Por que você ainda não investe no Tesouro Direto?
As alterações nos nomes dos títulos públicos e o estabelecimento da liquidez diária parecem estar dando uma força para derrubar os obstáculos que desestimulam os brasileiros de investir no Tesouro Direto. É o que indica a matéria publicada pelo Valor Econômico nesta quarta-feira, 27 de maio.
De acordo com o jornal, o estoque de títulos em abril chegou a R$ 17,6 bilhões, um aumento de 38% em um ano. Em março, os novos investimentos alcançaram R$ 1 bilhão, e 12.570 novos investidores foram cadastrados - dois recordes na história do Tesouro Direto.
Apesar desse crescimento recente, ainda é bem pequeno o número de investidores que atualmente investem em títulos públicos por meio do Tesouro Direto: apenas 150.225. Por quê?
Seu gerente ou assessor não vai apresentar essa opção
Mesmo com as mudanças na nomenclatura dos títulos, ainda é difícil para muitos investidores compreender as diferenças entre eles e tomar a decisão de investimento. Qual é a diferença entre investir no Tesouro Prefixado, Tesouro Selic ou Tesouro IPCA+? A resposta a essa pergunta cabe ao consultor, assessor ou gerente que cuida dos seus investimentos.
O problema, como pontuamos na entrevista ao Valor Econômico, é que eles provavelmente não vão apresentar a você os benefícios do Tesouro. O investimento direto em títulos públicos é um dos muitos pontos onde o conflito de interesses no mercado financeiro prejudica o cliente. Isso porque os títulos são pouco rentáveis para as instituições financeiras.
Se você deixar nas mãos do seu gerente do banco as decisões sobre sua carteira de investimentos, ela poderá até ter títulos públicos, mas dentro de fundos de investimento de renda fixa do próprio banco - às vezes, cobrando um custo injustificável de tão alto.
Em entrevista ao Valor, um gerente de banco informou que a aplicação em títulos públicos prejudica a meta dos gerentes, que ganham mais se conseguirem vender produtos mais lucrativos para o banco, como LCI, LCA e CDB. Confira a matéria completa.
Além de não indicarem títulos públicos a seus clientes, os bancos costumam cobrar taxas altas para intermediar o seu investimento. De acordo com informações do Valor Econômico, Itaú e Bradesco cobram taxas de administração de 0,5% a.a., enquanto há grandes corretoras cobrando até 0,10%. É possível conferir essas taxas no site do Tesouro Direto.
Infográfico publicado pelo Valor Econômico, com informações do
Tesouro Nacional e Vérios Investimentos (clique aqui para ampliar)
Saiba mais sobre o investimento no Tesouro Direto
Entenda as características do Tesouro Direto (como a grande previsibilidade de retorno, liquidez diária, baixo custo e baixíssimo risco de crédito), suas vantagens e desvantagens e conheça cada um dos títulos oferecidos no artigo Títulos públicos: o que são e como funcionam.