PIB brasileiro tende a continuar fraco

PIB brasileiro tende a continuar fraco

O Brasil tende a manter um ritmo de desenvolvimento econômico abaixo da média mundial nos próximos anos, repetindo um movimento que vem sendo observado há mais de meio século. Segundo projeções da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país deverá encerrar 2022 com aumento de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 3,1% previstos para o mundo. Para 2023, as projeções são de meros 1,2% no Brasil (2,2% na média mundial) e de 1,4% em 2024 (2,7% no mundo). 

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A falta de dinamismo da economia brasileira vem desde a década de 70, quando o país chegou a registrar ‘crescimento chinês’, de dois dígitos, como ocorreu em 1973, com 14,9%, após registrar 11,3% em 1971 e 11,9% em 1972, na época da ditadura militar. Mas após esse avanço expressivo, a economia entrou em dificuldades e nos estertores da ditadura registrou queda em 1981 (4,3%) e 1983 (2,9%) no governo do general Figueiredo. Em 1985 e 1986, no governo Sarney, o PIB reagiu crescendo 7,9% e 7,5%, mas desde então a média anual tem sido abaixo de 3,0%.

A piora se acentuou nos últimos anos. Quando se considera a média quinquenal, o pior período foi registrado entre 2016-2020, no período Dilma-Temer, quando a média anual ficou em negativos 0,4%. A reta de tendência no gráfico ilustra esse movimento de forma consistente. Apenas nos dois últimos anos (2021-2022) houve uma ligeira inflexão (para cima) da curva de tendência, mas sem reversão do movimento. O gráfico mostra que no período de sete anos (incluindo o governo Bolsonaro), a média volta a ficar no campo positivo, mas abaixo do registrado no intervalo de 50 anos.


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Diversas entidades internacionais estão prevendo piora nas condições econômicas para os próximos meses, o que pode prejudicar o Brasil. Isso está materializado num indicador muito utilizado como sinalizador de antecedência, que é o chamado PMI (Purchasing Managers Index) afere a ‘vontade’ de compra por parte dos gestores das grandes corporações internacionais.

As ilustrações abaixo sinalizam que esse indicador aponta para uma piora significativa nas expectativas, em praticamente todos os países mais relevantes, inclusive no Brasil. Uma das poucas exceções vem da Índia, que tem se beneficiado de um relacionamento especial com a Rússia, comprando petróleo daquele país com grandes descontos e revendendo no mercado internacional. A Alemanha, que no passado se beneficiou de um relacionamento especial com a Rússia, agora aparece entre os de pior expectativa na Europa, juntamente com o Reino Unido (ver ilustração abaixo).

Infelizmente talvez o novo governo não consiga reverter essa tendência de longo prazo da economia nacional. Além do cenário internacional adverso, diversos especialistas apontam desafios extras no país, especialmente nas contas públicas. A tendência de queda do PIB no longo prazo pode até se acentuar.

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