te traz a certeza que irá alcançar além do limite ja dantes alcançado, é a tônica mais forte deste paradigma. Assim a vida vai parecer um jogo e uma brincadeira de crescimento e desenvolvimento. Precisamos voltar a ser crianças! Precisamos implantar o paradigma 2039.
Paramos de andar nessa disposição de vida e de aprendizagem constante quando nos disseram que precisávamos deixar de ser crianças e levarmos as coisas mais a sério. A educação e os professores precisam voltar a entender isso na prática.
Voltarmos a ser crianças é imprescindível porque as crianças são muito felizes, crescem, se educam e aprendem continuamente. Paramos de crescer e desenvolver, porque paramos de nos divertir com as coisas da vida.
Se você quiser crescer, se desenvolver e aprender, você precisará de desafios possíveis e levar tudo mais na brincadeira e na diversão. Tudo o que você for fazer! Por isso não vale a pena buscar uma profissão onde você não tem prazer. O gostoso é brincar de trabalhar, isso é que é maravilhoso.
Um tarefa dada dentro de uma empresa ou escola não pode ser difícil demais e nem fácil demais. Se for muito difícil para a capacidade da pessoa, provocará no trabalhador ou no aluno, ansiedade. Se for muito fácil provocará desânimo e desinteresse. É preciso encontrar uma tarefa um pouco acima da capacidade da pessoa para que ela possa ser motivada, desafiada e encontrar o seu estado infantil de fluência.
Porque o nome paradigma educacional 2039? Simplesmente porque é um paradigma que mostrará resultados surpreendentes à sociedade do século XXI, à partir do ano de 2039. Entremos pois com seriedade e comprometimento neste novo momento da educação mundial!
Esta é a nova proposta do paradigma educacional 2039. Ensinar e capacitar profissionais da educação, alunos e crianças a focarem em seu aprendizado e no próprio desenvolvimento desta aprendizagem. Fomentando assim, a contínua busca pelo crescimento e a alegria de viver motivado e engajado.