Por qué no te callas?
Em 1947 Oswaldo Aranha presidiu uma sessão especial da Assembleia-Geral da ONU sobre a partição da Palestina britânica. Essa reunião e as articulações conduzidas pelo brasileiro levaram a aprovação da criação do estado de Israel. Situação essa que veio de fato a se estabelecer um ano depois em 1948. A atuação do político e diplomata é reconhecida pelos israelenses. Um dos sinais visíveis dessa gratidão é a praça em Jerusalém que leva o seu nome.
Esse episódio precisa ser trazido, e reiterado, para talvez reduzir mais um desgaste diplomático provocado pelo presidente brasileiro. Lula aparentemente falando de improviso criticou as ações militares do exército israelense na Faixa de Gaza. Para dar mais colorido a sua fala comparou as operações realizadas com o holocausto. Vale dizer, colocou no mesmo plano o ocorrido com a matança por parte dos nazistas de seis milhões de indivíduos, assassinados apenas e tão somente pelo fato de serem judeus.
O despautério dessa fala tem duas possibilidades de explicação. A primeira o presidente se expressou sem pensar no que disse. Isso pode ocorrer com qualquer pessoa. Uma conversa de botequim. A outra possibilidade, bem mais preocupante, é que isso tenha sido de caso pensado. Apoiando-se na ideia de que Netanyahu goza no momento de pouca sustentação política a manifestação pode ter tido como endereço o primeiro ministro israelense. Entretanto, ele é o chefe de um governo democrático, e, portanto, não se pode limitar o referido despautério a ele. Ou seja, a manifestação de Lula atinge em cheio Israel.
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Seja qual for a motivação, um lapso, motivado por uma condição mais solta, sabe-se lá qual foi o gatilho, ou então, um pronunciamento com endereço político definido, a verdade é que comparar uma ação militar tipificada como de defesa, contra a qual cabe evidentemente sérias críticas, com uma ação planejada de extermínio de uma etnia só se pode qualificar, na melhor das hipóteses, como estultice.
Diante desse quadro como seria bom que o rei da Espanha estivesse por perto para dizer ao nosso presidente o que disse a seu fraterno amigo Hugo Chavéz em 2007 durante a 17ª Conferência Ibero-americana: Por qué no te callas?
Professora de Negociação colaborativa, mediadora de conflito, consteladora organizacional e familiar
10 mProfessor, primorosa escrita histórica. As falas de nossos presidentes tem consequências políticas e diplomáticas. Colocam a nossa nação no meio da guerra, sem de fato dar sua contribuição efetiva para a paz. Obrigada.
Decano de pesquisa e pos-graduação na u niversidade presbiteriana mackenzie
11 mParabens professor. O que esse sujeito falou e faz define claramente o seu sentimento em relação aos judeus e a questão do oriente médio que envolve um país absolutamente democrático, Israel. O sujeito e’ antisemita e pior, apoia o terrorismo. E’ a sua essência. Mas o que é mais preocupante é a academia que a respeito desses acontecimentos não se revolta e não se manifesta em defesa do ser humano aceitando falas e atos desse sujeito e de seus “companheiros”. Definitivamente Israel está defendendo o direito a sua sobrevivência como país e do povo judeu esteja este onde estiver. Afinal, judeus são seres humanos e tem direito a vida.
Diretor comercial
11 mPrecisamos por um Rei desses sempre ao lado do Lula pois onde ele vai ele sempre solta uma perola ! É tanta bobagem que ele fala que a garganta dele não se cura ….