Pequenas verdades, grandes consequências

Domingo que passou, maratonei Big Little Lies na HBO. Eu que nunca me dei a esses luxos de canal caro, à cabo, assinei só pra ver a última temporada de GOT. Eis que Daenerys já morreu, e eu continuei com o canal por motivos de ter muita coisa boa ali, melhor R$34,90 já pagos.

Vi todos os 7 episódios da primeira temporada, das 15h às 21h, enrolada no edredon. Filho jantou sozinho, marido me chamou de "telinha", nem uma pipoquinha pra companhar levantei pra fazer. Mas é que não tinha jeito. Fiquei hipnotizada.

Sem descuidar do fato de que estava vendo na tela mulheres multitalentosas e lindas, o enredo é intrigante.

A atmosfera é cuidadosamente criada desde a trilha de abertura. Tem um tom cinza azulado que acompanha os dias, tem o mar que varre todas as ideias com suas ondas e trás de volta algo que todas personagens procuram ou escondem.

Entre os diálogos e gestos, embora exista rivalidade - e nesse quesito todo elenco é muito bom nisso, inclusive os maridos que competem entre si na busca de um lugar ao sol - existe sororidade. São mulheres que de tão diferentes são iguais em suas histórias, cada uma com seus motivos, mas que justamente por isso, ou acima disso, podem ser tão próximas umas das outras como uma boa irmã é.

Bom, tudo isso foi domingo. Já ontem, estive mais uma vez presente no meu grupo de qualidade de vida. Nos encontramos todas as segundas-feiras, por duas horas, à noite. Pra falar de nós e como podemos estar cada vez melhor.

Ali, somos mulheres tão diferentes e com histórias tão parecidas.

Juntas, buscamos desenvolvimento pessoal, mas acima de tudo praticamos a sororidade e ficamos tão próximas, como se fossemos boas irmãs. Mesmo discordando muitas vezes da opinião da outra, aprendemos a respeitar e sobretudo ver e ouvir.

Celebramos nossas vitórias diárias, recolhemos os cacos das derrotas e nos identificamos seja no desamparo ou na alegria. Mas nossa pauta é trabalhar com a verdade. Para com nós mesmas em primeiro lugar, e para com o outro. E nisso estou ficando boa pra valer.

A arte imita a vida.

Não temos um assassinato em segredo em nossa comunidade, mas temos muitos casos e caos, dúvidas e sugestões, exemplos fortes e novos rumos. Tanto quanto teria um bom roteiro dramático estrelado por atrizes maravilhosas de Hollywood. ♡

Lilian Ferrer, jornalista, redatora, mãe e maratonista de séries. Somente as boas.

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