Paralisação do transporte coletivo na Capital: até quando?

Paralisação do transporte coletivo na Capital: até quando?

No momento em que assistimos, perplexos, o governador de Santa Catarina exibindo números que apontam a queda na taxa de ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) à medida que sentencia que o transporte coletivo continuará suspenso por tempo indeterminado, é inevitável que venha à mente uma das máximas do jornalista Apparício Torelly, pioneiro no humorismo político brasileiro e auto-intitulado Barão de Itararé: "tudo seria fácil se não fossem as dificuldades".

Já não são poucas as dificuldades vivenciadas pelo setor produtivo de Florianópolis, em uma luta inglória para tentar retomar a atividade econômica e preservar os empregos de milhares de trabalhadores. Não esperávamos que fosse o governador – e logo ele – portador de mais percalços aos cidadãos catarinenses.

O transporte público urbano e intermunicipal de passageiros é instrumento essencial nessa travessia rumo à normalidade econômica, tanto é que não foi objeto de paralisação total em outras praças. Capitais como São Paulo e Curitiba, por exemplo, mantêm a frota em atividade, porém estabelecendo inúmeras condições de natureza sanitária de modo a evitar a transmissão do novo coronavírus.

Por que Florianópolis – cidade com densidade demográfica e número de casos confirmados e de mortes bem menor (proporcionalmente às demais capitais) – precisa ser diferente? 

A inapetência do governo estadual nesse tema agrava sobremaneira o desalento de milhares de empreendedores, já duramente prejudicados com a queda no faturamento resultante da paralisação da atividade. Paradoxalmente, as obrigações, sobretudo aquelas em que o estado é credor, chegam instantaneamente. A reabertura do comércio com certeza ajuda, mas sem um transporte coletivo oferecido de forma responsável a colaboradores e público em geral, a exemplo de outras capitais, a retomada na economia se dará em passos ainda mais lentos. Terá o governador a vã esperança de que a arrecadação de impostos será mantida em meio à ruína econômica e o crescente desemprego no estado?

Libere o transporte público, Moisés. Isso é para ontem!

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