E se tivéssemos verdadeiros Líderes na Alta Gestão?
A mudança de cima para baixo
Aprecio o trabalho de Coach. Muito por conta do desemprego crescente, passou a ser tentado por gente de todas as idades, áreas e experiências. Está "na moda". Ainda assim, o aprecio. O Coach se propõe a ajudar os profissionais a se encontrarem interiormente, a acreditarem mais em si mesmos, a buscarem conhecimento e evolução. "Você sendo sempre melhor, independentemente de onde esteja e se é valorizado ou não". É um trabalho individualizado. Tête-à-tête: Coach x Profissional. Quase uma psicanálise.
Acontece que tenho estado incomodado com um pensamento recorrente, quase obsessivo: como seria se tivéssemos o Coach Corporativo? Profissionais capacitados a ajudarem os Executivos de alta gestão, CEO's, e até donos e acionistas, a pensarem diferente, ajudando-os a serem mais humanos. Convencendo-os acerca de uma liderança servidora, com foco nas pessoas, valorizando-as. É uma inversão: buscaria a transformação das corporações e não somente do indivíduo. Penso que não adianta muito se especializar, se conhecer e evoluir se empresas que buscam valorizar o seu capital humano ainda são escassas.
Esse pensamento vem tomando força nos últimos anos, especialmente impulsionado por muitos treinamentos de Liderança que participei ou que presenciei. Vejo empresas que se propõe a capacitar seus gestores gastando fortunas em treinamentos para torna-los líderes melhores, falando sobre a importância do feedback e não dando feedback, defendendo a auto-confiança e a delegação de responsabilidades e tendo cada vez mais gente centralizadora e que não confia nos seus comandados, ensinando sobre a importância de um bom e respeitoso ambiente de trabalho e praticando assédios morais todos os dias. Não obstante, a cena se repete: um dos gestores participantes do treinamento levanta o dedo e diz (ou ao menos pensa, sem se manifestar): “mas não adianta nada fazer treinamento de Liderança se não há espaço dentro da empresa para se praticar o que está sendo ensinado aqui”. Você certamente já deve ter passado por uma situação assim...
Gostaria de ver corporações capacitando a sua alta gestão para que empresas maravilhosas, onde todos querem trabalhar, sejam criadas de cima para baixo, numa verdadeira “avalanche” de boas atitudes, de humanismo, de respeito, confiança e liderança servidora. Saindo do cume, “varrendo o caminho”, e atingindo a base da montanha.