Plano Real - uma vitória inegociável

Plano Real - uma vitória inegociável

Quem tem menos de 40 anos desconhece o som das máquinas remarcadoras por não ter vivenciado a corrida diária contra os preços altos. Por isso, não entende a relevância dos 30 anos do Plano Real. Se a inflação de 4% já acende a luz de alerta, o que dizer da hiperinflação anual de 2.477% que assolava o país, retratada na figura mitológica do dragão. Irreal, não. Real mesmo.

O último Boletim Focus projeta inflação de 0,15% a 0,18% para julho e de 0,10% para agosto e sinaliza uma taxa anual de 3,98% a 4% que precisa ser freada no nascedouro. O caminho obrigatório passa por uma política menos expansionista com um rigoroso corte e controle dos gastos públicos.

Foi a receita vitoriosa dos pais do Plano Real, liderados pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, no governo de Itamar Franco. Desde 1999, foi adotado o tripé de sustentabilidade macroeconômico envolvendo câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário. O ato corajoso reconduziu o Brasil à estabilidade, promoveu a vocação para o crescimento e melhorou o poder aquisitivo dos brasileiros de menor renda a partir de uma moeda forte que atraiu a confiança dos investidores.

Não podemos correr o risco de reviver a tragédia da hiperinflação, cujo controle custou um alto preço. Nem replicar o modelo da Argentina, que passou décadas de alta inflação e agora sofre com as medidas drásticas de arrocho nos gastos em busca de equilíbrio fiscal e controle da inflação.

É preciso zelar por um ambiente atrativo aos negócios como gerador de empregos e de financiamento da tão desmantelada infraestrutura nacional.

Três décadas depois, o Plano Real continua a referência mais bem-sucedida da história econômica brasileira. Para ser mantida, requer uma política fiscal sólida e eficaz, com controle do déficit fiscal e com a continuidade das reformas estruturais. Tudo para manter o real forte, porque a estabilidade econômica é inegociável. A moeda da esperança nascida em 1994 não pode voltar à cena econômica como aquele assustador dragão.

Alfonso Schroeder 🇺🇾 🇩🇪 🧉

3x Founder | 25M B2B & SaaS sales | Startup Founder - Startup Consultor | EMEA US LATAM Business development | Lead Generation | Artificial Intelligent | Sales B2B top performer since 2012 | LinkedIn Social Selling

5 m

Muito bem lembrado, Daniel! O Plano Real mudou o jogo, né? Mas sem manter a casa em ordem com uma boa política fiscal e seguir com as reformas, fica difícil manter esse legado. Temos que ficar de olho e cobrar dos nossos governantes!

David de Vargas D'Ávila

CEO na Vargas D'ávila Advocacia Empresarial | Especialista em Direito para o Agronegócio e Gestão Financeira

5 m

Hoje, o problema está no controle das contas públicas. Todinho esforço, cai por terra.

Turetta, Ivonei. Msc. Eng.

Engenheiro, Prof Universitário, Empreendedor

5 m

O plano Real trouxe estabilidade e permitiu que outras conquistas fossem possíveis… as etiquetadoras foram aposentadas. A lamentar nesses 30 anos, a desvalorização de 86% que a moeda sofreu por conta de irresponsabilidades e interesses eleitoreiros.

Parabéns Daniel Randon. O Brazil é uma empresa, e deveria ser gerido por meio de melhores práticas de gestão, como na iniciativa privada. Pena que a política não permite. Tenho esperança que um dia possamos falar mais de gestão, exemplos de melhores práticas no federal, para que o estadual e municipal possam se espelhar e menos potítica.

O plano real, por mais que possa ter algumas falhas, ajudou a estabelecer a economia brasileira. Foi surgido por Itamar Franco, e seu ministro Fernando Henrique Cardoso. Itamar teve como umas das primeiras ideias com a moeda real, a volta do Fusquinha que tinha parado de ser fabricado em 1986, mas a volta do fusquinha não teve um resultado tão satisfatório, tanto que em 1996 esse carro foi parado de ser fabricado.

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