Por que as empresas estão investindo mais de R$ 500 mil reais em consultoria de gestão de mudanças?

As empresas têm percebido, através de erros e implantações malsucedidas, que atribuir a culpa exclusivamente aos sistemas ou às tecnologias que não correspondem às particularidades de seus negócios não é mais viável.

Por décadas, milhões de reais - e, em alguns casos, dezenas de milhões - foram investidos em sistemas de informação, ERPs, produtos digitais e outras tecnologias. No entanto, apenas uma parcela deste escopo contratado é efetivamente utilizada pelas empresas. Essa realidade tem sido fonte de frustração e levantou um questionamento:

“Será que este sistema de ponta, líder do quadrante do Gartner é realmente tão ruim assim?”, “Porque meus processos não funcionam neste sistema?”

Vamos encarar uma realidade: provavelmente, os processos do seu negócio não são tão exclusivos quanto você pensa. Sei que pode ser um pouco duro encarar essa ideia, mas é um ponto importante para entendermos o que está acontecendo no mundo dos negócios hoje.

Agora, pegando emprestado um pensamento de Edgar Schein, uma referência quando se trata de cultura organizacional, "todo mundo gosta de se sentir único", certo? Isso também vale para as empresas. Se a equipe se conecta de verdade com a cultura e os valores da empresa, eles vão naturalmente ver a empresa como algo especial, diferente das outras por aí.

Agora, se formos direto ao ponto, o que realmente varia de uma empresa para outra é a cultura, ou seja, as crenças, valores e comportamentos que são praticados no dia a dia. E para tornar isso mais tangível, mais fácil de pegar com as mãos, vamos dar uma olhada em alguns exemplos concretos:

Aqui estão alguns exemplos do que uma crença, um valor ou comportamentos podem fazer quando você tenta implementar um novo sistema de informação na empresa:

• Crença: “O nosso jeito tradicional é o melhor.”
• Funcionário: “Este novo sistema parece promissor, mas nada supera nosso método testado e comprovado.”
• Contexto: Resistência às mudanças devido a uma preferência por práticas consagradas.
• Valor: Autonomia no trabalho.
• Funcionário: “Este sistema parece limitar minha forma de trabalhar, sinto-me microgerenciado.”
• Contexto: Desconforto com sistemas que parecem impor processos rígidos.
• Comportamento: Hesitação em adotar novas ferramentas.
• Funcionário: “Prefiro continuar com o sistema antigo até que seja absolutamente necessário mudar.”
• Contexto: Preferência por sistemas familiares, mesmo que ultrapassados.

As empresas estão percebendo que investir dinheiro e esforço nos sistemas não é o bastante. Veja, instalar novos sistemas não gera transformação – aquela mudança que renova processos e comportamentos.

Olha, há mais de uma década as empresas enfrentam essas frustrações, mas parece que a ficha demora a cair. Continuam apostando todas as fichas na tecnologia, mas esquecem do que realmente importa: preparar as pessoas, acompanhá-las nessa jornada de transformação e fazer tudo isso de mãos dadas com a cultura da empresa.

Isso nos leva a uma reflexão importante: será que esse descuido com o lado humano é o que faz com que 70% dos projetos de transformação digital acabem não dando certo?

Sabe, eu acho que essa questão é mais complexa do que simplesmente apontar o dedo para a cultura e a preparação das pessoas. Mas, sem dúvida, dar a devida atenção a esses aspectos tem se mostrado um caminho sólido para estar entre os 30% dos projetos que realmente alcançam o sucesso.

E olha, para os próximos anos, estou bem otimista. O jeito como nossos clientes têm corrido atrás da gestão de mudanças me faz pensar que estamos no meio de um movimento mais discreto e espontâneo, que eu gosto de chamar de "Pessoas implantam processos e mudanças e a tecnologia apoia a transformação". É uma mudança de jogo, onde o foco sai um pouco da tecnologia e vai para onde realmente importa: as pessoas e cultura.

Aproveite para conhecer uma das principais consultorias de Gestão de Mudanças Organizacionais do país a SMR.