Paradoxo: networking potente com conexões fracas

Há algum tempo a temática do networking me assolava no intuito de se transformar em texto, sem gerar de fato algo concreto. Vinha refletindo sobre meu momento em termos de carreira, os caminhos que me trouxeram onde estou, os quais me levarão adiante e também sobre as pessoas que me apoiaram ou não durante a jornada. Deparei-me, alguns dias atrás, com o artigo “5 Misconceptions About Networking” (link nos comentários) da professora Herminia Ibarra que me conduziu a um vídeo da mesma sobre como construir uma rede efetiva de contatos. Os dois materiais (vídeo e artigo) são o suporte teórico, que faltava para sustentar a argumentação e me permitir soltar o verbo, para minha segunda edição da newsletter.

Que o networking é vital para o desenvolvimento de carreira ninguém tem dúvida, já que amplia conexões profissionais e facilita o acesso a informações e oportunidades que de outra forma seriam inacessíveis. Mas por que ainda sofremos e muitas vezes menosprezamos a dinâmica desse tipo de estratégia? Os principais motivos alegados por profissionais são a falta de tempo, o entendimento de que não faz parte do trabalho e também pelo julgamento de que não é algo espontâneo. Para a professora Ibarra as redes profissionais são importantes porque funcionam como pontes que conectam indivíduos a novas possibilidades de emprego, parcerias e colaborações, sendo uma ferramenta essencial para a progressão na carreira, novos negócios e aprendizados. Vai muito além da busca por um novo emprego ou oportunidade imediata.

Contrapondo o senso comum, Ibarra destaca a importância das "relações fracas" no networking, ao evidenciar que conexões menos próximas podem, paradoxalmente, ser mais influentes na obtenção de novas oportunidades. Isso ocorre porque essas conexões geralmente acessam diferentes círculos sociais, ampliando o alcance do profissional no mercado de trabalho. Ou seja, é necessário fazer um esforço para criar uma rede com pessoas que sejam muito diferentes de nós e contrariar a condução mais fácil que é nos relacionarmos com quem temos afinidades.

É preciso estruturar networking estratégico para ajudar a imaginar o futuro, vender ideias e obter as informações e os recursos necessários. Para melhorar a qualidade do networking podemos usar 3 atributos, conforme sugestão de Ibarra, os BCD's:

• Broad | amplo: relacione-se com diversos tipos de pessoas em diferentes departamentos da empresa, em várias empresas e com níveis diferentes níveis de senioridade.
• Connective | conectivo: conecte-se com pessoas e grupos além do seu círculo, considerando que de outra forma não se relacionariam.
• Dynamic| dinâmico: amplie de forma responsiva e adaptável com base em seu próprio desenvolvimento suportado por sua rede.

Unir os três atributos à consciência da necessidade de aprimorar as "relações fracas" promoverá a construção de uma rede agregadora que potencializará o networking. Além da estruturação desse tipo de rede estratégica, outro componente primordial que pode alavancar o desenvolvimento é a mentoria. A mentoria é uma ferramenta valiosa que oferece apoio, proporcionando a oportunidade de aprender com a experiência e o conhecimento do outro de forma a acelerar o progresso na carreira e evitar erros comuns e a tomar decisões mais informadas.

Como aluna da FAE Centro Universitário tenho acesso e suporte do Núcleo de Empregabilidade, o qual é coordenado pela consultora de carreira, headhunter e professora Elaine Pacheco . O núcleo tem como missão empoderar profissionais em suas jornadas de carreira, auxiliando na transição, recolocação e estratégia profissional, fortalecendo a empregabilidade dos alunos e ex-alunos, criando programas de mentoring e projetos para desenvolvimento da trabalhabilidade. Desde o ano passado a Elaine vem me acompanhando e me auxiliando na ressignificação de muitos aspectos profissionais e, principalmente, reafirmando que é possível criar um networking forte considerando conexões que julgamos fracas pelo fato de serem e/ou estarem distantes de nosso contexto.

Aproveito também para trazer trecho do artigo "Networking: o poder de usar suas conexões de forma estratégica", em que Elaine compartilha 5 passos sobre como desenvolver um bom networking, os quais utilizo e me deram os primeiros balizadores:

1. Observação: esteja atento ao que as pessoas fazem e busque oportunidades de conexão.
2. Priorização: faça networking de forma estratégica, não com todos, mas com as pessoas certas.
3. Organização: crie uma planilha de contatos classificando-os em três níveis: os 10 mais importantes, os 50 seguintes e os 100 mais relevantes.
4. Manutenção: desenvolva estratégias para manter o contato com sua rede.
5. Avaliação: avalie periodicamente sua estratégia de networking e faça ajustes conforme necessário.

A troca de conhecimentos é enriquecedora e a colaboração é essencial em um mundo em constante evolução cada vez mais competitivo e interconectado. Por isso quero mais uma vez agradecer, já fiz isso pessoalmente, a minha mentora Elaine pelo apoio e por me acompanhar nessa jornada. Inclusive esta newsletter começou a existir por sugestão dela.

Bora compartilhar! De que forma alguém de uma relação considerada "fraca" já contribui para seu desenvolvimento?