Perspectivas do Acordo Mercosul-União Europeia

Perspectivas do Acordo Mercosul-União Europeia

 

O comércio exterior brasileiro tem sido positivo nos últimos anos em relação à União Europeia. Fechamos, por exemplo, US$.42,1 bilhões em exportações face US$.34,8 em importações em 2018. Para ter uma ideia geral, a UE representa em torno de US$.21,7 trilhões de dólares. Números bastante expressivos, mas o objetivo deste texto é suscitar a discussão sobre os reflexos e prováveis benefícios deste acordo histórico.

Já há muito tempo, o Mercosul tem tentado um melhor acordo regional, porém inúmeras dificuldades têm retardado uma mais profunda integração econômica, derivada nos últimos anos por desequilíbrios econômicos e diferenças políticas, pois preconiza-se um equilíbrio entre os países membros, além de objetivos e metas nacionais similares. Embora pensem ser uma união aduaneira, nem sequem existem isenções tarifárias plenas nem tampouco integração regional. Com o novo acordo, vale uma conversa com os países do Mercosul, em especial a Argentina, para tentar consolidar uma integração melhor e consolidar o poder de barganha.

O Brasil tem passado desde 2003 um turbulento período político e econômico, que aumentou de forma temporária a demanda interna, reduziu a pauta de exportações e aumentou as importações, principalmente de produtos de maior valor agregado. Com isso, as grandes empresas reposicionaram suas estratégias, migrando de produtoras para revendedoras (importando produtos acabados para simples revenda ao invés de produzir no país), acelerando a desindustrialização e o desemprego estrutural. Vivemos um período ideológico negativo, que conduziu o país a um certo nível de isolamento internacional, tendo como parceiro principal e destino a China.

 

Com o acordo com a União Europeia, teremos vários desafios que serão benvindos. Um deles é que ao abrir o mercado brasileiro para a economia europeia, as empresas brasileiras terão de investir para manter a sua competitividade nacional e internacional o que, num primeiro momento, significa melhorar a sua base tecnológica e de inovação. Terão de se modernizar e ter os padrões de qualidade internacional.

Esse movimento requer duas estratégias: a primeira é a corporativa, das empresas, no sentido de se equipararem e superarem a concorrência internacional; a outra, se refere ao governo, que deve identificar que setores econômicos serão os mais influenciados e adotar as medidas corretivas e ajustes para reduzir a dependência internacional.

 

Em tempos onde a economia norte-americana, por meio de Trump, inicia um processo de desconstrução do Nafta e da Organização Mundial do Comércio (OMC), este acordo pode favorecer o Brasil quanto a facilidade de expansão internacional.

Com esses dois movimentos em sincronia, além do cenário norte-americano, o país pode se inserir na Cadeia Global de Valores de forma mais forte, fortalecendo o Comércio Exterior Brasileiro e o Comércio Internacional. Enfim, foi uma grande vitória que com certeza contribuirá para o recrudescimento da economia nacional.


Edmir Kuazaqui

Doutor | Universidade Presbiteriana Mackenzie

5 a

José Carlos Passar erro, com a gente. Obrigado pelo contato !!!

Jose Carlos Passaretti

Diretor executivo na Efex Finance | Cross Border payments, eFX, estruturação

5 a

Edmir o tempo não foi muito cruel com você. Forte abraço!

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