Pode me chamar de Fernando, de Wesley Barbosa

Pode me chamar de Fernando, de Wesley Barbosa

Em seu quinto livro, só agora publicado por meio de uma editora comercial, o autor, que sempre publicou por editoras independentes, comentou que vendeu sozinho mais de 10 mil exemplares de suas outras publicações. Mas, após conhecer duas editoras na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) no ano passado, começou uma conversa que agora pode lhe render a oportunidade de ter seus livros nas vitrinas das livrarias. 

“Pelas minhas redes já consigo fazer com que meus livros cheguem em todo o território nacional. Até mesmo para brasileiros no exterior. Já são mais de dez mil leitores. Para alguns pode parecer um número pouco expressivo, mas para mim, que vendi os livros sozinho, é uma bela vitória. Agora com a editora Numa, espero que o meu trabalho tenha um pouco mais de alcance.

Em, Pode me chamar de Fernando, Wesley Barbosa faz uma reflexão profunda sobre como as experiências de vida podem impactar a formação de um indivíduo, destacando a relevância das vivências pessoais na construção da identidade. 

A narrativa conduz o leitor/a a descobrir como as memórias moldaram a identidade do protagonista e despertaram sua paixão pela escrita como uma ferramenta poderosa e descomplicada para superar desafios e encontrar autenticidade. É um convite à reflexão sobre a importância das vivências pessoais na construção de identidade e encontrar significado em jornadas.

Sobre o autor

Nascido em 1990 em Itapecerica da Serra (SP), Wesley Barbosa é um escritor multifacetado. Embora tenha concluído o ensino médio, sua jornada profissional começou na adolescência, envolvendo-se em diversas atividades, inclusive como vendedor ambulante. 

Foi nessa época que Wesley Barbosa começou a colher material para sua obra “O diabo na mesa dos fundos” (contos), que foi publicada em 2015, de forma independente. 

Desde então, ele continuou a escrever e publicar, por conta própria, outros 

trabalhos, incluindo “Parágrafos Fúnebres” (2020), um relato impactante sobre um homem em cárcere durante a pandemia do coronavírus, e “Relato de um desgraçado sem endereço fixo” (2021).

Em 2022, Wesley Barbosa lançou seu romance de estreia, intitulado “Viela Ensanguentada”, cativando os leitores com sua narrativa envolvente e atmosfera intensa. Agora, com “Pode me chamar de Fernando”, Wesley Barbosa apresenta seu primeiro título pela NUMA editora, proporcionando aos leitores uma nova experiência literária.



LANÇAMENTOS

Toda fúria, de Tom Farias

Sob o verniz da Cidade Maravilhosa, milhares de vidas se cruzam de forma trágica e cruel. Os cartões-postais que seduzem nativos e estrangeiros também são palco de violentas disputas envolvendo atores já cotidianos à sociedade carioca, dentre policiais, milicianos, lideranças corruptas e membros do crime organizado. À mercê dos grandes atos de terror motivados por dinheiro e poder está a população, em especial das comunidades e favelas, em sua maioria negra, pobre e periférica, condenada a pagar com o próprio sangue – vítima de fuzilamentos, autos de resistência ou balas perdidas – por uma guerra que não lhe oferece nada em troca.

Caniço é mais um dos jovens cooptados por um sistema que o sentencia à marginalidade. Sem pai ou mãe que o criassem, é desde cedo cria das ruas, sua escola de formação, que o ensina a sobreviver em um mundo que nunca o quis vivo. Inteligente e carismático, seu espírito de liderança e seu desprezo pelo perigo logo chamam a atenção de líderes corruptos, que o exploram em benefício próprio, e de chefes do tráfico, que lhe oferecem a oportunidade de se fazer no crime. Seja qual for o caminho escolhido por Caniço, o resultado é o mesmo: uma juventude perdida, extorquida, lançada à violência do sistema e da criminalidade.

Toda fúria é um relato cru e brutal que nos transporta à realidade feroz das ruas do Rio de Janeiro, lançando luz sobre questões fundamentais da negritude e de vidas periféricas e destrinchando um mundo de crimes no qual não impera a justiça, mas a lei do mais forte.

Segundo Paulo Scott, autor de Marrom e amarelo, que assina a orelha deste livro: “Tenho certeza de que estamos, aqui, diante de uma história que nos faz leitoras e leitores diferentes, melhores, quando chegamos ao seu final”.a esta narrativa.


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