Parceria escola e família em tempos de pandemia.

O que os alunos estão aprendendo em tempos de pandemia?

Uma reflexão sobre a parceria entre as escolas e as famílias.

Considerando que estamos vivendo em um momento de emergência na área da saúde e uma pausa nos foi imposta com a suspensão das aulas, dos serviços não essenciais e das nossas rotinas em tempos de normalidade, venho aqui compartilhar algumas reflexões que têm origem em várias observações e conversas com educadores e gestores escolares e famílias. 

Primeiramente preciso parabenizar os professores pela adaptabilidade, resiliência e foco na aprendizagem dos alunos! Para aquelas famílias que têm o privilégio de terem seus filhos mantendo os vínculos com a aprendizagem e com seus professores e colegas virtualmente, juntem-se a mim e agradeçam esse esforço. 

Também quero reconhecer as famílias que se sacrificam, pais e mães que valorizam e priorizam a educação e estão tentando ao máximo acompanhar bem de perto, facilitando a aprendizagem dos seus filhos em parceria virtual com as escolas. Esse é um trabalho imenso que nāo estava previsto nos planos de ninguém. 

A imprevisibilidade dessa situação nos colocou uma oportunidade e um desafio na educação. Temos a oportunidade e o desafio de educarmos em uma parceria mais forte do que nunca. Pois, sim, dependemos de vocês pais e mães mais ainda para reforçarem o nosso compromisso com as crianças em um percurso diferente de aprendizagem. Esse é o desafio. Esse percurso diferente não pode ser comparado com as mesmas métricas dos tempos de normalidade. Essa pausa impôs uma ressignificação dos nossos papeis e trouxe com mais força um outro foco para o momento. 

O foco do momento na minha opinião de educador é a minha resposta ao que os alunos estão aprendendo neste momento de pandemia: 

O momento nos pede muito mais do que o ensino de conteúdos. Ele nos pede que ensinemos o que mais ficará marcado na memória dos alunos: a parceria entre famílias e escola, a flexibilidade, a comunicação, a resiliência e a colaboração. 

Em se tratando dos conteúdos, nós pedagogos, professores, gestores de escola temos inúmeras estratégias para trabalhar lacunas na aprendizagem. Entre elas: avaliações diagnósticas quando as escolas reabrirem, avaliações formativas, mapeamento de impactos curriculares, currículos desenhados de forma espiral para que os alunos revisitem os conteúdos novamente nas séries subsequentes, práticas de intervenção ágil e recuperação. Quanto a conteúdos, a nossa responsabilidade educacional e nosso preparo estrutural para lidar com esses impactos como escolas particulares de excelência estão garantidos e inclusive respaldados em leis educacionais. 

Quero enfatizar que aprendizagem no século XXI não prioriza somente conteúdos ou conhecimentos. Ela dá mais destaque principalmente a competências e atitudes. 

O modo como os adultos vão lidar com a crise será uma lição para os nossos aprendizes. Como todos reagimos a essa situação será o exemplo que deixaremos aos nossos alunos. Por esse motivo, parabenizo e continuo a apoiar a todos que prezam por valorizar a educação, que se esforçam para manter os vínculos dos seus filhos com a escola e aos que entendem que a aprendizagem vai muito além de conteúdos neste momento.

Agora é um momento de aprender a ser e de aprender a conviver com resiliência, empatia, saúde mental, trabalhando dentro do possível as competências de comunicação, colaboração, criatividade e pensamento crítico, mesmo que virtualmente. Isto é uma real educação com significado no século XXI.

Quero deixar aqui um poema que exalta a resiliência. É o que desejo para todos nesse momento. Isso é o que os nossos alunos estão aprendendo conosco.