Pecuária de Leite: Qual o sistema mais rentável?
Existe um sistema de produção ideal para a atividade leiteira? Qual o melhor sistema para a minha propriedade? Se você, produtor de leite, já se fez essa pergunta, é importante que saiba que a escolha do melhor sistema de produção passa por diversas questões técnicas e econômicas do empreendimento rural.
O programa Educampo Leite, do qual a Coopatos é parceira, ajuda você a responder essa e outras questões. Isso porque, ao prestar assistência técnica para milhares de propriedades leiteiras, o programa é capaz de processar um grande volume de informações de desempenho de fazendas de leite de diferentes sistemas de produção, o que permite a geração de análises e inteligência que orientam a tomada de decisão no campo.
Um exemplo disso é um estudo recente elaborado pelo Educampo Leite e divulgado exclusivamente para os produtores que fazem parte do programa - para o qual, o Informativo Coopatos, por meio do Departamento de Relacionamento com o Cooperado (DRC), conseguiu autorização do Sebrae Minas para divulgá-lo a todos os seus cooperados e leitores.
Neste estudo, foram selecionadas as fazendas leiteiras que mais ganharam dinheiro no último ano em cada um dos seguintes sistemas de produção: Compost Barn, Free Stall, Confinado sem estrutura, Semiconfinado e Pastejo. Para isso, o estudo levou em consideração 106 fazendas participantes da plataforma Educampo, entre o período de janeiro de 2020 e dezembro de 2020. As informações econômicas foram corrigidas pelo IGPDI (Índice geral de preços – distribuição interna) de dezembro de 2020.
Pelos dados da tabela 1, é possível constatar que o capital investido a atividade leiteira por vaca em lactação é maior nas propriedades que possuem os sistemas Compost Barn e Free Stall quando comparado aos demais sistemas. Isso ocorre devido ao maior aporte de capital em máquinas e benfeitorias nesses dois sistemas. Dessa forma, o aumento da escala de produção é ainda mais importante nestes sistemas visando a diluição do estoque de capital investido na atividade leiteira.
Nas propriedades avaliadas que adotaram esses sistemas, é possível perceber que o aumento da escala possibilitou a redução do indicador “estoque de capital médio por litro de leite”. O estudo destaca, portanto, a importância de avaliar o potencial da propriedade em relação ao aumento da escala de produção antes de se tomar a decisão sobre a migração para um sistema mais intensificado e com maior nível tecnológico.
Na tabela 2, é possível notar que o preço médio do leite foi maior para os sistemas de Compost Barn, Free Stall e pastejo. Esses maiores preços, aliados à alta produtividade por vaca em lactação nos sistemas de Compost e Free Stall, geraram uma alta renda bruta por vaca em lactação.
Mesmo com as diferenças de renda bruta, quando avalia-se o impacto do indicador “custo operacional total sobre a renda bruta” em cada um dos sistemas, podemos notar que essa relação se manteve entre 68 e 76%, não possuindo uma diferença estatística entre os valores alcançados pelos diferentes sistemas. Dessa forma, este estudo aponta que, independente do sistema de produção adotado na propriedade, é possível ser rentável e eficiente na atividade leiteira.