PISA 2022: Desafios e Progressos na Educação Brasileira
Com a divulgação dos resultados do PISA, surgiram críticas à Educação Brasileira. Vale destacar a consistência de nossos resultados.
PISA é uma sigla em inglês par Programme for International Student Assessment. Trata-se basicamente de uma rede internacional de avaliação de aprendizado e desempenho de estudantes. Essa rede é constituída pelos 38 países-membros da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico mais 43 países convidados como o Brasil.
A avaliação é aplicada aos estudantes entre 15 e 16 anos de idade e o Brasil participa desde a primeira edição do programa de avaliação em 2000. O PISA avalia o nível de conhecimento sobre métodos científicos e suas aplicações, interpretação e compreensão de textos e problemas matemáticos.
Os resultados do Pisa 2022 mostram certa estagnação desde 2009 nas três áreas avaliadas, com um desempenho médio inferior ao dos países da OCDE. Contudo, os resultados devem ser avaliados à luz da Constituição de 1988, da municipalização do ensino e do FUNDEB, marcos para os nascidos e escolarizados entre 1986-2006.
Os estudantes que participaram da primeira edição do PISA em 2000, nasceram entre 1984-1985, ou seja, estavam em vigência a lei de 1971 e algumas reformas estaduais. Crianças nascidas entre 1994 e 2003 coincidem com a gestão Paulo Renato no MEC e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Entre 2006 e 2012, houve melhora nos resultados, reflexos da geração de alunos nascidos entre 1991 e 1997 e escolarizados antes da proposta de ciclos.
Desde 2000, a curva é ascendente, indicando algum acerto nas políticas educacionais. A queda de rendimento em 2012 pode ser creditada à implantação da LDB em 1996 (em vigor a partir de 1997). Outro ponto de destaque nessa trajetória é 2018, resultados da primeira gestão Lula da Silva (2003-2006, 2007-2010). Os resultados de 2022 refletem a influência direta do FUNDEB implantado em 2007.
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Em outras palavras, é necessário contextualizar os números. A leitura dos números em si, uma análise somente quantitativa não é muito otimista, mas em perspectiva, houve avanço. Há muito ainda a se melhorar, mas o importante é escolher bem os padrões de referência. Japão, Taiwan, Singapura e Hong Kong, países que aparecem nas primeiras posições, são ilhas com população bem inferior à brasileira. Somos um país continental com disparidade regionais que não podem ser ignoradas. É necessário comparar semelhante com semelhante e com uma perspectiva histórica.
Referências: