Paul Klee, um lifelong learner

Ideia de infelicidade? - Não ser capaz de trabalhar.

Ideia de felicidade? - Trabalhar com sucesso.

Essas respostas são do artista plástico Paul Klee (1879-1940), suíço, naturalizado alemão e considerado um dos mais expressivos expoentes da vanguarda artística do início do século XX.

Quase 80 anos separam essa visão de mundo de uma palestra que assisti no SXSW desse ano sobre o futuro do trabalho. Uma pesquisa realizada pela Deloitte identificou que, com as mudanças tecnológicas do mundo, em um período de 2 a 5 anos no futuro, as competências esperadas para uma profissão serão totalmente remodeladas ou extintas. 

O que isso significa na prática?

Significa que o profissional do "futuro", como disse Paul Klee, terá que trabalhar com aquilo que seja sua paixão e lhe traga felicidade.Pode parecer "piegas", mas isso faz parte da essência do ser humano e que, em algum momento, deixamos de valorizar. 

O desafio é manter-se aberto às mudanças, ao movimento, à curiosidade e ao aprendizado rápido e contínuo. 

Como fazer tudo isso sem paixão?

O resumo desta reflexão foi bem expresso na frase de Thomas Friedman: “Os profissionais de hoje precisam se preparar como os atletas se preparam para as Olimpíadas, com uma diferença. Eles precisam se preparar como alguém que está treinando para as Olimpíadas, mas sem saber qual o esporte que irão participar.”

Se essa frase lhe parece longe da realidade, recomendo uma visita a exposição do Paul Klee - Equilíbrio Instável no Centro Cultural Banco do Brasil/SP até 29/04/19. A retrospectiva da obra do artista, sob meu ponto de vista, consegue traduzir como o resultado de um trabalho e de uma vida se molda conforme a realidade do mundo que se apresenta (contexto familiar, política, guerra, doença) e como os conhecimentos adquiridos ao longo da jornada vão servindo de referencial para a construção de novos conhecimentos e de novas visão de mundo: sem apego.