Por que muitas empresas vão à falência em seus primeiros anos..

Por que muitas empresas vão à falência em seus primeiros anos..

Umas das piores estatísticas que existem no Sebrae, é a de falências de empresas. Em torno de dois anos, um terço das empresas estabelecidas no Brasil fecham. O que está por trás desse dado é muito ruim, dado que empresas falindo significa pessoas desempregadas, menor produção, menor PIB, dificuldade para arrecadação de impostos e portanto aumento da divida pública. Esses dias, li um ótimo livro chamado "O Empreendedor", do professor da Fundação Getúlio Vargas, Ronald Jean Degen. O livro possui um capítulo dedicado a contabilidade e análise financeira de empresas, questões como projeção de fluxo de caixa, entradas e saídas de caixa, assim como entender melhor como funciona a parte financeira de uma empresa recém-nascida.

Durante minhas leituras de metrô, percebi que antes das empresas terem o ponto de equilíbrio(Fase onde a grana que entra é igual a grana que sai), existem duas etapas na parte de vida de uma empresa:A parte Pré-Operacional e a parte de Entrada em Operação, que juntas são chamadas de "Período de Necessidade de Investimento". Nessa primeira parte Pré-Operacional, você não tem entrada de caixa, você não tem lucro e você só tem o seu investimento que é necessário para o seu negócio estar de pé. Já na parte de Entrada em Operação, as coisa já melhoram um pouquinho, pois você tem entradas de caixa, mas não são entradas grandes o suficiente para que elas sejam iguais ao dinheiro que você pois para o seu negócio estar de pé. Durante essa segunda etapa, o empreendedor/investidor deve colocar mais dinheiro na empresa, de maneira que ele ajude a cobrir um pouco esse déficit provocado por saídas de caixa.

É nessa fase chamada Necessidade de Investimento que ocorre o problema que leva muitas empresas falirem em seu início. Quando você coloca o dinheiro para a fase Pré-Operacional e de Entrada em Operação, você precisa fazer uma projeção do fluxo de caixa com seus gastos e ganhos futuros, de maneira que você consiga prever quando seu negócio terá uma quantidade de ganho igual a quantidade de saída, e além disso quando é que isso irá ocorrer. Muitos empreendedores acabam errando nessa projeção, de maneira que durante as primeiras fases operacionais, o dinheiro investido acaba e não é suficiente para chegar ao Ponto de Equilíbrio. Se o empreendedor não tiver dinheiro para manter essa parte operacional da empresa, infelizmente o negócio irá quebrar.

Se considerarmos todas as variáveis de um negócio constante(Ceteris paribus), a solução poderia ser uma boa estimativa de fluxo de caixa. Para se estimar bem um fluxo de caixa, uma saída para o empreendedor é pegar modelos livros financeiros de diversas empresas de um mercado adjacente. Mas apenas considerar o mesmo tipo de mercado não adianta muito, além disso deve se considerar também o tempo em que aqueles livros financeiros estavam inseridos. Por exemplo:As estimativas de um fluxo de caixa de uma empresa de 2011 é bem diferente de uma empresa de 2018, pois podem haver novos players no mercado, assim como novas tecnologias, podendo levar o empreendedor ao erro na hora de investir o seu capital a partir de um fluxo de caixa errado. Sendo assim, o empreendedor deve procurar empresas que fazem um trabalho semelhante ao seu, além disso deve considerar o tempo em que as empresas foram se inserindo no mercado, fazer muitas comparações de livros financeiros de diversos negócios adjacentes e assim aumentar a chance de sua empresa prosperar.

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