Poderia ser uma metáfora se não fosse verdade.
Numa daquelas casuais, mas frequentes brincadeiras dentro de um brainstorm, eu comecei a falar para uma estagiária de planejamento – aliás de uma grande inteligência e capacidade pela idade e experiência que se encontra – que eu iria comprar um carro num padrão totalmente diferente das quais as pessoas compram seus veículos atualmente.
Admito, fiz um ar de intelectual e “deixei no ar” que era mais uma grande inovação de um criativo. Então, para contextualizar melhor o que eu quero dizer, vou replicar nosso diálogo.
Eu: Vou em 4 ou 5 concessionárias de diferentes marcas dizendo que eu quero comprar um carro.
Estagiária: Hummm – (Neste momento tenho certeza que ela pensou: Tá seu babaca! Admito, eu mesmo não pensaria diferente).
Eu: Em cada uma delas vou dar um briefing do tipo de carro que desejo comprar. Algo como um esportivo/cupê, econômico, com um acabamento interno premium, na cor preta. Ahhh, e tenho uns 90 mil reais para gastar.
Estagiária: Hummm – (Este segundo ruído com uma cara mais de aceitação por ser obrigada a ouvir algo que não é nada novo).
Eu: Vou falar abertamente para os vendedores, que vou em todas as concessionárias, mas que existe uma condição para eu fechar um acordo com qualquer uma delas. E que se ele quiser me vender um carro no futuro, precisará se enquadrar nesta condição. Precisarei ficar uma semana com um carro que represente pelos 90% dos desejos que mencionei anteriormente.
Estagiária: Nem ruído fez. Desta vez só olhou com ar de impaciente.
Eu: Aí depois das 4 ou 5 semanas, após eu ter experimentado todos os carros e ter decidido pelo o que mais se enquadra dentro dos meus desejos, vou ligar para apenas uma delas e dizer que optei pelo carro deles por várias razões. E para finalizar a conversa, vou falar para o vendedor apenas mais uma coisa: que durante o “test-drive” mudei de ideia, que gostaria da cor vermelha, um motor mais potente, pois achei este um pouco fraco, e que só teria os mesmos 90 mil para comprar o carro. E como eles me trataram tão bem, sei que isto não seria um problema e que para compensar indicaria eles para futuros compradores.
Estagiária: (Com ar de incrédula) Ahhh e você não quer mais nada?
Foi aí que olhei para o Diretor de Planejamento e ele já com um olhar sarcástico responde para ela:
Filha, você passa por isto todos os dias! Qual a diferença?
Compartilho isto, porque eu também tenho os mesmos pensamento desta matéria que eu li logo após todo este acontecimento acima.
Não percebemos, mas deixamos de valorizar e cobrar pelo o que realmente importa dentro da agência. O trabalho intelectual.
Especialista em Comunicação Estratégica | ESG & Inovação | Liderança Criativa em Projetos | Redação | Planejamento
9 aA grande questão é que 99% das agências parou no tempo. Elas ainda se preocupam com o tático e deixam a estratégia de lado. As agências deveriam ter uma abordagem estilo Uber: gerenciar o relacionamento com o cliente, a estratégia e a informação sem ser dona da execução.
Advogado/Sócio na SCHULTZ & ROSSA ADVOGADOS
9 aMuito legal, tanto no MÉRITO do que você está dizendo quanto no MÉTODO COMPARATIVO que você usou para dizer. Eu gosto de fazer isso também. Comparar - usando isso como argumento - situações com outras "mais fáceis" (ou mais flagrantes) de se entender para surpreender as pessoas. Uma vez para argumentar a favor de um cliente que desejava vender COMPUTADORES com determinada capacidade (e possibilidade de aumenta-la) eu usei CAMINHÕES: "se você tem um caminhão com apenas dois eixos, nunca poderá ter mais do que quatro rodas, e o caminhão que o seu cliente quer precisa capacidade de aumentar o número de rodas. Portanto, precisa de mais eixos." Sempre lembrando que eu falava de computadores e não de caminhões.
Gerente Executiva | Gerente de Vendas | Novos negócios | Customer Experience | Customer success | Facilites | Segurança
9 aPerfeito!! 👏