Perspectiva: O Líder da Atualidade
De acordo com nossa experiência e vivência no meio corporativo, através de treinamentos, palestras e sessões de coaching, uma das questões que mais estamos nos atentando nas lideranças, é sobre o Perfil do Novo Líder.
Os líderes de hoje estão muito sobrecarregados. Na verdade, ele está com tantas ou mais funções do que os seus liderados.
Na década de 50, quando a ideia da liderança foi concretizada no mundo, período este também em que foram aparecendo mais estudos, a ideia central era que o líder fosse um profissional estratégico, que acompanhasse a equipe, ficasse por “trás” do cenário, orientando as pessoas a fazerem um bom trabalho. Como costumamos dizer: Era o “cara” que ficava no “backstage”.
O tempo passando, o mundo cada vez mais acelerado, com mudanças muito rápidas através do advento da internet, a sobrecarga de trabalho dos líderes ficou absurdamente maior. Então, aquela ideia, de que o líder seria um profissional mais estratégico acabou “caindo por terra”.
E como percebemos a evidência deste fato?
Basta observar o quanto esses profissionais são cobrados, principalmente quando nos deparamos com os inúmeros artigos e matérias, onde estão as seguintes informações:
‘O líder deve ser um profissional servidor’. ‘ Um excelente líder deve ser mentor’.
O problema central nessa situação é: Os profissionais de hoje NÃO estão dando conta. Após assumir a liderança, o profissional descobre que precisa ter habilidades que ele nunca nem ouviu falar.
Por isso existem pessoas com tantas dificuldades. O profissional encontra um mundo novo mas ao mesmo tempo devastador. Por isso também surgem os problemas de saúde.
À partir disso, fazemos a seguinte pergunta: Por que existe uma quantidade tão exacerbada de coachings hoje em dia?
Primeiro porque esses profissionais não são líderes, eles estão líderes. A grande maioria foram subindo na carreira, mas sem um preparo de fato. Ninguém preparou esse profissional para ser exercer essa função.
Geralmente um profissional que recebe um cargo de liderança, não consegue se sair bem durante a sua estadia. Neste momento, a empresa manda-os para cursos ou até mesmo realizar coachings, onde tentarão “arrumar” a casa.
O maior problema em toda esta situação é que é muito mais difícil organizar a casa depois que ela já está de pé.
Não há uma pré preocupação por parte da empresa, no momento do funcionário assumir uma liderança. A ideia em oferecer um curso de liderança, surge apenas quando eles já estão liderando, ou seja, exatamente no momento em que a sobrecarga da pessoa é muito maior.
O profissional em questão não entra para o cargo imaginando como tudo irá acontecer, na verdade, ele já entra com vários problemas para resolver.
O trabalho de um profissional de coaching por exemplo, é ajudar o líder a “apagar vários incêndios”, mesmo que o seu coachee, já esteja na posição de líder há cinco anos no mínimo.
O que devemos nos atentar é na importância de prepararmos os novos líderes, ou seja, na importância do treinamento para os futuros líderes.
Uma das questões que impactam neste processo, é que muitas vezes a empresa tem receio de investir neste funcionário, por achar que mais tarde a pessoa possa sair da empresa. Porém, o problema maior é: Por conta deste “receio” a organização prefere gastar duas ou três vezes mais dinheiro com quantidades exacerbadas de treinamentos para este profissional, do que fazer um único treinamento, bem feito, antes dele assumir. Investir em um único treinamento antes do profissional assumir a liderança, é um risco, porém um risco controlado, até porque para a pessoa este é um motivo ainda maior de motivação.
Dentro de tudo o que mencionamos, não estamos anulando a ideia de que um dos grandes papéis do líder, é ser um mentor por si só, porém, como vivem atarefados, e nunca receberam de fato um preparo para a liderança, se tornando assim um processo instintivo, cada um acaba por liderar, se comunicar e agir de um jeito.
Por isso que na maioria das empresas, existem várias formas de liderar. Não existe uma padronização. Lógico que as pessoas são diferentes, mas quando se cria uma metodologia única dentro da empresa, uma cultura de liderança, o resultado tende a ser mais homogêneo. E caso haja uma variação, possivelmente será muito pequena, pois se tratará do perfil/estilo da pessoa.
Existem soluções de mercado que podem equalizar essa parte de cultura de liderança, para que no momento em que o profissional for promovido, ele já tenha a ideia do que é uma boa liderança, assim não precisando correr contra o tempo.
Todos, sem exceção, precisam receber treinamentos com características de “visão de dono”, independentemente de serem líderes ou não.
Sabendo que o “melhor dos mundos” é que a liderança seja construída antes da promoção do cargo, a pergunta é: O que impede as empresas de se anteciparem?
É por preocupação em se comprometer com o funcionário? É pela cultura? Tem a ver com a falta de visão de futuro?
O que precisamos deixar claro é: quando eu preparo o profissional com ideia de planejamento, inovação e visão de dono, e futuramente ele assumir o cargo, o “gap” é muito menor.
Nosso intuito com este artigo é realizar uma reflexão, principalmente com aqueles que se identificam com essa realidade. Ainda há tempo de fazer diferente e para isso o mercado nos dos sinais o tempo todo. Basta nos atentarmos!
Texto: Alexandre Carreiro
Adaptação: Talita Salviano
EBEC - Escola Brasileira de Educação Corporativa - Grupo Carreiro
Contato: (11) 44250229
Gerente Geral de Operações | JLX Mineração | JLX Jequitinhonha e Moldharte Alvenaria e Infraestrutura
8 aExcelente texto!!