Porquê micro influenciadores?
As pessoas acreditam mais em outras pessoas do que em marcas (micro-influenciadores, O. (2017). O poder dos micro-influenciadores. [online] Marketeer. Disponível em: https://marketeer.sapo.pt/o-poder-dos-micro-influenciadores/ [Acedido a 27 Set. 2019].) Esta é uma das afirmações que, na minha opinião, melhor expõe a problemática que deu origem ao surgimento de um movimento digital a que atualmente se dá o nome de marketing de influência.
Este movimento, feito de pessoas para pessoas, representa a capacidade que um indivíduo tem de influenciar outrem que o segue nas redes sociais a partir do conteúdo que partilha, sugerindo, mostrando ou até partilhando a sua opinião acerca de algo (produto/serviço).
É claro que com o sucesso desta capacidade de influência (muito devida à expressão ascendente que o digital foi ganhando na vida dos consumidores nos últimos anos) as marcas foram-se apercebendo que este poderia ser um território a explorar, apoiando-as a vários níveis, como no aumento da sua notoriedade, no aumento as vendas, na construção ou reformulação do seu posicionamento, entre outros.
Com o desenvolvimento do marketing de influência e a crescente importância do mesmo, naturalmente este passou a ser um fenómeno cada vez mais estudado, sendo a partir desse momento que surgem determinados conceitos muito importantes, nomeadamente micro influenciadores e macro influenciadores.
Enquanto que os macro influenciadores possuem uma grande base de seguidores nas redes digitais, os micro influenciadores não são seguidos por tantos indivíduos, o que certamente não implica que os últimos tenham menos influência.
Na minha opinião é um grande erro por parte dos anunciantes (embora ainda comum nos dias de hoje) descartar um micro influenciador à partida pressupondo que este não irá alcançar tanta gente através da sua comunicação. Muitas vezes essa é até uma das grandes mais valias dos mesmos – a sua capacidade de segmentação do público alvo, potenciando o valor da mensagem transmitida.
Antes de expor aquelas que, a meu ver, são as características mais benéficas de um micro influenciador, considero bastante importante ter em consideração os dois pontos fulcrais que um anunciante deve ter em conta na definição e desenvolvimento da sua estratégia de marketing de influência:
1. Qual é o seu objetivo (aumentar a notoriedade, alterar o seu posicionamento, expandir o seu alvo, impulsionar as vendas, entre outros)
2. Como o alcançar da maneira correta (neste ponto é crucial ter o objetivo bem definido para que possa ser feita uma análise “straight to the point” ao perfil do influenciador, percebendo através do seu perfil e dos seus dados estatísticos qual melhor responde ao objetivo delineado – análise qualitativa e quantitativa)
É neste sentido que nem sempre os macro influenciadores são a aposta acertada. Se uma marca tiver em conta os pontos anteriormente definidos e delinear corretamente a sua estratégia, rapidamente irá compreender que quer estejamos a falar de micro ou macro influenciadores, cada um tem as suas diferentes vantagens para responder a diferentes desafios.
Ao longo da minha experiência profissional tenho vindo a aperceber-me que muitos são os anunciantes que apenas olham para o número de seguidores de um influenciador digital, iludidos de que quanto maior é este número melhor será a resposta ao seu problema. Não cair no erro de olhar apenas para os números ditos visíveis é uma das melhores aprendizagens que pode ser feita – há tantos outros números “ocultos” que têm muito mais importância, já para não referir o fator qualitativo que tem um peso enorme no marketing de influência e nesta relação marca-influenciador-consumidor.
Tendo tudo isto em conta, irei expor algumas vantagens em optar por micro influenciadores. Em primeiro lugar, identifico a segmentação do target, dando um exemplo bastante prático: num cenário com um micro influenciador cuja área é a nutrição e um macro influenciador que partilha essencialmente o seu lifestyle - uma marca que queira comunicar um produto/serviço de nutrição, acaba por ser mais benéfico investir no micro influenciador dado que este atua nessa área em específico e os seus seguidores o seguem pois se interessam por esse conteúdo, do que apostar no macro influenciador de lifestyle cujos seguidores podem nem se interessar muito pela área de nutrição ou apenas uma pequena fatia dos mesmos se identificar com o conteúdo, diminuindo à partida o engagement da ação.
O engagement é algo que interessa bastante às marcas e que, naturalmente, é uma vantagem dos micro influenciadores. Com um menor número de seguidores é natural que o conteúdo vá alcançar mais eficazmente esse público, ao invés de se estivéssemos perante um público maior, que implica logo à partida uma maior dispersão da sua atenção.
O menor custo e investimento dos micro influenciadores face aos macro é algo que acaba também por ter um enorme peso para os anunciantes e que na minha opinião pode ser bastante lucrativo e vantajoso para os mesmos, desde que aliado a uma boa estratégia e aposta no micro influenciador mais indicado.
Por fim mas não menos importante, outra das principais vantagens deste tipo de influenciadores é comunicarem menos marcas.
A meu ver, estas são algumas razões e fatores a considerar na definição de um influenciador digital numa estratégia de marketing de influência. Todos os influenciadores têm o seu poder, em diferentes vertentes, apesar deste às vezes poder parecer menos visível à primeira vista. Objetivos e estratégia coerentes e bem delineados são, na minha opinião, o ponto chave para o sucesso de uma ação de marketing de influência, tanto atualmente como no futuro desta área de estudo.
Digital and Communication
5 amuito bom