Planos de Saúde vão morrer ou mudar: os taxistas nos provam isso

Planos de Saúde vão morrer ou mudar: os taxistas nos provam isso

Tem coisas que parecem difíceis de acreditar, não é mesmo? O título desse meu post é um desses temas que parecem fantasiosos em um primeiro momento, mas que ao olharmos mais a fundo retratam a mais pura realidade da transformação que o mundo está passando.

Antes de falarmos sobre o mercado de saúde e a polêmica dos planos, vamos retratar dois outros grandes mercados, que até então eram tradicionalíssimos: bancos e transporte privado de passageiros (esse segundo já é assunto batido, mas vale o reforço e tem ligação direta com o título do post).

Antes de falarmos sobre a mudança, quero falar da percepção que tinha desses serviços (bancos e táxis) antes das grandes mudanças que esses mercados passaram nos últimos anos e que tornarão de fácil entendimento o que quero dizer nessa publicação.

Há alguns anos, pegar táxi era um martírio. Tirando grandes metrópoles como São Paulo, que até tinham uma qualidade de transporte privado aceitável, porém caro, nas médias e pequenas cidades a experiência era na maioria das vezes horrível. Começava pela necessidade de ter um telefone do rádio táxi e ligar diversas vezes até conseguir que alguém atendesse e arrumasse um táxi para você. Pegar táxi na rua? Nem pensar, era item raro e um ato da mais pura sorte. Não vou me alongar muito, pois o resto da história todos conhecem muito bem, chegou o Uber, Cabify, 99…e o mercado mudou para melhor para o usuário final.

O segundo mercado que queria comentar é o bancário. Recentemente tive uma péssima experiência com o meu antigo banco. Perdi meu cartão e tive que ir até o banco solicitar um novo e fazer alguns pagamentos. O resultado? Muito tempo na fila, péssimo atendimento e no final ainda não me permitiram fazer uma das transferências para outro banco (permitiam sacar a mesma quantia sem cartão mas não podia transferi-lo para uma conta de outro banco, qual a lógica nisso?). Tive que sacar o dinheiro, ir ao outro "banco" pagar, e a espera foi novamente grande.

Sabe o que eu fiz depois disso? Me rendi aos bancos digitais. Já usava o cartão de crédito do Nubank e por isso busquei um banco com a mesma pegada, que foi o Neon. Desde então minha experiência está sendo totalmente diferente. Não tenho mais aquela preguiça quando tocam no assunto banco, pois se tiver algum problema, falo diretamente via chat com um atendente, que resolve meu problema, mais rapidamente, com menos burocracia e em qualquer lugar do mundo.

De quebra as taxas são menores, não pago anuidade, não vivo com medo de greve que pode fechar o banco…

E na saúde, será que não tem "taxistas” e “bancários” precisando de novos competidores para mudar esse mercado?

É impossível não compararmos. Quando vejo essas mudanças e as frustrações que as pessoas tinham nesses mercados, logo tento associar ao mercado de saúde, afinal estou há 2 anos trabalhando com saúde, e vejo muita coisa que precisa mudar.

Nas últimas duas semanas me forcei a puxar o assunto dos planos de saúde com amigos, e sabe o que aconteceu? Não ouvi nenhuma história positiva à respeito dos planos. Talvez essas histórias existam, mas é provável que sejam tão raras quanto pegar um táxi há alguns anos atrás em cidades pequenas ou um atendimento presencial em um banco sem fila, é a exceção que se torna regra.

Um colega teve seu plano cancelado sem avisá-lo, outro ficou horas para ser atendido, outro estava em uma cidade diferente e não fazia ideia do que fazer quando ficou doente…e bem, quanto mais pessoas eu perguntava, mais via essas histórias se repetindo.

A verdade é que, assim como nesses outros mercados, os planos de saúde sofrem com falta de eficiência, tecnologia, e qualidade no atendimento. No final, se reflete em uma percepção ruim do serviço e ao mesmo tempo um aumento no custo.

E me diga, quem gosta de ser mal atendido e pagar caro por isso?

Alguns planos colocam a culpa no paciente ou nos médicos, justificam que um ou outro paciente faz procedimentos demais, ou que, quando está com um problema de baixa complexidade, vai direto ao hospital, encarecendo sua operação. Mas esquecem que tudo isso é onboarding. Cada empresa é responsável por guiar seus clientes da melhor forma possível, por isso um bom atendimento é sim obrigação, e pensar em saúde preventiva e como ajudar seus pacientes no dia a dia é fundamental.

Não é à toa que clínicas populares estão crescendo muito em todo o Brasil. Entretanto isso não resolve o problema, afinal em uma rápida conversa com usuários dos planos, percebe-se que o que faz muitas pessoas se manterem neles é o medo. Medo de ficar doente ou precisar de uma cirurgia cara e ter que depender do SUS. E quando o medo é que prende as pessoas, podemos ligar o alerta pois tem algo muito errado que precisa mudar!


Talvez morrer seja uma palavra forte para o que irá ocorrer aos planos, mas no mínimo uma grande transformação acontecerá!

Pode ser uma palavra forte, mas o intuito desse post é realmente ligar o alerta. Se outros mercados estão mudando para atender melhor o usuário final, é questão de tempo para ocorrer o mesmo na saúde. Nos Estados Unidos já começaram a surgir planos de saúde com uma pegada mais digital, caso do Oscar Health, por exemplo. No Oscar, todo paciente recebe acesso a um aplicativo com um concierge, que além de conhecer cada um pelo nome, auxilia o paciente a navegar em sua jornada de saúde, tirando dúvidas, ajudando a encontrar o profissional de saúde ideal para cada caso, etc.

Fala-se tanto de prevenção, mas o primeiro passo é trazer mais pessoalidade na relação profissionais de saúde, plano e pacientes, só assim vamos parar de focar em doença e realmente trabalhar com saúde.

E nós do CUCO Health estamos enxergando isso e fazendo nossa parte nessa mudança. Para cobrir uma demanda de empresas que querem reduzir custos com sinistro, aumentar a produtividade dos colaboradores e evitar afastamentos, lançamos no mercado 2 produtos. O primeiro é um relatório de saúde do colaborador, que à partir de um questionário de 4 minutos, entrega um relatório individual personalizado ao mesmo e um diagnóstico em detalhes sobre o panorama de saúde da empresa.

O segundo é o Personal de Saúde, um profissional que auxilia colaboradores com risco de saúde a melhorarem hábitos, entenderem melhor suas condições de saúde e os guia ao longo de um programa personalizado.

Léo Vitor Redondo

Regeneração / Inovação / Design / Cultura Organizacional / Centralidade na Vida / ESG / Palestra / Foresight / Estratégia / Liderança / Open Innovation / Diversidade

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Marlene Vieira

Diretora Administrativa do ITC no ITC Instituto Terapêutico de Curitiba

7 a

Parabéns, gostei do seu texto, pura verdade. De onde vc é?

Eu concordo em alguns pontos colocados,atuando há 13 anos no setor acredito que a discussão deve ser mto mais ampla. Eu entendo que sua pauta foi sucinta, porém uber x taxi, não acredito que seja uma comparação ideal. Nubank x Bancos, para mim o Nubank "apenas" focou no tratamento ao cliente, mas continua sendo banco. Os planos de saúde hj sofrem com uma legislação mto complicada, sem falar na judicializacao da saúde que é algo impressionante. Um novo plano de saúde, hj temos alguns bons exemplos de planos de saúde que estão mudando seu jeito de tratar o cliente, a Prevent Senior é uma delas, a Unimed Recife com o Hospital Digital, a Sulamerica com o saúde ativa, entre outros. Eu acredito que o setor tem q rever diversos pontos como consultas de qualidade,opme, internações, diárias excessivas, reinternação entre outras, tem q parar de ser um setor de rouba-rouba para ser um setor de ganha-ganha. As clínicas populares surgem como grande alternativa ao público, porém nem todas são tds populares assim, por exemplo Dr. Consulta tem um ticket médio que gira em torno de 250 a 350 reais, ou seja, valores q ultrapassam o bolso de mtos brasileiros, mas mesmo assim acredito que este viés irá tirar mtos clientes dos planos de saúde.

Dificultar a comunicação do consumidor sempre foi estratégia das prestadoras de serviços, mas o surgimento de modelos alternativos está provocando as mudanças necessárias, com se vê nas empresas de telefonia, TV por assinatura, Cartão de Crédito. Atendimento personalizado, especializado, de fácil acesso é imprescindível em qualquer setor. Para subsistir na atualidade e principalmente no futuro, urge olhar para o passado, quando o comerciante, o médico, o advogado, etc, conheciam seus clientes e, se não sentiam, ao menos demonstravam empatia com suas espectativas.

André Luiz Villas Bôas e Silva

Estratégia e Inovação | Negócios e Transformação Digital | Relacionamento com Hospitais e Operadoras | Conselheiro Consultivo | MBA, CCA, XBA

7 a

Eu concordo, pois hoje eles já têm dado espaço a plataformas digitais, a empresas gestoras como AON, Gesto, BenCorp e outras, e até mesmo para as Empresas Contratantes, que são a verdadeira fonte pagadora na imensa maioria dos casos. As próprias Operadoras estão buscando soluções para transformarem o negócio, como evidenciam os casos da Optum e da Healthways, por exemplo.

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