Por que estamos onde estamos?
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Por que estamos onde estamos?

Já acordou pela manhã e se fez essa pergunta? Ou diante de uma bela paisagem? Ou depois de uma grande queda na vida – "Por que estou aqui?"

De fato, trata-se de um questionamento profundo, e sem resposta certa, mas que faz todo sentido na busca do autoconhecimento e do desenvolvimento pessoal. É uma pergunta que somente quem a faz possui a resposta, embora possa ainda não ter refletido sobre ela.

Existem aqueles que responderiam essa pergunta trazendo algo de espiritual, algo como predestinação talvez. Os árabes têm um termo muito famoso para isso: “Maktub”, que significa “Já estava escrito”.

Mas atribuir nosso estado a algo unicamente espiritual, não anularia por completo a nossa própria vontade, esforço e dedicação?

Bem...na outra extremidade se encontram aqueles que responderiam essa pergunta com algo relacionado ao esforço, ou seja, você está onde seu esforço te levou ou onde a ausência de esforço te deixou.

Mas atribuir a sua posição atual somente ao esforço, dedicação e motivação, não seria rejeitar todas as demais variantes?

De fato, não podemos negar que o esforço, motivação, dedicação são partes fundamentais no processo de crescimento, de evolução da vida, mas não é só isso que está envolvido.

Existem estudos que relacionam a alimentação infantil a capacidade de foco e concentração.

Ao analisar somente a informação acima me pergunto: Como podemos atribuir somente ao esforço, motivação e dedicação a responsabilidade por estarmos onde estamos, sendo que segundo os dados do Ministério da Saúde ainda temos 253 municípios brasileiros com 10% das crianças menores de 5 anos com desnutrição aguda?

Sem sombra de dúvidas precisamos do esforço para alcançar nossos objetivos, mas talvez o mais profundo de nós ainda não sabe disso, ou talvez não saiba como fazer.

A internet está cheia dessas fórmulas certas, receitas de bolo, mas nenhuma delas se aprofunda na questão. O tratamento raso e generalista dessas questões pode acarretar, no leitor, cobrança excessiva, cansaço, estresse, depressão, desencaixe...

Rotular, banalizar questões profundas como essa, trazendo toda culpa a algo espiritual ou ao próprio indivíduo é injusto e certamente não é humano. Precisamos aprofundar essa discussão e desenvolver de modo significativo a nossa empatia bem como a nossa autorreflexão, pois o caminho para encontrarmos essa resposta é exclusivo e construído por cada um de nós.

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